O presidente do Instituto da Água (Inag), Orlando Borges, garantiu esta sexta-feira, em Amarante, que a construção da barragem de Fridão não colidirá com qualquer normativo ambiental ou de segurança, escreve a Lusa.
«Não vamos desrespeitar as directivas comunitárias», enfatizou Orlando Borges, quando confrontado com críticas de personalidades que participaram num debate organizado pela Câmara de Amarante.
Com a iniciativa, a autarquia pretendia esclarecer os impactes ambientais decorrentes da barragem do Fridão, no rio Tâmega, uma das 10 que consta do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH).
A construção desta infra-estrutura, cujo estudo de impacte ambiental se encontra em fase de consulta pública até 15 de Fevereiro, tem sido contestada por um movimento de cidadãos de Amarante.
Orlando Borges admitiu que a barragem terá «impactes ambientais fortíssimos em variadíssimas áreas», mas considerou «enormes» as vantagens energéticas inerentes à construção da infra-estrutura.
O presidente do Inag lembrou que a energia produzida pelas 10 barragens previstas no PNBEPH vai permitir ao país deixar de importar do exterior três mil milhões de barris de petróleo por ano. Disse também que a produção de energia deste conjunto de barragens permitirá poupar ao país, por ano, 600 mil toneladas de emissões de CO2 para a atmosfera.
Segundo afirmou, o plano permitirá a Portugal chegar pelo menos aos 80 por cento de aproveitamento do potencial hídrico, que neste momento se situa nos 46 por cento.
A possibilidade de construção da barragem é motivo de grande discussão na cidade, com um grupo de cidadãos a alertar para o que considera serem os impactes negativos ambientais da infra-estrutura.
Várias personalidades, de diferentes áreas sociais e políticas, apontam como inevitável a perda de qualidade da água e a destruição de fauna e flora do Vale do Tâmega, em plena Reserva Ecológica Nacional.
Ainda do lado dos populares, ouviram-se queixas contra alegadas tentativas da EDP para aquisição de terrenos nas áreas potencialmente alagáveis, quando não está tomada ainda a decisão de construção da barragem.
O movimento também contesta a demasiada proximidade da barragem à cidade de Amarante - cerca de quatro quilómetros - e o perigo que implicaria em caso de acidente.
Redacção/PP, in IOL e TVI 24 - 29 de Janeiro de 2010
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