segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PNBEPH - ALTO TÂMEGA: EMPRESAS ESPANHOLAS E AS BARRAGENS DO ALTO TÂMEGA

CONTINUAMOS A ENRIQUECER EMPRESAS ESPANHOLAS E AS PORTUGUESAS A FALIR
EMPRESAS ESPANHOLAS E AS BARRAGENS DO ALTO TÂMEGA

NOVAS BARRAGENS NO ALTO TÂMEGA

O Jornal espanhol de grande prestígio “EL PAÍS“ anunciou no Caderno de economia de 24 de Janeiro 2009, que «O Primeiro Ministro Português, José Sócrates e o Presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, deram ontem (23), na cidade de Chaves, junto à fronteira com a Galiza, o tiro de partida para a construção de um dos maiores projectos hidroeléctricos dos últimos 25 anos na Europa».

O projecto do Alto Tâmega representará um investimento de 1,7 milhões de euros, criará 3.500 postos de trabalho directos e 10.000 indirectos e produzirá energia suficiente para o consumo anual de um milhão de pessoas.


Antes de continuarmos queremos esclarecer que o Rio Tâmega nasce em Espanha.


A «Iberdrola», empresa responsável pela execução e exploração do projecto é espanhola.


O Presidente da “Iberdrola”, em Portugal, é o ex-ministro socialista das Finanças, Dr. Joaquim Pina Moura.


A Iberdrola desenhou um plano para o sistema hidroeléctrico do Alto Tâmega de 4 barragens. (Uma começa junto à aldeia de Arcossó, perto Vidago, concelho de Chaves, prolongando-se a de Padroselos, Gouvães e Daivões pelos concelhos de Boticas,Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena).


As novas barragens do Alto Tâmega, em princípio, vão representar uma mais-valia importante para as populações envolventes, se forem acautelados alguns factores económicos que defendam os interesses, não apenas dos capitalistas, diga-se, investidores, mas dos que nasceram e sempre viveram pobres, talvez os que tiveram pior qualidade de vida dentro do Torrão Lusitano, a não ser nas belezas paisagísticas e no ar puro que continuam a respirar.


A construção deverá começar em 2012, estando prevista a sua entrada em funcionamento em 2018.


Se acontecer às populações do Alto Tâmega, o mesmo que aconteceu às do Alto Rabagão, que tiveram emigração forçada para os quatro cantos do mundo, sem ficarem com eira nem beira, então, está-se perante mais uma exploração dos pobres que ainda se fazem transportar a cavalo dos burros ou nos carros de bois.


Acompanhei de perto na década 1960/1970, a luta do Dr. João Canedo, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, apoiado pela Direcção da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, contra a HICA, exploradora das barragens do concelho de Montalegre.


As aldeias perto das quais se produzia a energia eléctrica, esta, passava-lhes por cima para iluminar os cidadãos que viviam a centenas de quilómetros de distância, no Porto ou em Lisboa, e os calças rotas e pés descalços continuavam a utilizar as candeias de petróleo dentro dos casebres cobertos de colmo, como se ainda vivessem na Era da Pedra. E nem as Juntas de Freguesia recebiam um centavo dos lucros chorudos dos investidores.


A terminar, dizemos “VIVA LA ESPANHA“ e nuestros hermanos, mas acautelem-se os interesses dos transmontanos e dos «Lusos» de cá da fronteira.


Artur Monteiro do Couto, in Beleza Serrana - 2 de Fevereiro de 2009

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