CULTURA - Mondim de Basto
“Neste preciso momento «ser Mondinense» e «ser de Basto» é, acima de tudo, Ser pelo Rio!”
“Momento único, tocante e lindo”, assim comentou a maioria das pessoas que abarrotou o Pavilhão dos Bombeiros Voluntários de Mondim de Basto. Uma verdadeira epopeia ao rio Tâmega realizada e encenada por Luís Jales de Oliveira.
Quando se juntam pessoas, arte e emoção, o resultado é simplesmente maravilhoso. E foi maravilhoso ver a concentração, no mesmo espaço físico,de variadíssimas formas de expressões com o mesmo objectivo: sentir o Tâmega.
Com um filme sobre paisagens do Tâmega como suporte, o público foi agraciado com o tema "Espelho de água", música de Paulo Gonzo interpretada, por antítese, por Nuno Miguel, Bi, Ana Luisa e Margarida.
“O espelho de água que nos querem vender não é o espelho de água que pretendemos comprar. Aliás nós já temos o mais belo espelho de água do mundo – o rio Tâmega!”.
Quando se juntam pessoas, arte e emoção, o resultado é simplesmente maravilhoso. E foi maravilhoso ver a concentração, no mesmo espaço físico,de variadíssimas formas de expressões com o mesmo objectivo: sentir o Tâmega.
Com um filme sobre paisagens do Tâmega como suporte, o público foi agraciado com o tema "Espelho de água", música de Paulo Gonzo interpretada, por antítese, por Nuno Miguel, Bi, Ana Luisa e Margarida.
“O espelho de água que nos querem vender não é o espelho de água que pretendemos comprar. Aliás nós já temos o mais belo espelho de água do mundo – o rio Tâmega!”.
Actuaram também os já consagrados “Orangtang” que interpretaram em versão acústica dois dos temas do trabalho que estão a editar presentemente. Brilhante!
O poeta Nelson Teixeira da Silva disse, com elevação, poesia sua dedicada ao rio, a cantora lírica Dinora, intérprete de eleição, cantou dois temas de Zeca Afonso, quatro crianças do rio (o Zé, o Alfredo, a Filipa e o Luís) declamaram poesias publicadas no livro, transformando aquele momento num momento muito especial.
Actuou ainda o Grupo de Fados de Mondim de Basto (Silvério Meireles na guitarra, Carlitos Ribeiro na viola, Prof. Reinaldo no baixo e Manuel Faustino na voz) que interpretou e arrebatou a sala, com dois fados: “Povo que lavas no rio” de Pedro Homem de Melo e “Corre-me um rio no peito” de Luís Jales de Oliveira.
O jovem músico José António Machado (Zé Tó), improvisou, com brilhantismo, ao piano, tendo como pano de fundo um filme dedicado à “gente do rio”.
O Grupo Coral de Mondim de Basto, sobre a regência de Manuel Marinho, ofereceu, como corolário daquela noite especial, uma pequena e encantadora abordagem sobre temas populares dedicados ao rio.
Ao encerrar a noite o autor abraçou todos os presentes, cumprimentando as autoridades e agradecendo, reconhecido, a rádios, jornais, sites, blogues, MOND'EVENTOS e particulares que o têm apoiado, divulgado e incentivado.
Por fim fez a leitura dum trecho do livro que retrata as vivências de várias gerações nas margens do nosso Tâmega sagrado.
Deu-se um mergulho, mataram-se saudades e foi feito um brinde à nossa Região. Por Artur Bastos
Actuou ainda o Grupo de Fados de Mondim de Basto (Silvério Meireles na guitarra, Carlitos Ribeiro na viola, Prof. Reinaldo no baixo e Manuel Faustino na voz) que interpretou e arrebatou a sala, com dois fados: “Povo que lavas no rio” de Pedro Homem de Melo e “Corre-me um rio no peito” de Luís Jales de Oliveira.
O jovem músico José António Machado (Zé Tó), improvisou, com brilhantismo, ao piano, tendo como pano de fundo um filme dedicado à “gente do rio”.
O Grupo Coral de Mondim de Basto, sobre a regência de Manuel Marinho, ofereceu, como corolário daquela noite especial, uma pequena e encantadora abordagem sobre temas populares dedicados ao rio.
Ao encerrar a noite o autor abraçou todos os presentes, cumprimentando as autoridades e agradecendo, reconhecido, a rádios, jornais, sites, blogues, MOND'EVENTOS e particulares que o têm apoiado, divulgado e incentivado.
Por fim fez a leitura dum trecho do livro que retrata as vivências de várias gerações nas margens do nosso Tâmega sagrado.
Deu-se um mergulho, mataram-se saudades e foi feito um brinde à nossa Região. Por Artur Bastos
NB - 'Corre-me um Rio no Peito' é o livro que agora será lançado. Em tempos de discussão de discussão da barragem de Fridão pode explicar melhor o título escolhido para a obra.Como olha para a Barragem? Uma ameaça ou uma oportunidade?
LUIS J. OLIVEIRA - “Corre-me um rio no peito” é um cântico ao Rio. É acima de tudo um grito de afirmação do nosso Tâmega sagrado. Não é uma posição técnica e muito menos uma posição política. É um grito contra a inevitabilidade do nosso Rio desaparecer e por consequência é um grito contra a barragem de Fridão. Dei-lhe este título porque considerei que é a frase que melhor caracteriza quem nasceu nestas margens encantadas e quem bebeu da luz de Basto no esplendor dos dias claros.Todos nós sentimos que nos corre um rio cá dentro…
NB - Segundo sei o livro apresenta prosa e verso. Quando começou a delinear este livro?
LO - Há livros que se insinuam, há livros que nos segredam, há livros que nos devoram, há livros que nos provocam durante toda uma eternidade. Há livros escritos a fogo mesmo antes de terem sido escritos a tinta permanente, a esferográfica ou no ecrã do computador.
Pois se me corre um rio no peito, é natural que os gritos desse Rio condenado já ecoassem cá dentro de mim. Alguns textos já existiam, mas foi a partir da II edição do “Contar, cantar e pintar Mondim”, dedicado aos nossos rios, que peguei nas páginas da intervenção que fiz a convite da organização, a aumentei, lhe dei forma e enquadramento e a transformei neste volume que agora tenho o atrevimento de vir apresentar.
NB - Qual é a fonte de inspiração?
LO - Quem nasceu aqui neste quadrilátero esquartelado que o sagrado Tâmega escancara e franqueia, quem lavou as remelas na sublime contemplação de Nossa Senhora da Graça e os cueiros nas cálidas águas do Poço, do Vau, de Santo Aleixo D’Além Tâmega, ou da Ponte de Cavez, não evoca inspiração. Ela vai correndo como um rio. Ela é a água daquele rio que em todos vai correndo.
NB - Este livro relata uma infância ligada a Mondim, à terra onde o Tâmega está sempre presente. O que mudou desde esses tempos de infância?
LO - Mudaram os olhos com que vemos o mundo que nos rodeia. Perdemos a inocência, o sonho e a utopia, ficaram os olhos embaciados pelas duras realidades, pelos preconceitos, pelas convenções, pelo politicamente correcto e pelas modas de circunstância. No entanto, esta paisagem marcante, este património natural extraordinário, apesar de dos bombardeamentos sistemáticos e das agressões mais brutalizadas, continua a dilatar-nos as retinas e a insuflar-nos o peito.
NB - Como vê as novas gerações e a sua ligação com a terra, com Mondim, com o Rio?
LO - Acredito nas novas gerações. E creio que têm alterado, apurado e purificado o seu olhar, inundado e enevoado com ídolos de pés de barro, para uma perspectiva diferente em relação à memória, à história, aos usos, costumes e tradições, em relação a tudo aquilo que nos caracteriza e diferencia, em relação a tudo aquilo que nos torna singulares. E isto é afirmação.
NB - O que é hoje ser Mondinense?
LO - Como dizia, há pouco, ser Mondinense, ser de Basto, ser desta conchinha escancarada é, sobretudo, ter noção das raízes mais profundas do nosso ser, é termos noção do povo a que pertencemos, é ter história, é ter memória e, por consequência dessa mesma consciência, ter futuro prometido. Se as novas gerações, para além de tudo o que possam ter, tiverem isto, que grande Mondim e que grande Basto poderemos ter. Neste preciso momento “ser Mondinense” e “ser de Basto” é, acima de tudo, Ser pelo Rio! N. G.
LUIS J. OLIVEIRA - “Corre-me um rio no peito” é um cântico ao Rio. É acima de tudo um grito de afirmação do nosso Tâmega sagrado. Não é uma posição técnica e muito menos uma posição política. É um grito contra a inevitabilidade do nosso Rio desaparecer e por consequência é um grito contra a barragem de Fridão. Dei-lhe este título porque considerei que é a frase que melhor caracteriza quem nasceu nestas margens encantadas e quem bebeu da luz de Basto no esplendor dos dias claros.Todos nós sentimos que nos corre um rio cá dentro…
NB - Segundo sei o livro apresenta prosa e verso. Quando começou a delinear este livro?
LO - Há livros que se insinuam, há livros que nos segredam, há livros que nos devoram, há livros que nos provocam durante toda uma eternidade. Há livros escritos a fogo mesmo antes de terem sido escritos a tinta permanente, a esferográfica ou no ecrã do computador.
Pois se me corre um rio no peito, é natural que os gritos desse Rio condenado já ecoassem cá dentro de mim. Alguns textos já existiam, mas foi a partir da II edição do “Contar, cantar e pintar Mondim”, dedicado aos nossos rios, que peguei nas páginas da intervenção que fiz a convite da organização, a aumentei, lhe dei forma e enquadramento e a transformei neste volume que agora tenho o atrevimento de vir apresentar.
NB - Qual é a fonte de inspiração?
LO - Quem nasceu aqui neste quadrilátero esquartelado que o sagrado Tâmega escancara e franqueia, quem lavou as remelas na sublime contemplação de Nossa Senhora da Graça e os cueiros nas cálidas águas do Poço, do Vau, de Santo Aleixo D’Além Tâmega, ou da Ponte de Cavez, não evoca inspiração. Ela vai correndo como um rio. Ela é a água daquele rio que em todos vai correndo.
NB - Este livro relata uma infância ligada a Mondim, à terra onde o Tâmega está sempre presente. O que mudou desde esses tempos de infância?
LO - Mudaram os olhos com que vemos o mundo que nos rodeia. Perdemos a inocência, o sonho e a utopia, ficaram os olhos embaciados pelas duras realidades, pelos preconceitos, pelas convenções, pelo politicamente correcto e pelas modas de circunstância. No entanto, esta paisagem marcante, este património natural extraordinário, apesar de dos bombardeamentos sistemáticos e das agressões mais brutalizadas, continua a dilatar-nos as retinas e a insuflar-nos o peito.
NB - Como vê as novas gerações e a sua ligação com a terra, com Mondim, com o Rio?
LO - Acredito nas novas gerações. E creio que têm alterado, apurado e purificado o seu olhar, inundado e enevoado com ídolos de pés de barro, para uma perspectiva diferente em relação à memória, à história, aos usos, costumes e tradições, em relação a tudo aquilo que nos caracteriza e diferencia, em relação a tudo aquilo que nos torna singulares. E isto é afirmação.
NB - O que é hoje ser Mondinense?
LO - Como dizia, há pouco, ser Mondinense, ser de Basto, ser desta conchinha escancarada é, sobretudo, ter noção das raízes mais profundas do nosso ser, é termos noção do povo a que pertencemos, é ter história, é ter memória e, por consequência dessa mesma consciência, ter futuro prometido. Se as novas gerações, para além de tudo o que possam ter, tiverem isto, que grande Mondim e que grande Basto poderemos ter. Neste preciso momento “ser Mondinense” e “ser de Basto” é, acima de tudo, Ser pelo Rio! N. G.
Luís Jales de Oliveira, in Notícias de Basto, N.º 137 , Ano VIII (p. 13) - 19 de Março de 2010
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