as "quedas do cabril...."
Fisgas de Ermelo - Alvão
O rio Olo é um afluente do Tâmega que nasce na serra de Ordens, um braço do Marão, a nascente de Lamas de Olo (Vila Real), e desagua junto a Fridão (Amarante).
Ao longo do seu percurso ele é a veia arterial responsável pela irrigação de toda essa zona agrícola que tem o vale do Olo por espaço seu: Lamas de Olo, Ermelo, Pardelhas, Campanhó, Paradança e Fridão. Mas o rio Olo alem ser a veia arterial desse zona agrícola que se distende desde Lamas de Olo até Fridão é também um rio muito conhecido e frequentado pelos adeptos da pesca desportiva, pois são famosas as trutas que nele se criam, sobretudo as que, nas Fisgas de Ermelo, são criadas e pescadas nas "Piocas do Olo".
Depois o desporto náutico é também, hoje em dia, uma forte mais valia no campo socioeconómico, aqui com realce para a canoagem que como vamos demonstrar tem neste rio, e na sua foz, excelentes condições para o aproveitamento dessa actividade.
A juntar a tudo isto acresce destacar a importância que no cenário paisagístico da região de Basto representa como atractivo turístico o seu decantado e dantesco fraguedo que como sabemos dá pelo nome de Fisgas de Ermelo ou "Quedas do Cabril".
No entanto apesar de toda essa importância, o rio Olo, segundo se consta, está na mira dos inimigos de tudo quanto seja património Natural, se não vejamos o que em artigo, publicado em A Voz de Trás-os-Montes de 13 do corrente, nos relata o jornalista José Manuel Cardoso: "As populações do vale do rio Olo estão preocupadas com o possível transvase parcial deste curso de água para uma pequena barragem prevista no Programa Nacional de Barragens, referente ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Gouvães da Serra.
Se isto se concretizar, as Fisgas de Ermelo podem correr o risco de ficarem secas, em alturas de pouca precipitação".
Nesse mesmo jornal, é Barroso da Fonte quem também, em artigo à volta do assunto, vem alertar: "Seja como for há que ter em atenção o interesse paisagístico e a preservação do meio ambiente.
Não podem a ganância e a gula de certos políticos hipotecar o pouco de bom que as zonas periféricas herdaram da própria Natureza. Há que ter respeito pelas leis naturais e tratar a todos rurais ou urbanos, pobres ou ricos, empresários e obreiros com os mesmos critérios. Que as águias que sobrevoam as Fisgas de Ermelo tenham, pelo menos, os mesmos direitos dos lobos da Samardã".
Em blog que alimentei até 4 de Maio do ano em curso, recordo que encerrei a sua laboração com um post à volta deste rio que mereceu de Jofre de Lima Monteiro Alves o seguinte comentário, em 7 de Setembro pp : "Venho lastimar o encerramento deste espaço bairrista e de dedicação ao torrão natal. Ficam os demais, felizmente".
Também a 22 do mês seguinte uma minha conterrânea, Mgraça, se manifestava, assim: "Eu também quero protestar pelo encerramento de “Mestas”. É uma pena! - Valia só pelos fotos que tem, nem eram necessários comentários, o resto do País nem sequer faz ideia dos recantos do Olo, do Mestas, do Tâmega e do Cabril etc.
Seria melhor repensar???..." – Agradeço as referências, mas o meu blog Mestas passou à história..., entretanto vou transcrever o post com que encerrei o dito blog: "Não muito afastado das Mestas (Vilar de Ferreiros) passa o Olo, rio que descendo da serra de Ordens (Lamas de Ôlo) tem nas "Fisgas de Ermelo" o seu mais espectacular cenário.
Serra a baixo, num percurso relativamente curto, mas tormentoso, o Olo desagua em rápido no Tâmega, mais precisamente junto a Fridão, freguesia do concelho de Amarante e que tem São Faustino por patrono.
Vem este post na sequência duma notícia que li no Correio do Marão, onde o Professor Doutor Rui Cortes, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, garante que "se se avançar com a construção da barragem de Fridão, Amarante pode sofrer um desastre ambiental irreparável".
Mais acrescenta que a concretizar-se a construção da barragem, "a água a jusante resultaria apenas do caudal ecológico mínimo obrigatório, incapaz de sustentar a fauna e aflora existentes, pelo que Amarante, conforme a conhecemos desapareceria".
Deixem Fridão em paz, digo eu! Já lhe basta a sua museológica Central Hidroeléctrica que, sonhada em 1912, veio a fazer de Amarante uma das primeiras localidades iluminadas por energia eléctrica, em 1917. Que em vez duma barragem que só vem profanar as margens do sagrado Tameobrigus (Tâmega) e produzir mosquitos em águas estagnadas, antes se aproveitem todas as suas potencialidades turísticas à semelhança do Centro de Estágio de Canoagem de Fridão, cuja CM de Amarante apoia, e além disso ainda não há muito abriu um concurso para requalificação da Quinta das Fontainhas, também em Fridão, onde será construído um Centro para Slalon.
É tempo dos medíocres de São Bento deixarem que nas vilas e aldeias de Portugal seja o povo ali residente a decidir sem influência de forças estranhas ao ambiente...".
O que então não sabia é que na mente destes políticos que temos estava também em agenda matar o Olo na sua origem.
Um conselho, aos habitantes do vale do Olo: convidem todos os responsáveis por estes dois projectos que visam matar o rio na foz e na origem, a deslocarem-se em visita às Fisgas, não pelo lado do Fojo, mas antes por Varzigueto, e mandem-nos de olhos tapados ver as quedas do cabril...
José Augusto da Costa Pereira, in Portugal, minha terra - 29 de Novembro de 2008
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