Energia eólica: o manifesto defende que a subsidiação do sobrecusto das renováveis ' não pode constitutir uma prática permanente'
A actual política de apoio às energias renováveis "carece de uma profunda revisão", porque os seus custos "podem ter reflexos extremamente negativos nas condições de vida dos portugueses e na competitividade das empresas", afirma um manifesto assinado por 33 conhecidas figuras do mundo económico, empresarial e académico.
O documento, intitulado "Manifesto por uma Nova Política Energética em Portugal", vai ser tornado público a 7 de Abril, na Associação Comercial de Lisboa, e classifica de "aberração económica" os preços subsidiados pagos aos produtores de renováveis .
E é assinado por nomes bem conhecidos como Mira Amaral, Alexandre Relvas, António Borges, Augusto Barroso, Demétrio Alves, Fernando Santo, Francisco Van Zeller, Henrique Neto, João Duque, João Salgueiro, Luís Campos e Cunha, Valente de Oliveira, Avelino de Jesus, Miguel Cadilhe, Miguel Horta e Costa, Pedro Ferraz da Costa e Pedro Sampaio Nunes.
"Tem-se procurado convencer a opinião pública do pretenso sucesso da actual política energética, mas esta mensagem não podia estar mais longe da realidade", assinala o manifesto.
Com efeito, esta política "tem vindo a ser dominada por decisões que se traduzem pela promoção sistemática de formas de energia 'politicamente correctas', como a eólica e a fotovoltaica".
"Preços injustificadamente elevados"
E, na perspectiva dos signatários, estas fontes de energia "apenas sobrevivem graças a imposições de carácter administrativo que garantem a venda de toda a produção à rede eléctrica a preços injustificadamente elevados".
Por outro lado, a corrida às renováveis "não tem tido um efeito sensível na redução do endividamento externo" e tem agravado o défice tarifário, uma dívida "que as famílias vão ter de pagar". E que em 2009 atingiu "um valor assustador, superior a 2000 milhões de euros".
Deste modo, o manifesto considera fundamental "exigir uma avaliação técnica e económica, independente e credível", da actual política energética nacional, de forma a ter em conta "todas as alternativas actualmente disponíveis".
Virgílio Azevedo, in Expresso (www.expresso.pt) - 30 de Março de 2010
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