terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rio Tâmega - AMARANTE: ETAR vai encerrar acabando com o mau cheiro na cidade






Rio Tâmega - AMARANTE
ETAR vai encerrar acabando com o mau cheiro na cidade


A actual ETAR, inaugurada em 1999, serve quase 20 mil habitantes, estando há vários anos no limite da sua capacidade e muito longe de corresponder às necessidades de um concelho com cerca de 60 mil pessoas

A estação de tratamento de esgotos de Amarante, junto ao rio Tâmega, por vezes geradora de mau cheiro na cidade, vai ser desactivada dentro de dois anos, revelou hoje à agência Lusa o vereador do Ambiente da câmara local.
Segundo Carlos Pereira, o equipamento vai ser substituído por outro de maior capacidade cuja construção começou esta semana na freguesia de Vila Caíz, a cerca de oito quilómetros a jusante da cidade.


“É claro que os maus cheiros vão acabar na cidade, porque a atual ETAR [estação de tratamento de águas residuais] vai acabar logo que a nova possa entrar em funcionamento”, disse o autarca.


A atual ETAR, inaugurada em 1999, serve quase 20 mil habitantes, estando há vários anos no limite da sua capacidade e muito longe de corresponder às necessidades de um concelho com cerca de 60 mil pessoas. 


A proximidade face à área urbana de Amarante acaba também por gerar desconforto entre os habitantes e os turistas que acorrem ao centro histórico, sobretudo quando estes são confrontados com os maus cheiros, nomeadamente no período do verão.

Os sucessivos melhoramentos introduzidos no equipamento têm aumentado a sua capacidade e diminuído os odores, mas nos períodos de maior fluxo de efluentes a ETAR revela dificuldades, como reconhecem Carlos Pereira e a empresa concessionária do serviço saneamento no concelho – Águas do Noroeste.


Paulo Queirós, técnico desta empresa, disse hoje à Lusa que, “apesar de estarem a ser cumpridos os parâmetros de descarga”, só com a construção da nova estação de tratamento será possível resolver definitivamente o problema.


O técnico lembra que algumas situações mais complicadas têm sido provocadas por descargas ilegais na rede de esgotos, como ocorreu neste verão, que provocaram anomalias no tratamento biológico realizado na ETAR de Amarante e o consequente mau cheiro.


Paulo Queirós garante, porém, que a qualidade da água do rio Tâmega para onde são lançados os efluentes, depois de tratados, não tem sido afectada.


A nova estação de Vila Caíz, que vai custar nove milhões de euros, terá capacidade para tratar os efluentes de 50 mil pessoas, incluindo de algumas freguesias do concelho vizinho de Celorico de Basto.


Segundo a empresa concessionária, o equipamento será dotado das mais modernas soluções técnicas, incluindo a desinfecção e o aproveitamento do biogás para a produção de energia eléctrica.


Estas soluções, acrescenta Paulo Queirós, farão com que a população de Vila Caíz, uma das maiores freguesias de Amarante, não se tenha de preocupar com os maus odores.
Mas para o equipamento poder operar no máximo da sua capacidade falta construir o emissário que encaminhará os efluentes de algumas das freguesias da margem esquerda e de outras do Vale da Ribeira de Santa Natália.


Segundo as Águas do Noroeste, a primeira fase dessa obra deverá avançar em breve, estando o seu financiamento assegurado.


Em paralelo, avançará a requalificação da ETAR de Vila Meã, que tratará os esgotos das freguesias da zona poente do concelho de Amarante, coincidindo com a desactivação do equipamento que labora em Figueiró.


Armindo Mendes/Lusa, in Tâmega online - 7 de Setembro de 2010

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