domingo, 14 de março de 2010

Barragem de Fridão: Movimento Amarante sem barragem espera que manifestação seja um ponto de viragem




Barragem de Fridão:
Movimento Amarante sem barragem espera que manifestação seja um ponto de viragem

Para Hugo Silva, as pessoas de Amarante estavam até há algum tempo “algo desinteressadas” sobre a matéria, mas a discussão que se gerou em torno da segurança suscitou uma maior atenção.

Amarante, 12 mar (Lusa) - O movimento “Amarante sem barragens” espera que a eventual elevada participação na manifestação de sábado contra a Barragem de Fridão possa marcar um ponto de viragem neste processo, disse à Lusa, Hugo Silva, do movimento.
Acreditamos que se a participação for elevada o país vai acordar para a gravidade da situação”, afirmou.

"Acredito que muita gente vai estar presente, inclusive de outros pontos do país, porque esta iniciativa conta com o envolvimento de várias associações ambientalistas", acrescentou.

A manifestação é promovida por várias associações ambientalistas, entre as quais a Quercus e o Geota, e movimentos cívicos, como o Movimento de Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega e o Movimento Ibérico de Afetados pelas Grandes Barragens e Transvases (COAGRET).

A Barragem de Fridão é uma das 10 que constam do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeclétrico, afectando território dos concelhos de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto.
O movimento “Amarante sem Barragem” foca a sua contestação à construção da Barragem de Fridão, prevista para um local a cerca de oito quilómetros da cidade, no que tem a ver com a segurança.

Para Hugo Silva, as pessoas de Amarante estavam até há algum tempo “algo desinteressadas” sobre a matéria, mas a discussão que se gerou em torno da segurança suscitou uma maior atenção.

O activista lembra que a recente declaração do presidente do IA no sentido de que uma inundação da cidade em caso de rutura da barragem pode dar-se em 13 minutos "deixou a população muito preocupada".

“Na cidade fala-se cada vez mais disto. As pessoas estão preocupadas. As pessoas perceberam que se a barragem for construída não poderão dormir descansadas”, concluiu.

A Câmara de Amarante também já deliberou, por unanimidade, opor-se à construção da barragem, por considerá-la “um sacrifício demasiado elevado para os munícipes”.
A manifestação está marcada para as 12:00, mas a partir das 10:00 deverão começar várias actividades, como colocação de faixas na ponte de São Gonçalo, “canoas no rio, escalada e uma banda de música que vai representar a biodiversidade perdida com a construção das barragens”.

Armindo Mendes / Lusa, in TâmegaOnline - 12 de Março de 2010

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