sexta-feira, 16 de abril de 2010

Barragens no Alto Tâmega: PCP reclama contrapartidas para a região






Barragens no Alto Tâmega
PCP reclama contrapartidas para a região

A construção de quatro barragens na região do Alto Tâmega (Gouvães, Padroselos, Alto Tâmega e Daivões), que deverá começar em 2012, vai aumentar a potência hidroeléctrica de Portugal em 25 por cento.

Um empreendimento que implica um investimento total de 1.700 milhões de euros e terá um impacto económico de 5.000 milhões de euros.

Esta concessão, incluída no Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, trará benefícios para a população em geral mas, segundo o deputado Agostinho Lopes, “não implicará quaisquer contrapartidas para a região directamente afectada”. “Este aproveitamento hídrico de grande importância para o país precisa de ser compatível com o interesse da população do Alto Tâmega. A empresa concessionária (Iberdrola) lucrará milhões com esta construção, contudo, a região não terá nenhuma percentagem desse lucro investido”, disse.

Por outro lado, o estudo de impacto ambiental, encomendado à própria empresa, “não traduz a realidade dos factos”, uma vez que se baseia em dados recolhidos entre a décadas de 50 e 80”, pondo em causa a credibilidade deste documento.

Para o deputado do PCP na Assembleia da Republica, eleito pelo círculo de Braga, “a construção destas barragens levará ao desaparecimento de 77 casas”, para além de outras “consequências negativas que colocam entraves ao desenvolvimento da região”. “Não estamos contra a realização desta obra, opomo-nos, sim, à inexistência de contrapartidas”, concluiu.

A construção deste complexo hidroeléctrico faz parte do Programa Nacional de Barragens, lançado pelo Governo no final de 2007, irá aumentar em 424 megawatts a capacidade de produção hídrica, passando a faltar 366 megawatts para o objectivo do Governo de alcançar os 7.000 megawatts.

Filipe Ribeiro, in Notícias de Vila Real - 3 de Abril de 2010

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