terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Discutir o futuro "?submerso?" que a barragem nos reserva!

Discutir o futuro "? submerso?" que a barragem nos reserva!




Em seguimento do voto de protesto contra a Barragem de Fridão, apresentado pelo Vítor Pimenta, e consequente aprovação por parte da Assembleia da Junta do Arco de Baúlhe, que agitou a passividade política acerca das barragens e os seus impactes sobre esta região, a Câmara de Cabeceiras agendou para a próxima conferência Políticas de Futuro, a realizar dia 13 de Fevereiro às 21 e 30h, o tema "O impacte da Barragem de Fridão", tendo como orador um representante da EDP, para uma explanação que pela sua ligação à empresa está à partida viciada, apontando apenas para os eventuais benefícios que a mesma irá arrestar.

Trazer alguém ligado à EDP para nos apresentar as oportunidades trazidas pela Barragem de Fridão é falível, pois parece-me que para uma questão tão sensível e irreversível, deveríamos receber as opiniões de um organismo independente e não a explanação de quem tem que vender o seu produto, sem por isso nos alertar para todos os contras que o mesmo possa ter.



Pelo que tenho aqui, aqui e aqui referido, as barragens serão sem dúvida um dos acontecimentos que mais impacte terá sobre o futuro desta região, influenciando a sua qualidade ambiental, e adulterando o excelente microclima aqui presente que tornou estas terras propícias ao desenvolvimento de culturas seculares que são as grandes bandeiras da nossa região como é o caso dos vinhos verdes. 

Não consigo ter certezas e uma opinião absolutamente definida acerca do aparecimento da barragem, pois parece-me que poderiam advir oportunidades com a sua construção, mas ao mesmo tempo todas as políticas regionais estão a ser traçadas sem considerarem as mesmas. 

Optando-se por paisagens milenares, apostas nos recursos endógenos sendo tudo isto contraditório quando aparece a barragem, a barragem vai destruir a harmonia das paisagens milenares em Celorico, e vai viciar as nossas especificidades que nos são trazidas pelo excelente microclima. 

O turismo que me parece um sector a ter em conta, pode ser dinamizado numa parte, dos desportos aquáticos etc… mas ao mesmo tempo será afectado por a artificialidade do lago que contrapõe os valores genuínos e que cada vez mais são valorizados pelos turistas.

Um enorme lago verde eutrófico, à imagem do provocado pela Barragem do Torrão parece ser por isso a sentença que nos espera, e neste caso um presente envenenado.

Se a barragem traz vantagens inerentes a ela, as mesmas tem que ser construídas.

Aos companheiros de discussão desta causa na blogosfera faço também aqui o apelo a estarem presentes.

Apelo ao mesmo tempo, a que todas as pessoas de Basto se envolvam nesta causa, e que procurem formar opinião própria para se manifestarem, e pensarem se a barragem preconiza o sonho que temos para esta terra, e se propicia o aparecimento das oportunidades de futuro que desejamos para nos e para os nossos filhos.
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Carlos Leite, in Pensar Basto - 3 de Fevereiro de 2009

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