
Declaração de Impacte Ambiental tem de ser favorável
Barragens não irão contra o ambiente


Dulce Pássaro foi confrontada pelos deputados da Comissão Parlamentar do Ambiente com a falta de qualidade dos estudos que levaram à escolha das dez barragens previstas, nomeadamente quanto ao impacto na qualidade da água ou à ausência de atenção à biodiversidade.
Mas foi sobretudo confrontada com o facto do Governo ter já recebido o dinheiro da EDP e da Iberdrola, as duas principais proponentes, sem que o processo esteja concluído e havendo o risco de alguns dos projectos poderem ser chumbados depois dos estudos de impacto ambiental. O PSD e o CDS quiseram saber o que acontecerá caso o projecto venha a ser chumbado. Haverá direito a juros e a compensações indemnizatórias? Dulce Pássaro não respondeu, remetendo para o que está previsto na lei.
Tendo em conta os métodos adoptados, Heloísa Apolónia, de Os Verdes, nem sequer acredita que alguma declaração desfavorável venha a ser proferida. E Agostinho Lopes, do PCP, questionou a ministra sobre se considerava "energia renovável" a que vai ser produzida, na Cascata do Tâmega, por turbinas alimentadas a energia nuclear importada de Espanha.
O plano de barragens pretende aumentar o potencial de hidroelectricidade utilizado de 46% para 70%, até 2020. Vai criar 100 mil postos de trabalho e já rendeu mais de 600 milhões de euros, num encaixe antecipado que a Oposição diz só ter servido para diminuir o défice.
Clara Vasconcelos, in Jornal de Notícias, N.º 310, Ano 122 (p. 13) - 7 de Abril de 2010
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