domingo, 30 de novembro de 2008

CARTA ABERTA
AO SENHOR ALEXANDRE PANDA,
DIRECTOR-ADJUNTO DO JORNAL REPÓRTER DO MARÃO

Exmo. Sr. Alexandre Panda,

Estive a ler atentamente o artigo que o senhor assina no destaque do jornal Repórter do Marão de 20 de Novembro, e a indignação é tanta que rasgar o jornal não chega, tenho que lhe dizer que o seu jornalismo habilidoso não encontra uma via verde na inteligência de todos os que o lêem.

Não estou propriamente preocupado se aquilo que o senhor Panda escreve é resultado apenas da sua ignorância, ou se, como me parece mais óbvio, é fruto de uma manhosa encomenda de quem se serve dos fracos de personalidade para promover os seus elevados interesses.

Todo o artigo é habilidoso, a começar pelo título em destaque na primeira página, onde se afirma que a construção da barragem irá gerar negócios em Fridão, acrescentando-se ainda o pormenor de que essa obra trará “Oportunidades na venda de terrenos em Amarante e Celorico de Basto”. Esta suposta notícia aparece depois, obviamente, nas páginas centrais do jornal, a cores, tal é a importância e seriedade da informação veiculada. Só que o senhor Panda não teve o cuidado de sublinhar que tudo se situa no plano da possibilidade. Não utilizou nenhuma oração condicional, não se serviu de nenhuma combinação verbal que desse a entender aos incautos leitores que a peça jornalística irá apenas testemunhar as crenças das populações, cujo digno representante parece ser o senhor Abílio Moura, um humilde e ilustre proprietário de terrenos, convencido (não importa quem o convenceu, se um abutre disfarçado de pomba, se a inocência grávida de ambição) que aquela barragem será o seu euromilhões. O senhor Abílio diz saber, embora não diga quem lho garantiu, que o Estado o irá contactar “para tratar da questão da indemnização”, que isso ainda não aconteceu, «mas não deve demorar», e que, entretanto, como sublinha o atento repórter, sem qualquer maldade nas entrelinhas, ““esfrega as mãos” a pensar na indemnização.”.

No terceiro parágrafo do seu extra ordinário artigo, o senhor Panda escreve que em Fridão há opiniões divididas, que há quem esteja preocupado com as consequências ambientais (humidade excessiva, descontrole do ecossistema natural) e até mesmo com a ameaça de uma catástrofe possível que destruiria Amarante. No entanto, o senhor Panda compõe o seu brilhante artigo com um contra-argumento (seleccionado ao acaso entre os muitos que o senhor Artur Moreira, uma autoridade na localidade de Fridão) que me fez corar de vergonha: poderão ocorrer vários fenómenos ambientais graves, Amarante até poderá ser destruída, “Mas, por outro lado, também vai trazer empregos, novas acessibilidades e oportunidades de negócio com o desenvolvimento do turismo fluvial.”.

Que bonito, senhor Panda! Já estamos todos a imaginar o reflorescer da actividade turística na Amarante futura, com resmas de curiosos a fotografar as ruínas de São Gonçalo. Que interessante será o mundo poder assistir a excelentes documentários da National Geographic sobre as pragas de insectos no Vale do Tâmega, ou as belas reportagens sobre os safaris nas margens da Cascata do Tâmega, uma multidão de caçadores que ocorrerá à região para participar nas batidas às ratazanas. É claro que até a indústria naval reflorescerá com a necessidade de construir quilhas capazes de lavrar no espesso tapete de micro-algas.

Aliás, o senhor Abílio Moura, o senhor Artur Moreira, o senhor Rodrigo da Silva, o senhor Bruno Machado, o senhor Pedro Moura, e, naturalmente, o senhor Panda estão todos certos que as populações a montante de Amarante irão ser tão beneficiadas, lucrarão tanto com a construção de mais quatro (não é uma; são mais quatro, senhor Panda) barragens no Tâmega e seus afluentes, como o foram as populações que ladeiam o pântano chamado Barragem do Torrão: vendas milionárias de terrenos, novas moradias, passeios no rio, competições em motas de água (?!!), imensos restaurantes com uma gastronomia feita à base de roedores, insectos e peixes estranhos – tudo, tudo mais valias proporcionadas pela construção da barragem do Torrão; tudo fruto da excepcional qualidade das águas do Tâmega.

Perdoe-me o sarcasmo senhor Panda, mas só quem nunca foi ao Torrão, só quem é completamente ignorante em relação a tantos outros casos de desrespeito pelos mais elementares direitos das populações (como aconteceu recentemente no Alqueva), só quem nunca reparou que as barragens construídas em Portugal foram sempre implantadas em regiões pobres, e que, passadas décadas, continuam pobres, porque ninguém lhes pagou o que lhes foi prometido, e porque agora têm ainda menos do que no tempo em que lhes compraram as vontades com um saco de rebuçados envenenados.

Se o senhor Panda fosse um jornalista a sério, se o seu artigo não fosse um punhado de areia atirado aos olhos do povo, o senhor faria aquilo que se espera de uma pessoa credível: investigaria. Nessa altura, no seu artigo, consideraria a hipótese da gente da sua terra poder estar (a ser) enganada. Sabe porquê? Porque a população não sabe que as grandes barragens são construídas em regime de condomínio fechado, pelo que o senhor Pedro Moura ou o senhor Rodrigo da Silva não venderão uma única alface, uma cerveja ou uma galinha à construtora da barragem. Porque os terrenos desapropriados, se algum dia forem pagos (investigue outros casos ocorridos no nosso país), serão comprados de acordo com o valor matricial declarado nas finanças – uma ninharia, portanto. Porque os empregados das grandes construtoras são emigrantes de leste, africanos ou brasileiros, mão-de-obra mais barata do que os necessitados operários da região. Porque ninguém quer tomar banho em águas podres. Porque ninguém quer construir uma casa de férias junto a um pântano. Por tantos e tantos motivos que o senhor não conhece ou não considera dignos de serem referenciados no seu vaidoso artigo, senhor Panda.

O senhor Alexandre Panda também nunca se terá questionado se cinco barragens numa mesma região não será demais. O senhor também não parece estar muito interessado em publicitar o transvase do rio Olo, de forma a alimentar a barragem de Gouvães. Não o incomoda o facto dessa acção ter consequências irreversíveis do ponto de vista ambiental, social e cultural, destruindo o mesmo rio e uma das paisagens naturais mais belas do nosso país: as fisgas de Ermelo.

O senhor Panda começa o seu artigo informando-nos que existe uma oposição à construção da barragem de Fridão, “essencialmente em Amarante”, mas não se digna a identificar nem a caracterizar esse movimento cívico de oposição, não pensou que seria pertinente escutar essa opinião e citá-la no seu artigo. Aliás, o senhor Panda não sabe, mas o Movimento de Cidadania de oposição à construção da barragem tem núcleos dinâmicos em toda a região, incluindo Celorico de Basto, Mondim e Ermelo. O senhor não sabe que a recente petição colocada on-line conta já com mais de 1300 assinaturas, onde constam muitos nomes de cidadãos das zonas que o senhor diz estarem identificadas com o projecto da barragem. Neste momento, há muitos amarantinos espalhados pelo mundo que vivem com grande angústia a possibilidade dessa construção e que estão disponíveis para lutar contra quem quer roubar o “seu rio” transformando-o numa imensa cascata de betão. Neste momento, há jovens estudantes que escolheram o impacto ambiental com a construção da barragem como tema dos seus trabalhos na disciplina da Área de Projecto. Também não sabe que esses jovens escrevem canções de protesto, escrevem textos de revolta que editam em diversos blogues solidários com a causa do Movimento de Cidadania. O senhor não sabe, mas continua a escrever.

O senhor Panda não sabe de muita coisa, porque provavelmente só sabe o que lhe convém. Enquanto director adjunto de um jornal local, cuja principal função deve ser informar e não desinformar, estar atento às ameaças que coloquem em perigo a qualidade de vida dos seus potenciais leitores, a sua posição deixa muito a desejar. Um dia, não se admire se alguém lhe atribuir uma co-responsabilidade moral pelo assassinato de toda uma região.

Talvez não seja por acaso que o senhor se chama Panda. O senhor Alexandre move-se muito devagar, só se alimenta de folhas seleccionadas e vive em cativeiro. O panda é um animal em vias de extinção. Mas, infelizmente, jornalistas da sua espécie há muitos.

António Costa
MOVIMENTO CIDADANIA PARA O DESENVOLVIMENTO NO TÂMEGA (subscritor da Petição Anti-Barragem - Salvar o Tâmega e a Vida no Olo)
(Amarante – Novembro de 2008)

PNBEPH - RIO TÂMEGA: Cidadãos contra barragem no Tâmega vão ser recebidos por Cavaco Silva






PNBEPH - RIO TÂMEGA
Cidadãos contra barragem no Tâmega vão ser recebidos por Cavaco Silva



Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega, que luta contra a construção da barragem de Fridão, em Amarante, vai ser recebido quarta-feira pelo Presidente da República, anunciou hoje a organização. 

Cavaco Silva visita a 3 de Dezembro o Município do Marco de Canaveses, onde vai inaugurar um parque fluvial no rio Tâmega e as piscinas municipais de Alpendorada e Matos.


Será após a sessão de boas-vindas, na qual o Presidente da República receberá a Medalha de Honra e o título de cidadão honorário do Município, que uma delegação do movimento contestatário das barragens no rio Tâmega entregará a Cavaco Silva um exemplar do Manifesto Anti-barragem "Salvar o Tâmega e a vida no Olo".


O líder do movimento, Emanuel 
Queirós, disse à Lusa que o lançamento do manifesto anti-barragem serve "para mobilizar a população para a fase da discussão pública" sobre o projecto da barragem, que deverá ocorrer no segundo semestre de 2009, quando for apreciado o estudo de impacte ambiental, em elaboração. 

Além do manifesto, o movimento anti-barragem lançou uma petição na internet, que recolheu mais de 1.100 assinaturas em menos de duas semanas.


O manifesto é subscrito por cidadãos dos quatro concelhos afectados pela construção do empreendimento – Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Amarante.


"As barragens no Tâmega vêm fazer a artificialização do rio, provocam a implosão do vale, a destruição dos ecossistemas, ou seja, a interrupção da vida natural tal como nós a conhecemos"
, considera o movimento de cidadãos. 

Insurgindo-se contra "a falta de voz de determinação e reivindicação" dos órgãos da região, o movimento quer fazer ouvir a sua voz junto dos órgãos de Estado.


"Não queremos a barragem de Fridão nem aceitamos o transvase das águas do Olo para a ribeira da barragem de Gouvães e exortamos os órgãos de soberania do Estado português a respeitar a cidadania e a vida tal como nós a conhecemos"
, salienta Emanuel Queirós. 

Para o líder do movimento anti-barragem, é importante dizer às populações da bacia do Tâmega "que nada está decidido e que o processo de construção da barragem pode ser revertido".


O contrato da concessão da barragem de Fridão, no rio Tâmega, a celebrar entre o Estado e a EDP vai ser assinado em Dezembro, assegurou à Lusa, no início de Novembro, o presidente do Instituto da Água (INAG).

A atribuição dos contratos de concessão com a EDP – que ganhou o concurso para Fridão, Alvito e Foz Tua – com a Endesa – que ganhou Girabolhos – e com a Iberdrola – que ganhou Gouvães, Padroselos, Alto Tâmega e Daivões – será feita por decreto-lei, precisou Orlando Borges.


O Estado vai encaixar 624 milhões de euros com a adjudicação da concessão de oito barragens do Programa Nacional de Barragens à EDP, Iberdrola e Endesa, afirmou à Lusa o presidente do Instituto da Água (INAG).


O investimento total nas oito barragens será de cerca de 3.000 milhões de euros e o aumento da produção hídrica, que estava previsto ser de 1.100 megawatts (MW) para as 10 barragens programadas, será “ultrapassado”, afirmou Orlando Borges.


O presidente do Instituto da Água confirmou que as barragens de Almourol e Pinhosão não receberam qualquer proposta no concurso lançado pelo Governo, ficando por construir.


Orlando Borges afirmou, no entanto, que dadas as “fortíssimas restrições” colocadas à construção das barragens de Almourol e Pinhosão, vê como “positiva” a sua não construção. “Os objectivos que tínhamos com dez barragens [em termos de encaixe financeiro e de produção hídrica], vamos conseguir atingi-los com oito”, afirmou.

Diário do Minho, in Partilha do Saber - 30 de Novembro de 2008

sábado, 29 de novembro de 2008

PNBEPH - TÂMEGA: Cidadãos contestam barragem de Fridão









PNBEPH - TÂMEGA
Cidadãos contestam barragem de Fridão

O Movimento Cidadania para o Desenvolvimento do Tâmega, que luta contra a construção da barragem de Fridão, em Amarante, vai ser recebido quarta-feira pelo Presidente da República, anunciou este sábado a organização, noticia a agência Lusa. 

Cavaco Silva visita a 3 de Dezembro o Município do Marco de Canaveses, onde vai inaugurar um parque fluvial no rio Tâmega e as piscinas municipais de Alpendorada e Matos. 

Será após a sessão de boas-vindas, na qual o Presidente da República receberá a Medalha de Honra e o título de cidadão honorário do Município, que uma delegação do movimento contestatário das barragens no rio Tâmega entregará a Cavaco Silva um exemplar do Manifesto Anti-barragem «Salvar o Tâmega e a vida no Olo». 

Amarante em risco de desastre ambiental 

O líder do movimento, Emanuel Queirós, disse que o lançamento do manifesto anti-barragem serve «para mobilizar a população para a fase da discussão pública» sobre o projecto da barragem, que deverá ocorrer no segundo semestre de 2009, quando for apreciado o estudo de impacte ambiental, em elaboração. 

Além do manifesto, o movimento anti-barragem lançou uma petição na internet, que recolheu mais de 1.100 assinaturas em menos de duas semanas. 

O manifesto é subscrito por cidadãos dos quatro concelhos afectados pela construção do empreendimento - Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Amarante. 

«As Barragens do Tâmega vêm fazer a artificialização do rio, provocam a implosão do vale, a destruição dos ecossistemas, ou seja, a interrupção da vida natural tal como nós a conhecemos», considera o movimento de cidadãos. 

Insurgindo-se contra «a falta de voz de determinação e reivindicação» dos órgãos da região, o movimento quer fazer ouvir a sua voz junto dos órgãos de estado. 

«Não queremos a barragem de Fridão nem aceitamos o transvase das águas do Olo para a ribeira da barragem de Gouvães e exortamos os órgãos de soberania do Estado português a respeitar a cidadania e a vida tal como nós a conhecemos», salienta Emanuel Queirós. 

Barragens do Alto Tâmega vão afectar Fisgas de Ermelo 

Para o líder do movimento anti-barragem, é importante dizer às populações da bacia do Tâmega «que nada está decidido e que o processo de construção da barragem pode ser revertido». 

O contrato da concessão da barragem de Fridão, no rio Tâmega, a celebrar entre o Estado e a EDP vai ser assinado em Dezembro, assegurou no início de Novembro, o presidente do Instituto da Água (INAG).

Redação com AF, in Lux - 29 de Novembro de 2008
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

PNBEPH - RIO TÂMEGA: Movimento de cidadãos que contesta barragem de Fridão vai ser recebido por Cavaco Silva






PNBEPH - RIO TÂMEGA
TÂMEGA: Movimento de cidadãos que contesta barragem de Fridão vai ser recebido por Cavaco Silva 

O Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega, que luta contra a construção da barragem de Fridão, em Amarante, vai ser recebido quarta-feira pelo Presidente da República, anunciou hoje a organização. 

Cavaco Silva visita a 3 de Dezembro o Município do Marco de Canaveses, onde vai inaugurar um parque fluvial no rio Tâmega e as piscinas municipais de Alpendorada e Matos.

Será após a sessão de boas-vindas, na qual o Presidente da República receberá a Medalha de Honra e o título de cidadão honorário do Município, que uma delegação do movimento contestatário das barragens no rio Tâmega entregará a Cavaco Silva um exemplar do Manifesto Anti-barragem "Salvar o Tâmega e a vida no Olo".

O líder do movimento, Emanuel Queirós, disse à Lusa que o lançamento do manifesto anti-barragem serve "para mobilizar a população para a fase da discussão pública" sobre o projecto da barragem, que deverá ocorrer no segundo semestre de 2009, quando for apreciado o estudo de impacte ambiental, em elaboração. 

Além do manifesto, o movimento anti-barragem lançou uma petição na internet, que recolheu mais de 1.100 assinaturas em menos de duas semanas.

O manifesto é subscrito por cidadãos dos quatro concelhos afectados pela construção do empreendimento – Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Amarante.

"As barragens no Tâmega vêm fazer a artificialização do rio, provocam a implosão do vale, a destruição dos ecossistemas, ou seja, a interrupção da vida natural tal como nós a conhecemos", considera o movimento de cidadãos. 

Insurgindo-se contra "a falta de voz de determinação e reivindicação" dos órgãos da região, o movimento quer fazer ouvir a sua voz junto dos órgãos de Estado.

"Não queremos a barragem de Fridão nem aceitamos o transvase das águas do Olo para a ribeira da barragem de Gouvães e exortamos os órgãos de soberania do Estado português a respeitar a cidadania e a vida tal como nós a conhecemos", salienta Emanuel Queirós. 

Para o líder do movimento anti-barragem, é importante dizer às populações da bacia do Tâmega "que nada está decidido e que o processo de construção da barragem pode ser revertido".

Contrato de concessão avança em Dezembro
O contrato da concessão da barragem de Fridão, no rio Tâmega, a celebrar entre o Estado e a EDP vai ser assinado em Dezembro, assegurou à Lusa, no início de Novembro, o presidente do Instituto da Água (INAG).

A atribuição dos contratos de concessão com a EDP – que ganhou o concurso para Fridão, Alvito e Foz Tua – com a Endesa – que ganhou Girabolhos – e com a Iberdrola – que ganhou Gouvães, Padroselos, Alto Tâmega e Daivões – será feita por decreto-lei, precisou Orlando Borges.

O Estado vai encaixar 624 milhões de euros com a adjudicação da concessão de oito barragens do Programa Nacional de Barragens à EDP, Iberdrola e Endesa, afirmou à Lusa o presidente do Instituto da Água (INAG).

O investimento total nas oito barragens será de cerca de 3.000 milhões de euros e o aumento da produção hídrica, que estava previsto ser de 1.100 megawatts (MW) para as 10 barragens programadas, será “ultrapassado”, afirmou Orlando Borges.

O presidente do Instituto da Água confirmou que as barragens de Almourol e Pinhosão não receberam qualquer proposta no concurso lançado pelo Governo, ficando por construir.

Orlando Borges afirmou, no entanto, que dadas as “fortíssimas restrições” colocadas à construção das barragens de Almourol e Pinhosão, vê como “positiva” a sua não construção. “Os objectivos que tínhamos com dez barragens [em termos de encaixe financeiro e de produção hídrica], vamos conseguir atingi-los com oito”, afirmou.

in Marão online - 29 de Novembro de 2008

PNBEPH - BARRAGEM DE FRIDÃO: Cavaco vai receber Movimento contra barragem de Fridão











PNBEPH - BARRAGEM DE FRIDÃO
Cavaco vai receber Movimento contra barragem de Fridão 

Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega, que luta contra a construção da barragem de Fridão, em Amarante, vai ser recebido quarta-feira pelo Presidente da República, anunciou hoje a organização.

Cavaco Silva visita a 3 de Dezembro o Município do Marco de Canaveses, onde vai inaugurar um parque fluvial no rio Tâmega e as piscinas municipais de Alpendorada e Matos.


Será após a sessão de boas-vindas, na qual o Presidente da República receberá a Medalha de Honra e o título de cidadão honorário do Município, que uma delegação do movimento contestatário das barragens no rio Tâmega entregará a Cavaco Silva um exemplar do Manifesto Anti-barragem «Salvar o Tâmega e a vida no Olo».


O líder do movimento, Emanuel Queirós, disse à Lusa que o lançamento do manifesto anti-barragem serve «para mobilizar a população para a fase da discussão pública» sobre o projecto da barragem, que deverá ocorrer no segundo semestre de 2009, quando for apreciado o estudo de impacte ambiental, em elaboração.


Além do manifesto, o movimento anti-barragem lançou uma petição na internet, que recolheu mais de 1.100 assinaturas em menos de duas semanas.


Cavaco vai receber Movimento contra barragem de Fridão

O manifesto é subscrito por cidadãos dos quatro concelhos afectados pela construção do empreendimento – Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Amarante.

in Diário Digital/Lusa e Milleniumbcp.pt - 29 de Novembro de 2008

PNBEPH - "Com o rio Olo na mira dos inimigos do património Natural»

PNBEPH - "Com o rio Olo na mira dos inimigos do património Natural"
as "quedas do cabril...."

Fisgas de Ermelo - Alvão

O rio Olo é um afluente do Tâmega que nasce na serra de Ordens, um braço do Marão, a nascente de Lamas de Olo (Vila Real), e desagua junto a Fridão (Amarante). 

Ao longo do seu percurso ele é a veia arterial responsável pela irrigação de toda essa zona agrícola que tem o vale do Olo por espaço seu: Lamas de Olo, Ermelo, Pardelhas, Campanhó, Paradança e Fridão. Mas o rio Olo alem ser a veia arterial desse zona agrícola que se distende desde Lamas de Olo até Fridão é também um rio muito conhecido e frequentado pelos adeptos da pesca desportiva, pois são famosas as trutas que nele se criam, sobretudo as que, nas Fisgas de Ermelo, são criadas e pescadas nas "Piocas do Olo". 

Depois o desporto náutico é também, hoje em dia, uma forte mais valia no campo socioeconómico, aqui com realce para a canoagem que como vamos demonstrar tem neste rio, e na sua foz, excelentes condições para o aproveitamento dessa actividade. 

A juntar a tudo isto acresce destacar a importância que no cenário paisagístico da região de Basto representa como atractivo turístico o seu decantado e dantesco fraguedo que como sabemos dá pelo nome de Fisgas de Ermelo ou "Quedas do Cabril". 

No entanto apesar de toda essa importância, o rio Olo, segundo se consta, está na mira dos inimigos de tudo quanto seja património Natural, se não vejamos o que em artigo, publicado em A Voz de Trás-os-Montes de 13 do corrente, nos relata o jornalista José Manuel Cardoso: "As populações do vale do rio Olo estão preocupadas com o possível transvase parcial deste curso de água para uma pequena barragem prevista no Programa Nacional de Barragens, referente ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Gouvães da Serra. 

Se isto se concretizar, as Fisgas de Ermelo podem correr o risco de ficarem secas, em alturas de pouca precipitação". 

Nesse mesmo jornal, é Barroso da Fonte quem também, em artigo à volta do assunto, vem alertar: "Seja como for há que ter em atenção o interesse paisagístico e a preservação do meio ambiente. 

Não podem a ganância e a gula de certos políticos hipotecar o pouco de bom que as zonas periféricas herdaram da própria Natureza. Há que ter respeito pelas leis naturais e tratar a todos rurais ou urbanos, pobres ou ricos, empresários e obreiros com os mesmos critérios. Que as águias que sobrevoam as Fisgas de Ermelo tenham, pelo menos, os mesmos direitos dos lobos da Samardã".

Em blog que alimentei até 4 de Maio do ano em curso, recordo que encerrei a sua laboração com um post à volta deste rio que mereceu de Jofre de Lima Monteiro Alves o seguinte comentário, em 7 de Setembro pp : "Venho lastimar o encerramento deste espaço bairrista e de dedicação ao torrão natal. Ficam os demais, felizmente". 

Também a 22 do mês seguinte uma minha conterrânea, Mgraça, se manifestava, assim: "Eu também quero protestar pelo encerramento de “Mestas”. É uma pena! - Valia só pelos fotos que tem, nem eram necessários comentários, o resto do País nem sequer faz ideia dos recantos do Olo, do Mestas, do Tâmega e do Cabril etc. 

Seria melhor repensar???..." – Agradeço as referências, mas o meu blog Mestas passou à história..., entretanto vou transcrever o post com que encerrei o dito blog: "Não muito afastado das Mestas (Vilar de Ferreiros) passa o Olo, rio que descendo da serra de Ordens (Lamas de Ôlo) tem nas "Fisgas de Ermelo" o seu mais espectacular cenário. 

Serra a baixo, num percurso relativamente curto, mas tormentoso, o Olo desagua em rápido no Tâmega, mais precisamente junto a Fridão, freguesia do concelho de Amarante e que tem São Faustino por patrono. 

Vem este post na sequência duma notícia que li no Correio do Marão, onde o Professor Doutor Rui Cortes, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, garante que "se se avançar com a construção da barragem de Fridão, Amarante pode sofrer um desastre ambiental irreparável". 

Mais acrescenta que a concretizar-se a construção da barragem, "a água a jusante resultaria apenas do caudal ecológico mínimo obrigatório, incapaz de sustentar a fauna e aflora existentes, pelo que Amarante, conforme a conhecemos desapareceria".

Deixem Fridão em paz, digo eu! Já lhe basta a sua museológica Central Hidroeléctrica que, sonhada em 1912, veio a fazer de Amarante uma das primeiras localidades iluminadas por energia eléctrica, em 1917. Que em vez duma barragem que só vem profanar as margens do sagrado Tameobrigus (Tâmega) e produzir mosquitos em águas estagnadas, antes se aproveitem todas as suas potencialidades turísticas à semelhança do Centro de Estágio de Canoagem de Fridão, cuja CM de Amarante apoia, e além disso ainda não há muito abriu um concurso para requalificação da Quinta das Fontainhas, também em Fridão, onde será construído um Centro para Slalon. 

É tempo dos medíocres de São Bento deixarem que nas vilas e aldeias de Portugal seja o povo ali residente a decidir sem influência de forças estranhas ao ambiente...". 

O que então não sabia é que na mente destes políticos que temos estava também em agenda matar o Olo na sua origem. 

Um conselho, aos habitantes do vale do Olo: convidem todos os responsáveis por estes dois projectos que visam matar o rio na foz e na origem, a deslocarem-se em visita às Fisgas, não pelo lado do Fojo, mas antes por Varzigueto, e mandem-nos de olhos tapados ver as quedas do cabril...

Fisgas - o belo horrível!

José Augusto da Costa Pereira, in Portugal, minha terra - 29 de Novembro de 2008

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

 Movimento Cidadania para o Desenvolvimento do Tâmega: COMUNICADO

SALVAR O TÂMEGA E A VIDA NO OLO




Movimento Cidadania para o Desenvolvimento do Tâmega, Vale do Tâmega, Novembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

RIO TÂMEGA - TEMA ANTI-BARRAGEM: "A verdade fugiu"

RIO TÂMEGA - TEMA ANTI-BARRAGEM
"A verdade fugiu"



O tema musical "A verdade fugiu" foi elaborado durante o mês de Novembro de 2008 por dois alunos do Colégio de São Gonçalo (Amarante). 

A Amália Carvalho (autora da letra) e o Vasco (autor da música e intérprete) estão solidários com a «Causa» anti-barragem no Tâmega, e escolheram uma forma de expressão artística muito tocante como contributo para ajudar à sensibilização e divulgação da problemática recaída sobre o rio, a água, a paisagem, o ambiente e as suas populações.

A letra poderá ser vista aqui: "A verdade fugiu" (letra)

Caminho só sobre a água à noite

Caminho só sobre a água à noite

Foto do dia, ou melhor...da noite do dia 28 de Novembro.

Obrigado a todos pelo incentivo e às insónias pela oportunidade!

Quem vinha da romana Emerida e repousava em Tongobriga a caminho de Bracara Augusta passava o Rio Tâmega por uma Ponte que foi Romana, Românica e depois Moderna. Esta última mirava aos seus pegões o cenário mais belo do meu Mundo: areais alvos, quedas de água pura, ilhas de sonho e recantos inesquecíveis. A barragem do Torrão submergiu a elegante ponte mas nunca conseguirá afogar as minhas memórias de menino.
Por vezes, ouço o chamamento do rio a ecoar sob o arco dessas pedras e vou recordar, e fingir que o amanhecer e o nevoeiro não revelarão a tristeza desta visão de Homem Moderno.

No meio do Tâmega, entre as Igrejas Românicas de São Nicolau e a de Canaveses.

NÃO À BARRAGEM DE FRIDÃO

OlhOvivo!

1000 imagens - 27 de Novembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

PNBEPH - RIO TÂMEGA: Movimento promove Conferência de Imprensa










PNBEPH - RIO TÂMEGA
Movimento promove Conferência de Imprensa

Face à brutal acção em curso contra a bacia do rio Tâmega e as suas populações, contida no «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico», e perante a manifesta incapacidade dos órgãos do poder local (câmaras e assembleias municipais) se oporem a tal investida, o Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega tomou a iniciativa de agir publicamente contra a acção decorrente da alienação dos recursos hídricos no Tâmega às eléctricas ibéricas EDP, S.A. e IBERDROLA, S.A., visando obstar que as populações do Baixo Tâmega se vejam espoliadas de um dos bens naturais mais preciosos desta região.

Para o efeito, no próximo dia 28 de Novembro de 2008 (sexta-feira), pelas 18H00, o Movimento levará a efeito uma Conferência de Imprensa no Edifício TOP – Recta de Ramos, em Amarante (GPS 41.17.09-N – 8.05.18-W), onde fará a apresentação pública das bases programáticas à contestação do «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico» e às circunstâncias políticas que levam à sua execução na bacia do Tâmega.

Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega - 25 de Novembro de 2008

domingo, 23 de novembro de 2008

PNBEPH - Programa Nacional de Barragens: Cidadania Responsável (Com Atraso)

PNBEPH - Programa Nacional de Barragens
Cidadania Responsável (Com Atraso)

Tâmega - Amarante (São Gonçalo) | Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Tenho andado talvez demasiado envolvida nesta luta de professores que abracei por inteiro, porque a encontro justa e certa, contra uma Tutela que perdurará na História por certo como "A Incompetente". 

A minha dedicação a esta causa fez-me descurar um pouco outros assuntos igualmente importantes, de que aliás já falei neste blogue. O meu irmão fez-me o favor de me relembrar. A minha sobrinha Inês reforçou. :)
Assim, hoje é dia de deixar um apelo aos meus leitores. Leiam o Manifesto. Leiam a petição e juntem-se a nós na salvaguarda de rios que são nosso património comum.

"Em face da brutal acção política do Governo contra o Tâmega/Olo e as suas populações, contida no «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico», e da manifesta incapacidade reconhecida nos órgãos do poder local (câmaras e assembleias municipais) se oporem a tal investida, um grupo alargado de cidadãos dos concelhos de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto, tomaram em mãos a iniciativa de agir contra a acção vil e mercenária de alienar os caudais dos rios Tâmega e Olo às eléctricas ibéricas EDP, S.A. e IBERDROLA, S.A., visando obstar que as populações do Baixo Tâmega se vejam espoliadas de um dos bens naturais mais preciosos de nossa região.Deste modo, foi criado o «Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega», o qual tem as suas bases programáticas para esta acção expostas em «Manifesto» próprio, o qual pode ser consultado em


http://cidadaniaparaodesenvolvimentonotamega.blogspot.com/

de onde é possível aceder à «Petição Anti-Barragem – Salvar o Tâmega e a vida no Olo» colocada em

http://www.petitiononline.com/PABA/petition.html."

Eu já assinei, assina tu também.

Anabela Magalhães, in Anabela Magalhães - 23 de Novembro de 2008

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mensagem de apoio à «Causa» do Tâmega na "blogosfera"

PNBEPH - Programa Nacional de Barragens
A paisagem não é só paisagem

A cada momento temos escolhas, somos livres. Nos países democratas somos responsáveis (somos sempre!) pelas escolhas dos nossos governantes. 

O corpo físico de Portugal, a natureza, tem sido sacrificado ao valor lucro, um erro semelhante ao de não comprar uma máscara para trabalhar com pó. 

Os interesses imediatos não podem pôr em causa o futuro. Haja bom senso!

Assinei a petição anti-barragem para que se medite sobre que se quer fazer ao Vale do Tâmega e às suas populações. 

E se se quer inundar as fisgas do Ermelo.

José António Miranda, in O Tirsense - 20 de Novembro de 2008

PNBEPH - RIO TÂMEGA: CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM GERA NEGÓCIOS EM FRIDÃO

 

PNBEPH - RIO TÂMEGA

CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM GERA NEGÓCIOS EM FRIDÃO





Alexandre Panda, in Repórter do Marão, n.º 1207 (Ano 25) páginas 1,12,13 - 20 de Novembro de 2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PNBEPH - Rio Olo: Fisgas de Ermelo

PNBEPH - Rio Olo
Fisgas de Ermelo

PNBEPH - Rio Olo: Fisgas de Ermelo podem perder a beleza natural








PNBEPH - Rio Olo
Fisgas de Ermelo podem perder a beleza natural

O alerta foi dado pela Lusa, a partir do testemunho científico do docente da UTAD, Rui Cortes. Especialista da área do ambiente afirmou que a «construção de quatro barragens na bacia hidrográfica do Tâmega e de mais três derivações de cursos de água vão alterar completamente a zona envolvente a este rio e até mesmo o Parque Natural do Alvão».

O rio Olo é uma dessas derivações e é ele que alimenta as Fisgas de Ermelo, consideradas como as maiores da Europa. Anualmente são visitadas por milhares de pessoas, nomeadamente por escolas, o que incute nas crianças imagens inapagáveis para toda a vida. 

De acordo com o depoimento daquele especialista, com a construção da Barragem de Gouvães, as Fisgas de Ermelo, situadas no Parque Natural do Alvão, sofrem significativamente na sua beleza multi-secular. Ainda não vimos a Quercus, sempre atenta a estas alterações ambientais, erguer a voz autorizada para que os responsáveis tenham em atenção estas leis naturais.

Está ainda na retina dos portugueses, designadamente dos Transmontanos, a decisão política de alterar o trajecto da A24, gastando por causa disso mais sete milhões de euros. Tudo para salvaguardar uma alcateia de (sete lobos). O palco das operações é o mesmo: o Alvão.

Nessa altura os ambientalistas fizeram-se ouvir e o poder político não teve pejo em poupar os lobos, prejudicando o traçado da via e lesando o orçamento geral do Estado. Houve mais respeito por esses animais selvagens do que pelas pessoas que passam fome. Esse dinheirão abrigava muita gente maronesa e saciava muito estômago vazio. Mas optou-se pela bizarra opção de privilegiar o lobo em detrimento do ser humano.Confrontamo-nos, agora, com um erro maior e mais gritante, correndo o risco de extinguir uma das maiores atracções paisagísticas do Alvão, a mesma montanha que, há meia dúzia de anos, foi palco daquela patética opção política.

O JN deu guarida às preocupações ambientalistas de Rui Cortes e nessa notícia esclarece que o projecto das quatro barragens da «cascata do Tâmega»: Alto Tâmega, Daivões, Padroselos e Gouvães foi adjudicado ao grupo espanhol Iberdola. E abriu concurso público para escolher a empresa que vai efectuar o Estudo de Impacte Ambiental. 

Informa ainda o técnico da UTAD que a barragem de Gouvães que vai ser construída no Rio Torno, derivará da água de dois afluentes: o Olo e a Alvadia. Por esse motivo o caudal que actualmente corre nas figas de Ermelo será reduzido ao mínimo, facto que irá afectar a queda de água que poderá, até, em certas alturas, desaparecer. Ou seja: não está em causa a construção da barragem, mas sim a derivação de água do rio Olo. É por esse motivo que Rui Cortes alerta a EIA (Estudo de Impacte Ambiental). 

Refira-se que as Fisgas de Ermelo têm um desnível que se estende ao longo de 200 metros de extensão, separando as zonas graníticas das xistosas das terras envolventes. 

Esclarece ainda o técnico da UTAD que a construção das quatro barragens vai transformar o Rio Tâmega numa grande albufeira, com cerca de 150 quilómetros, desde a fronteira com a Espanha até Amarante. 

Numa fase posterior será acrescentada uma outra barragem chamada de «Fridão». Perto de Amarante. Mondim de Basto, Ribeira de Pena e uma dezena de aldeias vão ser afectadas com estas alterações ambientais. 

Os Amarantinos contestam a albufeira a situar às portas da cidade. Já as restantes quatro têm o apoio das Câmaras de Chaves, Boticas, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar. 

Um ilustre filho de Ermelo teve a gentileza de remeter-nos um recorte do JN, adicionando considerações que julgamos oportunas. Afirma que «as quedas de água do Rio Olo, também chamadas «Quedas do Cabril», ou «As Fisgas de Ermelo» estão sob a mira gulosa de uma empresa espanhola. E essa gula vai arruinar uma das maiores maravilhas telúricas e paisagísticas de Portugal e de toda a Europa, porque o simples facto de diminuir o caudal do rio, extingue a beleza que desde sempre aquele sumptuoso santuário geográfico propiciou a quem o visita. No inverno, em muitos anos, a água, não é muita. E, no verão, o caudal é, por via de regra, diminuto. 

Em vez de se criarem condições para reforçar esse caudal, enriquecendo a paisagem e promovendo o turismo regional, mata-se essa raridade, em proveito da ganância de certos decisores que só não vendem a Lua porque ainda não têm jurisdição sobre ela. Até as águias que por ali ainda cumprem o seu destino, como espécie rara que seria óbvio acautelar e propagar, correm o risco de desaparecer, irremediavelmente. 

Temos visto por esse país fora, postos da luz, árvores velhinhas, cumes rurais transformados em «sítios de interesse público». As cegonhas, por exemplo, têm estatuto diferenciado das águias. Porque será? 

Seja como for há que ter em atenção o interesse paisagístico e a preservação do meio ambiente. Não podem a ganância e a gula de certos políticos hipotecar o pouco de bom que as zonas periféricas herdaram da própria Natureza. 

Há que ter respeito pelas leis naturais e tratar a todos, rurais ou urbanos, pobres e ricos, empresários e obreiros com os mesmos critérios. Que as águias que sobrevoam as Fisgas de Ermelo tenham, pelo menos, os mesmos direitos dos Lobos da Samardã.

Barroso da Fonte (Dr.), in Notícias do Douro

domingo, 16 de novembro de 2008

Barragem de Fridão - consequências negativas para Amarante

 PNBEPH - Barragem de Fridão 
Consequências negativas para Amarante
O fantasma da construção da barragem de Fridão paira sobre Amarante.

O projecto hidroeléctrico prevê a sua instalação a cerca de 12 quilómetros a montante do centro urbano de Amarante, o que a confirmar-se trará prejuízos irreparáveis no património paisagístico da cidade e destruirá permanentemente o ex-libris, envolvente das margens e as pequenas ilhas ou ínsuas existentes próximas da ponte de S. Gonçalo.

Diminuirá de forma irreversível a corrente da água, provocando uma estagnação das mesmas, o que contribui para a sua degradação e até para a própria qualidade de vida das populações, que vivem próximo da zona ribeirinha.

Com a água estagnada, será desencadeado um processo de eutrofização, o que originará no aparecimento de algas, algumas das quais com níveis de toxicidade, espécies piscícolas serão gravemente afectadas, e o seu desaparecimento uma certeza, subsistirá espécies exóticas, os ecossistemas existentes serão extintos.

Como se não basta a possível construção da barragem de Fridão, encontra-se também na "calha", a edificação de um açude a jusante para tentar restabelecer a circulação da água, mas que será insuficiente para manter viva a fauna e a flora.

Até mesmo a cota da barragem do Torrão poderá subir, com a implantação deste projecto hidroeléctrico o que acarretará ainda mais pesadas consequências, na água que atravessará a cidade, pela sua falta de oxigenação.

O referido empreendimento hidroeléctrico prevê o armazenamento de cerca de 200 mil milhões de metros cúbicos de água, ultrapassando em mais do dobro a água que actualmente comporta a barragem de Torrão.

No Plano Nacional Hidroeléctrico Foz Tua, Fridão e Vidago são os empreendimentos hidroeléctricos prioritários, o seu conjunto representa 487 megawatts, que representa cerca de 10% da energia eléctrica produzida em Portugal.

É por isso de vital importância toda a Sociedade Civil Amarantina mobilizar-se para lutarem contra a construção da Barragem de Fridão.

E até mesmo quem já visitou ou conhece Amarante, e passeou nas suas margens, ou visitou belos lugares frondosos de árvores, situadas na sua proximidade e viu o enquadramento paisagístico e arquitectónico proporcionado por aquelas imagina com certeza o que irá suceder com a existência de uma barragem a poucos quilómetros do centro de Amarante.

Voltarei em próximos artigos a abordar esta problemática indicada.


Carlos Portela, in Carlos Portela-Blogue - 16 de Novembro de 2008