PNBEPH - RIO TÂMEGA
Governo anuncia que barragem de Fridão não será construída
Ministro do Ambiente revela que o projeto da EDP não vai em frente e afirma que "não há razões para a restituição de qualquer montante" do prémio pago há 10 anos pela EDP para poder construir Fridão
O governo anunciou esta terça-feira que a barragem de Fridão não será construída. "A decisão está tomada. Ela não irá ser construída", declarou o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, no Parlamento.
Em audição no Parlamento, o governante salientou que tanto o Governo como a empresa reconheceram que "há outras formas de poder gerar a mesma eletricidade com investimento menor e impacto ambiental menor", pelo que "o Estado não encontra motivos para que Fridão seja construído".
O ministro do Ambiente disse ainda aos deputados que "houve uma manifestação de desinteresse neste projeto por parte da EDP", o que contribuiu para a decisão do Governo de não autorizar a nova barragem, uma decisão que tinha como prazo limite o dia 19 de abril.
Matos Fernandes admitiu que o Governo e a EDP não chegaram ainda a um entendimento sobre o prémio de concessão que a EDP pagou há uma década pela concessão do Fridão, no valor de 218 milhões de euros (que reverteram para os cofres do Estado no Governo de José Sócrates).
"Mentiria se dissesse que há um acordo já hoje", afirmou o ministro, acrescentando, porém, que "o Estado acredita que não há razões para a restituição de qualquer montante".
Fridão, que previa um investimento superior a 300 milhões de euros, será mais um dos projetos do plano nacional de barragens que o Governo Sócrates lançou a ficar pelo caminho. Também os projetos de Alvito (EDP) e Girabolhos (Endesa) ficaram pelo caminho.
Até ao momento avançaram apenas as barragens de Foz Tua (EDP) e do Alto Tâmega (Iberdrola), neste último caso um conjunto de três barragens que está em construção e que será o maior projeto hidroelétrico nacional.
Miguel Prado, in Expresso - 16 de Abril de 2019
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