Rio Tâmega - Saneamento
ETAR de Amarante encerra por causa do cheiro
Segundo Carlos Pereira, o equipamento vai ser substituído por outro de maior capacidade cuja construção começou esta semana na freguesia de Vila Caiz, oito quilómetros a jusante da cidade. "É claro que os maus cheiros vão acabar na cidade, porque a actual ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] vai acabar logo que a nova possa entrar em funcionamento", disse o autarca à Lusa.
A actual ETAR, inaugurada em 1999, serve quase 20 mil habitantes, estando há vários anos no limite da sua capacidade e muito longe de corresponder às necessidades de um concelho com cerca de 60 mil pessoas. A proximidade face à área urbana de Amarante acaba também por gerar desconforto entre os habitantes e os turistas que acorrem ao centro histórico, sobretudo quando estes são confrontados com os maus cheiros, nomeadamente no Verão.
Os sucessivos melhoramentos introduzidos no equipamento têm aumentado a sua capacidade e diminuído os odores, mas nos períodos de maior fluxo de efluentes a ETAR revela dificuldades, como reconhecem Carlos Pereira e a empresa concessionária do serviço saneamento no concelho - Águas do Noroeste.
Paulo Queirós, técnico desta empresa, disse à Lusa que, "apesar de estarem a ser cumpridos os parâmetros de descarga", só com a construção da nova estação de tratamento será possível resolver definitivamente o problema. O técnico lembra que algumas situações mais complicadas têm sido provocadas por descargas ilegais na rede de esgotos, como ocorreu neste Verão, que provocaram anomalias no tratamento biológico da ETAR e o consequente mau cheiro. Paulo Queirós garante, porém, que a qualidade da água do rio Tâmega para onde são lançados os efluentes, depois de tratados, não tem sido afectada.
A nova estação de Vila Caiz, que vai custar nove milhões de euros, terá capacidade para tratar os efluentes de 50 mil pessoas, incluindo de algumas freguesias do concelho vizinho de Celorico de Basto. Este equipamento será dotado das mais modernas soluções técnicas, incluindo a desinfecção e o aproveitamento do biogás para a produção de energia eléctrica.
in Público, N.º 7461, Ano XXI (p. 22) - 8 de Setembro de 2010
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