RIO TÂMEGA - BARRAGEM DE FRIDÃO
MEMÓRIAS DE UM TÂMEGA COM FRIDÃO LIVRE
Apresentação Pública do Manifesto «Salvar o Tâmega e a Vida no Olo» (28.NOV.2008)
Com o anúncio do desinteresse da eléctrica chinesa EDP pela construção do represamento do rio Tâmega no escalão de Fridão, hoje (16/04) tornado público pelo Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, podem as populações do Tâmega perceber como uma luta iniciada em 1992 em Amarante com a «Associação Civica e Ecológica Amigos do Rio», fundada em argumentos credíveis, prosseguindo no Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega e levada desde Amarante a Chaves, de lugares perdidos na serra do Alvão ao Palácio de Belém, da Assembleia Municipal de Amarante à EB 2,3 e Secundária de Celorico de Basto, da Assembleia Intermunicipal da CIM Tâmega-Sousa a Moscoso (Cabeceiras de Basto), criou seu lastro contra todas as correntes e esferas do poder para chamar à razão a decisão que se impunha.
Chegou tarde a notícia com uma sombra que denuncia por conta de quem andam as decisões e as leis deste país que tenta ser um Estado de direito mas prossegue por caminhos enviesados e ímpios. Ainda assim, saúda-se o troço do rio Tâmega que fica a resguardo do cilindro torcionário das eléctricas que, de Cabeceiras de Basto para montante, tratam de decepar o seu leito como quem desmantela a presa no açougue.
Nesta hora, lembrando os presentes que em Amarante, Cabeceiras, Celorico e Mondim de Basto, Ribeira de Pena, Boticas e Vidago (Chaves) sempre estiveram de alma e coração lutando contra Golias, numa desproporção descomunal em oposição a seus feitiços e engenhos, presto minha homenagem aos nossos amigos, entretanto desaparecidos do nosso campo terreno, que jamais nos abandonaram no plano etéreo para onde foram resgatados: José Augusto Monteiro da Silva (Zézinho Abelâmio), Armando José Pereira Oliveira (Mondim de Basto), Joaquim José Macedo Teixeira, Valdemar Pinheiro Coelho de Abreu e José Morais Clemente Teixeira (Amarante).
Meia luta está ganha, que a barragem de Fridão não se fará(!), mas fica a liça por concluir no tanto que há a fazer em desenvolvimento, por que as gentes do Tâmega sejam consideradas como cidadãos de pleno direito e estas terras não voltem a ser tratadas, no balanço de decisões governativas e no porte dos seus autarcas, como terra de codessos, apesar dos prosélitos que vão aparecendo para colher louros pessoais de uma batalha para que sempre estiveram convocados e a que se esqueceram de comparecer.
José Emanuel Queirós (Amarante) - 16 de Abril de 2019
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