É o tempo da Justiça com o Tâmega!
Talvez nunca o país venha a conhecer com clareza a trama em que o Ministério do Ambiente do XVII Governo constitucional se envolveu nos anos de 2006-2007, pela acção farsante do catedrático Francisco Nunes Correia, para promover os aviltantes negócios da água e a proxeneta venda de rios aos predadores interesses eléctricos privados, governados por ex-Ministros deste país, recuperando do período áureo do Estado Novo (década de 1950) os planos hidro-eléctricos de um regime que poupou a bacia do Tâmega de tamanho, sôfrego e falso, «interesse público».
Acompanhámos a tramóia quando se fez pública em 2007, percebemos como se manipulam as técnicas de planeamento para criar a ilusão óptica da necessidade e a estridência do ruído, e ficámos mais perto de saber o que desde o início vinha a ser escondido desde a capital: a cascata de erros e de ilegalidades dos decisores que, em curso transitório pelos governos, vergam à sua vontade a Administração Pública. E como, por comando remoto, se obtém a obdiência e a subalternidade cega de cabos-de-esquadra de plantão, enquanto as comunidades humanas, as regiões e o território ficam reféns de interesses que aparentam ser de todos e são apenas de alguns predadores que sugam o país até ao cadáver.
A coberto de altas funções que exerceram ou que exercem, por muito hábeis que sejam no "jogo do esconde", comportam-se como "sombras chinesas" atrás do biombo, capazes de alienar a retalho recursos escassos não renováveis, bens patrimoniais naturais de todos e de sempre, comprometendo a qualidade de vida e a segurança de quem os alimenta. Por certo, partem do juízo perverso e do preconceito bebido na capital que o território é de chão raso e terra de codessos, e os indígenas estão dominados pelos ruídos totémicos, com acenos de amendoins e promessas de cachaça para todos.
Os métodos de recurso são de outros tempos, mas vêm recauchutados de novas roupagens, mais agressivas nos marktings. Todavia, os gentios são hoje autónomos e dignos cidadãos, mais cientes e conscientes, capazes de bem melhor pensar e agir em defesa do seu meio do que quem circunstancialmente se oferece para a astúcia e a vilania no/do negócio.
Em defesa do Tâmega e de tudo quanto nele se faz em vida, hoje e sempre, e pelo esbulho que se prepara no concessionamento da exploração hidroeléctrica para o escalão de Fridão, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel haverá de pronunciar-se pela Acção Popular Administrativa em que a Associação Cívica Pró-Tâmega é autora, e hoje (23/07/2010) ali deu entrada pelas 15H00, visando a anulação da viciada Declaração de Impacte Ambiental da famigerada «Barragem de Fridão» e da respectiva concessão.
Renovam-se as esperanças para o Tâmega, pela acção consciente voluntariosa e inabalável dos cidadãos, quando seus representantes fojem à palavra dita em lugar nobre, renegam seus compromissos maiores com todos, submetem as instituições democráticas à insensatez da verborreia e da inepcia, pressupondo que enganam a todos por igual.
É tempo de se fazer Justiça com o Tâmega!
José Emanuel Queirós - 23 de Julho de 2010
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (Amarante)
4 comentários:
ALEA JACTA EST
Contra ventos e marés e a vontade de alguns doutores da nossa praça, pelas 15H00 do dia 23 de Julho do ano da Graça de 2010, deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, uma Acção Popular Administrativa em que é autora a Associação Cívica PRÓ-TÂMEGA visando que seja decretada a anulação da Declaração de Impacte Ambiental do Empreendimento Hidroeléctrico de Fridão.
A EDP e amigos locais que nos desculpem qualquer falha involuntária.
Artur Freitas
CAROS AMIGOS DA A.C.PRÓ-TÂMEGA
COMUNICO-LHES, COM A MAIOR SATISFAÇÃO QUE DEU ENTRADA ESTA TARDE (23/07) NO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO DE PENAFIEL, O PROCESSO (ACÇÃO POPULAR) DE PEDIDO DE ANULAÇÃO DA D.I.A. DA BARRAGEM DE FRIDÃO, INTERPOSTO PELA NOSSA ASSOCIAÇÃO.
NESTA HORA DE ESPERANÇA, ANTES DE MAIS, QUERO AQUI DEIXAR O MEU PUBLICO RECONHECIMENTO AO ESFORÇO HERCÚLEO DESENVOLVIDO PELO NOSSO CORONEL FREITAS, NESTES ÚLTIMOS DIAS, SEM O QUAL NÃO SERIA DE TODO POSSÍVEL CUMPRIR O OBJECTIVO QUE NOS PROPUSEMOS A NÓS PRÓPRIOS.
QUE A SUA DIVISA, 'A SORTE PROTEGE OS AUDAZES' SEJA, COM A SUA PERMISSÃO, A PARTIR DE HOJE TAMBÉM A NOSSA.
COM UM GRANDE ABRAÇO PARA TODOS NESTA HORA DE ESPERANÇA PARA O TÂMEGA.
Luís VAN ZELLER DE MACEDO
A.C.PRÓ-TÂMEGA
Viva,
Mais uma vez excelente escrito.
Amílcar Salgado
Muito bem.
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