sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Markting - Publicidade enganosa: EDP suspende página do Facebook para reavaliar estratégia nas redes sociais






Markting - Publicidade enganosa
EDP suspende página do Facebook para reavaliar estratégia nas redes sociais



A página da EDP no Facebook já não está disponível. “Na última semana, a página deixou de cumprir os requisitos para a qual foi lançada pelo que decidimos a sua suspensão temporária para reavaliamos a nossa estratégia nas redes sociais, nomeadamente com a introdução de novas ferramentas”, justificou ao M&P fonte da empresa.

Recorde-se que o mural da EDP no Facebook começou a ser inundado com mensagens negativas, depois de uma utilizadora ter visto a sua mensagem ser apagada. Em causa estava a mensagem “Eu não pedi um Plano Nacional de Barragens” com o link para o grupo no Facebook que pretende combater os projectos de expansão das barragens. Dois dias depois de estalar a polémica e após várias notícias na imprensa sobre o assunto, a empresa decidiu deixar de permitir que os utilizadores da sua página no Facebook escrevessem mensagens no mural.

A EDP contava com cerca de 23 mil seguidores em www.facebook.com/grupo.edp. “A abertura da página da EDP no Facebook teve como objectivo, desde o primeiro momento, criar um espaço de diálogo construtivo e informativo junto da nossa comunidade, permitindo uma proximidade entre a comunidade e a EDP cada vez maior”, considera a fonte oficial da marca, que assegura que a marca pretende continuar a manter o “diálogo” com a comunidade, por isso, “manteremos activo o email redes.sociais@edp.pt para que nos possa encaminhar as suas sugestões criticas e opiniões”.


Rui Oliveira Marques, in Meios&Publicidade - 28 de Outubro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Rio Tâmega: O tempo dita a verdade





Rio Tâmega
O tempo dita a verdade

Na natureza não é por acaso que as coisas acontecem.

Não é por acaso, que as verdades vêm ao de cima, como o azeite na água – neste caso não é azeite, mas sim outras matérias esverdeadas que dão à tona na massa de água do rio de todos nós.

Não é por acaso, que os ambientalistas, essa espécie tão desprezível para alguns, quando não vão de encontro ao interesse deles, vão denunciando aquilo que é a realidade do Tâmega ou ainda, mais correcto, do ecossistema ao qual o Tâmega, esse mesmo, o rio que corre no nosso peito, faz parte.

O tempo, meteorologicamente falando, quando se põe a jeito – temperaturas elevadas, falta de chuvas, conjugadas com o meio próprio – rico em fosfatos, azoto e outros - dá instruções aos agentes invasores, neste caso às cianobactérias para se mostrarem ao público.

Nestes casos, nem os mais distraídos conseguem deixar de visualizar uma realidade que por vezes está camuflada e que, só esporadicamente, se evidencia.

Já a sabedoria popular apregoa que: “só não vê quem não quer”, ou então é cego.

Quando um meio, neste caso aquático, já está saturado de carga poluente, das duas uma: ou se efectua todo um processo de despoluição desse curso de água, onde obrigatoriamente consta uma diminuição e/ou eliminação dos “inputs” que contaminam o seu curso; e então passa-se a cuidar do rio como meio vivo, algo sensível e mortal ou, então, como na nossa vida humana, temos triste fim.

Claro que aqui, nesta cura, não cabe a hipótese de o aprisionar na sua doença – potenciando com isso todas as condições favoráveis para o recém sucedido - mesmo alegando que se vai tratar de diminuir o despejo de cargas poluentes (a realidade demonstra que apesar de tanta infraestrutura para “purificar” águas residuais e esgotos , a me#d#, rio acima e rio abaixo, continua a correr para lá) . É que, o facto de impedir o curso normal desse meio vivo que é o rio, da nascente à foz, adulterando-lhe a sua existência natural: aumentando-lhe o volume de água criando-lhe mais condições anaeróbias, trancá-lo contra paredes de betão retirando-lhe o seu movimento natural, rebobiná-lo durante a noite, subtrair-lhe as suas margens naturais, etc... etc… etc… não resolve. Aliás, agrava os problemas actuais podendo ainda originar uns outros.

Por isso é que os “utopistas”, têm vindo a fazer frente aos defensores do “progresso” cuja apologia é frequentemente misturada com uma dita preocupação com alternativas energéticas, as tais renováveis ou energias verdes, face à escassez daquilo que nós sabemos, e que se põem a jeito de projectos económicos que para uns são para fazer dinheiro, ponto final, e para outros são projectos indutores de desenvolvimento.

O que convém não esquecer é que o rio não é deles e se tem dono chama-se população ribeirinha do Tâmega onde nós, Basto, nos incluímos. E como tanto é ladrão o que vai à horta como o que fica à porta, chamem a polícia porque o Rio é nosso e estão mexendo na nossa casa.

Sentenciaram e querem executar a pena de morte a um rio que não é deles e que, aliás, nem sequer lhe conheceram o cheiro ou o sabor. Olham para o nosso rio e pensam em metros cúbicos de água versus kilowatts, ou outro tipo de dividendos que, efectivamente, noutros locais onde ocupação semelhante ocorreu se vieram a demonstrar, na "troca" efectuada, como altamente negativos para as populações locais.

Mas nós, homens e mulheres de Basto que com ele, RIO, fomos criados podemos opinar, ou já nem isso? ...

Pois o que eu acho é que eles querem é tão só ter lucro com um bem que é de todos, num processo que não foi transparente, que foi invasor do nosso EU colectivo e abusador da nossa inteligência – então não é que os interessados primeiro pagaram ao Estado Português, que recebeu, e depois é que se fazem e se põem à discussão pública os estudos de impacte ambiental? ! ! ... etc... etc... etc…

Aqueles que denegridem a posição dos ambientalistas, quando se tratam de projectos de envergadura económica-financeira elevada, mas altamente penalizadores para o ambiente, rotulando-os negativamente de “ fundamentalistas “ ou dos “tipos da ecologia”, ou ainda, mais terra a terra, de os “gajos do contra”, mais não fazem do que serem parte do “sistema” que quer aplicar a injecção letal. São aliados dos executores e cúmplices da pena de morte.

A esses, se o projecto deles se efectivar, o tempo cronológico ditará a sorte.

Por ora, o (outro) tempo dita a sorte do nosso rio. Ele – Rio, indefeso e vulnerável espera de nós a resistência na luta contra mal maior.

Ambientalistas, verdes, ecologistas, do contra, defensores do passarinho e da erva-pata, poetas, conservadores e mais que lhes queiram chamar, são quem tem travado o combate contra a ocupação e destruição planeada.

Os doentes tratam-se, não se matam. Do tratamento ao “corpo “ do rio são responsáveis a UE, o governo central, entidades regionais, os poderes locais e, convenhamos, também nós os simples cidadãos. Mas a alma desse "corpo" somos nós os tamecanos. Esse bem imaterial, não mensurável em dinheiro nem em poder, não é de quem quer - é de quem a sente. Não é de quem manda, nem de quem a violenta.

Esta alma colectiva pode ir sangrando, mas o combate pelo direito a um Tâmega livre e, se houver justiça recuperado, continua vivo.


Alfredo Pinto Coelho, in O Basto - Outubro de 2011
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (Mondim de Basto)

domingo, 23 de outubro de 2011

Programa Nacional de Barragens: Um desastre ambiental em marcha no Douro

Programa Nacional de Barragens
Um desastre ambiental em marcha no Douro



O Jornal de Notícias publicou esta semana uma interessante reportagem sobre as barragens que estão a ser construídas em vários afluentes do Douro para as quais o Estado pagará dezasseis mil milhões de euros à EDP e à Iberdrola, as concessionárias das futuras barragens, durante os próximos 70 anos, num custo que se irá refletir em mais 10% de aumento na fatura de cada consumidor.

Segundo a reportagem, um conjunto de grupos ecologistas nacionais e de associações durienses, juntaram-se na elaboração de um documento que pretende explicar por que é que o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico deveria ser “imediatamente suspenso e revogado”. Alegam que as concessionárias das futuras barragens vão produzir “metade da energia prevista” no plano, com o dobro do investimento pedido, mediante o pagamento anual de um subsídio do Estado de 49 milhões de euros.

São as seguintes as contas do grupo que contesta o negócio:
  • durante as concessões das barragens, um total de 16 mil milhões de euros serão pagos às empresas de eletricidade;

  • as barragens produzirão apenas 0,5% da energia consumida em Portugal;

  • as barragens representam apenas 2% do potencial de energia que poderia ser obtida através de um programa de eficiência energética;

  • as barragens respondem por apenas 3% do aumento das necessidades energéticas do país.
Ora, a loucura não fica por aqui, as barragens que estão a ser construídas constituem um crime ambiental e cultural, com a perda de habitats, espécies endógenas e paisagens com potencial turístico singular

A própria UNESCO alertou para a “degradação da zona classificada como Património da Humanidade”, dando a “entender que poderá ser retirada se insistirem na obra”.

No retrato, nem a Câmaras Municipais (com exceção da mirandelense) saem impolutas, pois a troco de 1,5% das receitas das barragens, calam-se perante o desastre a acontecer nos próprios concelhos. Uma vergonha.

Geopalavras, in Geopalavras - 23 de Outubro de 2011

Assembleia da República: Petição Contra o Programa Nacional de Barragens (PNBEPH)






Para Assembleia da República
Petição Contra o Programa Nacional de Barragens (PNBEPH)


Caros Senhores/as

1. O Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) que ditará a construção de 10 aproveitamentos em diferentes regiões do país possui, à escala nacional, de acordo com inúmeros estudos, um valor estratégico irrelevante. Perto de 40 ADA/ONGA já se manifestaram terminantemente contra este programa. No entanto o programa é considerado blindado e intocável pelo governo.

2. A mesma quantidade de electricidade produzida pelo PNBEPH poderia ser poupada com um investimento 10 (dez) vezes mais baixo, e com períodos de retorno mais curtos, em medidas de eficiência energética na indústria, edifícios e transportes, e desta forma cumprir os objectivos da Directiva 2001/77/CE. O PNBEPH é economicamente insustentável, implicando a transferência de custos económicos elevados para as próximas gerações, num horizonte de cerca de 70 anos.

3. O PNBEPH subvaloriza os riscos para as populações (decorrentes da proximidade entre algumas barragens e povoações, da degradação da qualidade da água e da erosão costeira induzida) e despreza completamente os modelos de desenvolvimento local assentes nas belezas naturais dos vales inundados.

4. O PNBEPH implica impactes ecológicos profundos, com a destruição de habitats protegidos e paisagens de rara beleza, sem que estejam cumpridos os requisitos legais de imperativo interesse público ou de uma adequada análise de alternativas; é inaceitável que o PNBEPH pretenda impor factos consumados antes mesmo de se iniciar a discussão dos planos de bacia hidrográfica, um requisito essencial para a boa gestão dos recursos hídricos.

Em síntese, o PNBEPH é insustentável nas vertentes económica, social e ecológica, pelo que os signatários reclamam a sua revogação e a suspensão imediata dos trabalhos de construção já iniciados pelas empresas energéticas e pelos consórcios.


Os signatários...


in Petição Pública -

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

EDP apaga comentário de cliente no Facebook






Terceiromundismos
EDP apaga comentário de cliente no Facebook


O "post" de Joana Couve Vieira e a resposta da EDP antes do comentário ser retirado da página da EDP no Facebook

Censura da empresa de eletricidade ao post no Facebook de um cliente contestatário do Plano Nacional de Barragens gera onda de comentários nas redes sociais e blogosesfera.

A blogosfera e as redes sociais acordaram hoje com uma polémica que envolve a página da EDP no Facebook.

Tudo começou quando Joana Couve Vieira colocou a frase "Eu não pedi um Plano Nacional de Barragens!" na página da EDP naquela rede social. Uma declaração que desencadeou a pronta reação da empresa energética (21 minutos depois), informando que "de acordo com o Código de Conduta da nossa página (...) somos obrigados a eliminar o seu post".

Em poucas horas, a atitude da EDP, que foi interpretada como censura, passou a dominar os comentários nas redes sociais e em alguns blogues.


EDP responde com Código de Conduta


Contactada pelo Expresso, a EDP remeteu a sua posição para uma posição oficial que, entretanto, foi colocada na página da empresa no Facebook. A nota da EDP não vai muito mais além do que "lamentar o ocorrido" e "apelar à compreensão de todos para o cumprimento dos princípios de utilização presentes do nosso Código de Conduta".

Mas também corre na blogosfera uma outra versão dos acontecimentos, segundo a qual o que terá provocado a reação da EDP terá sido um primeiro comentário de Joana Couve Vieira, segundo o qual esta terá chamado "ladrões" à empresa energética.


João Ramos (www.expresso.pt), in Expresso - 17 de Outubro de 2011

PNBEPH - Escândalo nacional: Barragens vão custar três défices públicos





PNBEPH - Escândalo nacional
Barragens vão custar três défices públicos


Grupo de activistas e cidadãos apelou à 'troika' para que seja impedido o desastre económico, social e ambiental na bacia do rio Douro


Quase três vezes o défice de Portugal é quanto o Estado vai pagar à EDP e à Iberdrola, as concessionárias das futuras barragens na bacia do Douro, durante os próximos 70 anos. Um “desastre económico, social e ambiental”, que é como define uma dezena de grupos ecologistas e locais que enviaram à ‘troika’ um estudo que demonstra por que é que o “Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) deveria ser imediatamente suspenso e revogado”.

As concessionárias das futuras barragens vão produzir “metade da energia prevista” no plano, com o dobro do investimento pedido, mediante o pagamento anual de um subsídio do Estado de 49 milhões de euros e ainda de 20 mil euros por megawatt produzido, assegurado pela lei da “Garantia de Potência”, que o ex-ministro Mira Amaral apelidou de “escandalosa” e recomendou “acabar, sob pena de ficar inviabilizada qualquer recuperação económica do país”.

Além do que sairá do Orçamento do Estado, as famílias também contribuirão para as barragens, pagando “mais 10% de electricidade para subsidiar as construções”.

“Isto é uma fraude sobre o Estado e sobre os cidadãos portugueses”, resume João Joanaz de Melo, presidente do GEOTA, um dos signatários da missiva à ‘troika’ e autores do estudo, que aguarda a sensatez vinda de fora para salvar o país.

“Positivo é o facto de ainda ninguém ter desmentido a nossa exposição, a ‘troika’ já ter começado a questionar o Governo sobre as barragens e o actual Ministério da Economia e o do Ambiente terem-nos dito que estão preocupados com este assunto e que estão a estudar o problema”, revelou a mesma fonte, apontando que “é preciso que a opinião pública reaja e faça parar as barragens, como aconteceu com Foz Coa”.

O défice nacional era de 6.687 milhões de euros, em Agosto passado. Durante as concessões das barragens, um total de 16 mil milhões de euros serão pagos às empresas de electricidade, que produzirão apenas 0,5% da energia consumida em Portugal, representam só 2% do potencial de energia que poderia ser obtida através de um programa de eficiência energética e respondem por 3% do aumento das necessidades energéticas do país.

“Se fossem feitos investimentos para obter uma eficiência energética equivalente ao que as novas barragens vão produzir, as contas de electricidade baixariam 10%.

Mas, se fossem feitos investimentos com vista a obter o potencial máximo de eficiência energética, as contas dos consumidores baixariam 30%”, explica o estudo enviado à ‘troika’. Os investimentos em causa, na versão mais intensiva e dispendiosa, rondariam os 410 milhões de euros e teriam retorno em menos de três anos.

Além dos efeitos económicos, as barragens têm demonstrados prejuízos para o património natural e cultural e para a economia da região. “Ao contrário do que diz a propaganda oficial, as barragens geralmente não geram desenvolvimento local. Criam empregos na construção, mas muito menos do que noutros tipo de investimento, e apenas temporariamente. Por exemplo, projectos de eficiência energética ou de renovação urbana beneficiam toda a economia (famílias, Estado e instituições privadas, pequenas e grandes empresas) e geram cerca do dobro de empregos por milhão de euros investidos, em comparação com barragens ou outras grandes obras públicas”, argumentam.

A quem é que aproveita o crime?”, questiona Joanaz de Melo. “Estas decisões não foram tomadas no interesse público, mas é do interesse público parar o programa nacional de barragens. Temos de parar este desastre”, concluiu.

Ignorados:
A Comissão Europeia alertou o Governo português para os “sérios impactos ambientais”, no caso dos estudos efectuados no âmbito das barragens do Baixo Vouga e de Foz Tua, que “violam a legislação europeia, incluindo a Directiva dos Habitats e a Directiva da Qualidade da Água”. O Governo invocou o interesse nacional para anular a lei comunitária.

O parecer do Instituto Marítimo-Portuário, invocando ameaças reais à navegabilidade do Douro, andou “desaparecido” no estudo de impacto ambiental, pelo que, segundo Manuela Cunha, do Partido Os Verdes, “não ficaram acauteladas responsabilidades e ficou a EDP isenta de pagar as obras que venham a ser necessárias para garantir a navegabilidade”.


Erika Nunes, in Dinheiro Vivo - 17 de Outubro de 2011

PNBEPH - Escândalo nacional: Barragens vão custar três défices públicos




PNBEPH - Escândalo nacional
Barragens vão custar três défices públicos

Erika Nunes, in Diário de Notícias - Bolsa, N.º 52055, Ano 147º (pág. 31) - 17 de Outubro de 2011

Barragens vão custar três défices públicos: Apelo à troika para parar barragens




Barragens vão custar três défices públicos
Apelo à troika para parar barragens

Empresas vão receber 16 mil milhões do Estado durante os próximos 70 anos, denunciam ecologistas e associações durienses.
Dezasseis mil milhões de euros é quanto o Estado vai pagar à EDP e à Iberdrola, as concessionárias das futuras barragens na bacia do Douro, durante os próximos 70 anos. Um “desastre económico, social e ambiental”, que é como define uma dezena de grupos ecologistas e locais. 

Foi para impedir um "desastre económico, social e ambiental" que um conjunto de grupos ecologistas nacionais e de associações durienses se juntaram na elaboração de um documento que pretende explicar porque é que o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) deveria ser "imediatamente suspenso e revogado”. A instância de apelo é a famosa troika.

As concessionárias das futuras barragens vão produzir “metade da energia prevista” no plano, com o dobro do investimento pedido, mediante o pagamento anual de um subsídio do Estado de 49 milhões de euros. A isso somam-se 20 mil euros por megawatt produzido, assegurado pela lei da “Garantia de Potência”, que o ex-ministro Mira Amaral apelidou de “escandalosa” e recomendou “acabar, sob pena de ficar inviabilizada qualquer recuperação económica do país”.

Além do que sairá do Orçamento do Estado, as famílias também contribuirão para as barragens, pagando “mais 10% de electricidade para subsidiar as construções. Uma fraude sobre o Estado e sobre os cidadãos portugueses”, resume João Joanaz de Melo, presidente do GEOTA, um dos signatários da missiva à troika.

“Positivo é o facto de ainda ninguém ter desmentido a nossa exposição, a troika já ter começado a questionar o Governo sobre as barragens e os actuais ministérios da Economia e o do Ambiente responderem que estão preocupados com este assunto e que o estão a estudar”, revelou a mesma fonte, apontando que “é preciso que a opinião pública reaja e faça parar as barragens, como aconteceu com Foz Coa”.

São as seguintes as contas do grupo que contesta o negócio: durante as concessões das barragens, um total de 16 mil milhões de euros serão pagos às empresas de electricidade, que produzirão apenas 0,5% da energia consumida em Portugal, representam só 2% do potencial de energia que poderia ser obtida através de um programa de eficiência energética e respondem por 3% do aumento das necessidades energéticas do país.

“Se fossem feitos investimentos para obter uma eficiência energética equivalente ao que as novas barragens vão produzir, as contas de electricidade baixariam 10%.

Mas, se fossem feitos investimentos com vista a obter o potencial máximo de eficiência energética, as contas dos consumidores baixariam 30%”, explica o estudo enviado à troika. Os investimentos em causa, na versão mais intensiva e dispendiosa, rondariam os 410 milhões de euros e teriam retorno em menos de três anos.

Além dos efeitos económicos, as barragens têm demonstrados prejuízos para o património natural e cultural e para a economia da região. “Ao contrário do que diz a propaganda oficial, as barragens geralmente não geram desenvolvimento local. Criam empregos na construção, mas muito menos do que noutros tipo de investimento, e apenas temporariamente. Por exemplo, projectos de eficiência energética ou de renovação urbana beneficiam toda a economia (famílias, Estado e instituições privadas, pequenas e grandes empresas) e geram cerca do dobro de empregos por milhão de euros investidos, em comparação com barragens ou outras grandes obras públicas”, argumentam.

A quem é que aproveita o crime?”, questiona Joanaz de Melo. “Estas decisões não foram tomadas no interesse público, mas é do interesse público parar o programa nacional de barragens. Temos de parar este desastre”, concluiu.


Erika Nunes, in Jornal de Notícias, N.º 138, Ano 124 (pp. 48 e 49) - 17 de Outubro de 2011

Comunicação empresarial nas redes sociais: Eliminação de comentário por parte da EDP no Facebook gera polémica







Comunicação empresarial nas redes sociais
Eliminação de comentário por parte da EDP no Facebook gera polémica

O caso tem despertado uma sucessão viral de comentários no Facebook. Uma utilizadora desta rede social, Joana Couve Vieira, difundiu um printscreen em que a EDP anuncia ver-se obrigada a apagar um post da sua autoria. A EDP sublinha que não houve censura mas antes o cumprimento do código de conduta.

A história resume-se assim: Joana Couve Vieira declarou-se contra o plano nacional de barragens na página da EDP remetendo para a seguinte página: Eu não pedi um Plano Nacional de Barragens.

Em resposta, a EDP escreveu, na caixa de comentários ao post: “Olá Joana. De acordo com o Código de Conduta da nossa página, que estabelece as normas de utilização da mesma e que deve ser respeitado por todos, somos obrigados a eliminar o seu post. Agradecemos a sua compreensão e convidamo-lo [sic] a participar na nossa comunidade com as suas críticas construtivas. Sugerimos que consulte o nosso Código de Conduta aqui: http://www.facebook.com/grupo.edp?sk=app_228506590493791”.

Em declarações ao PÚBLICO, a EDP afirmou: “O código de conduta da EDP é igual ao código de conduta do Facebook, que é obrigatório para qualquer pessoa que utilize esta rede social. Não houve aqui nenhuma prática de censura. Basta verificar todo o histórico da página da EDP para se perceber que há um conjunto de críticas que nós mantemos na página e que nunca foram apagadas”.

O PÚBLICO confirmou isso mesmo. Estão hoje disponíveis muitos comentários negativos para a EDP sobre este printscreen divulgado por Joana Couve Vieira e outros comentários não relacionados com este episódio, mas que criticam a actuação da empresa, como por exemplo este, com data de hoje: “Para que é que uma empresa que tem um monopólio precisa de estar consecutivamente a gastar milhões a mudar de imagem?”

Entretanto, por volta das 12h30 de hoje, a EDP também colocou online na sua página do Facebook um comunicado em que lamenta a “situação gerada” e apela à “compreensão de todos para o cumprimento dos princípios de utilização presentes no Código de Conduta” da empresa.

Igualmente contactada pelo PÚBLICO, Joana Couve Vieira enviou-nos por e-mail a sua posição sobre este assunto: "Nunca pensei que esta simples publicação no Facebook tivesse esta repercussão, mas fico contente que tenha acordado outros para o problema. Não me incomoda muito ter sido banida, incomoda-me sim o que a EDP anda a fazer a este país, às pessoas e à Natureza, marketizando mentiras, sem que nada seja feito para o impedir".

O Caso EnsitelNo final do ano passado, uma cliente da Ensitel, Maria João Nogueira, foi intimada judicialmente por esta cadeia de lojas portuguesa que vende aparelhos de electrónica a apagar textos do seu blogue pessoal que criticavam a actuação da empresa.

Em causa estavam alguns textos relativos à empresa escritos ao longo de 2009. Nesses textos, Maria João Nogueira, autora do blogue jonasnuts.com, descreveu a forma como a Ensitel se recusou a trocar um telemóvel defeituoso. Após uma série de tentativas de troca e de devolução do dinheiro, o caso acabou em tribunal, onde o juiz deu razão à Ensitel.

Durante este tempo, Maria João Nogueira - responsável pela gestão da comunidade de blogues do portal Sapo e uma presença frequente nos círculos da blogosfera nacional - foi descrevendo a sua saga online. E foi precisamente para obrigar a autora a apagar a descrição dos acontecimentos que a Ensitel intimou a sua ex-cliente no final de 2010.

Contactada pelo PÚBLICO, Maria João Nogueira recorda que todo o caso ficou encerrado ainda em finais de 2010. 


Remetendo-nos para um post publicado no seu blogue pessoal, a autora escreveu, no dia 31 de Dezembro de 2010: “De acordo com o mail que recebi da Ensitel, está concluído todo este processo. Os senhores reconheceram um erro, pediram desculpas (que eu aceitei), aprenderam com o erro e, de acordo com o que referem no comunicado, vão estar mais atentos. Vão também retirar de imediato a acção judicial. Era tudo o que eu queria. Por mim, este episódio Ensitel fica encerrado”.

Apesar de encerrado, este caso veio demonstrar a capacidade de reacção da comunidade online. Fenómenos como este são conhecidos como o “efeito Streisand”. Isto acontece quando alguém tenta retirar ou minimizar a publicação de algo na Internet, obtendo com essa acção o efeito contrário. O nome vem da tentativa levada a cabo pela artista Barbra Streisand de retirar uma fotografia da sua mansão de uma colecção de fotos públicas da costa da Califórnia.

Fernando Batista, head office da agência de comunicação especializada em relações públicas digitais LEWIS PR, comenta este episódio da EDP afirmando que as empresas “têm de assimilar de uma vez por todas que (...) haverá sempre quem discorde” nas redes sociais. “Na lista dos públicos-alvo também existe um grupo (grande ou pequeno) que é o das pessoas que não gostam da marca”, indica Fernando Batista neste post.

“Só porque se indica um comentário contrário ao que é a política da empresa, não quer dizer que se esteja a ser ofensivo. Pelo contrário, demonstra que se está a ser pluralista e a reconhecer que existem outros pontos de vista. É necessário dialogar com quem quer que seja. Dialogar é falar e ouvir também. Marca que não ouve o que os outros têm para dizer é uma marca surda!”, escreve ainda este consultor.

Fernando Batista acrescenta ainda: “Agir de forma imediata e apagar todo e qualquer comentário, bloqueando o acesso aos utilizadores também não é boa política (...) Nas redes sociais a máxima de Ford ‘digam bem ou mal, o que me interessa é que falem!’ não funciona”.


Susana Almeida Ribeiro, in Público - 17 de Outubro de 2011

Terceiromundismo: Facebook da EDP "invadido" por utilizadores descontentes





Terceiromundismo
Facebook da EDP "invadido" por utilizadores descontentes

A EDP parece estar a braços com um novo caso "Ensitel"... Não, a empresa não tentou processar ninguém por causa de um blogue, mas eliminou um comentário no Facebook, desencadeando uma autêntica guerra de forças com os utilizadores das redes sociais.

Tudo começou quando uma utilizadora publicou no mural da empresa uma mensagem em que dizia não ter pedido um plano nacional de barragens e colocava um link para uma página sobre o tema. Passado uns minutos, a empresa comentou o post, dizendo que "de acordo com o Código de Conduta" da página, iriam apagar o comentário, convidando a utilizadora a consultar o referido código, para o qual forneciam o link. 


A palavra depressa se espalhou pelas redes sociais, que declararam guerra ao mural da EDP e têm entupido o mesmo sem parar há diversas horas, como forma de protesto.

A própria empresa respondeu ao sucedido pouco depois (ainda ontem, domingo), comentando o "print screen" que denunciava a situação e que circula pelas redes, dizendo que "o post foi apagado por violar o código de conduta nalguns items, entre os quais a repetição não construtiva da mesma mensagem". "Deverá reconhecer, ao longo de todo o mural da EDP, que zelamos pela sua manutenção equilibrada e nunca de censura", garante a empresa.

Porém, o esclarecimento não parece ter chegado para muitos utilizadores, que se concentram em inundar a página de comentários negativos ao referido "código de conduta" e à empresa em si, aproveitando para falar das recentes medidas apresentadas para o Orçamento de Estado. 


Tanto quanto é possível ver, nenhum comentário foi, no entretanto, apagado desde o início do "ataque".

Segue link para o Código de Conduta da empresa na sua página do Facebook: https://www.facebook.com/grupo.edp?sk=app_228506590493791+

ACTUALIZAÇÃO: A EDP, no entretanto, já respondeu à onda de comentários no seu mural. Num post colocado poucos minutos depois das 12h00, a empresa explica que tem "seguido com atenção os posts publicados no mural" e que está empenhada em "continuar a dialogar com a comunidade, de forma a criar um ambiente construtivo onde todos podem participar". 


A EDP esclarece, igualmente, que "o código de conduta" da página, "a par do código de conduta do Facebook", pretende "definir os princípios para o bom funcionamento da mesma e deve ser tido em conta por todos os membros da comunidade". "Estamos abertos a receber opiniões, sugestões e críticas que queiram partilhar connosco, às quais procuramos ativamente dar seguimento e acompanhamento", garantem.

A utilizadora visada também já comentou o sucedido, dizendo que nunca pensou que o sucedido "iria ter esta repercussão". "Não me incomoda muito ter sido banida, incomoda-me sim o que a EDP anda a fazer a este país, às pessoas e à Natureza, marketizando mentiras, e sem que nada seja feito para o impedir", diz Joana Couve Vieira.


Daniela Espírito Santo, in Nós na Rede - 17 de Outubro de 2011

Facebook: A EDP não gosta de vozes contrárias

Facebook
A EDP não gosta de vozes contrárias


O “código de conduta” do page facebook da EDP estabelece normas de utilização “democráticas”. Críticas ou comentário ao status quo é que não pode ser…

A EDP: Há já bastante tempo, mais do que andarem a hipotecar a vida dos portugueses, o que me incomoda mais é andarem a destruir o património natural e construído deste país. E a EDP é a maior materialização dessas destruição. Infelizmente, casos como Vilarinho das Furnas não são histórias do passado e repetem-se até aos dias de hoje. 


Num momento que vemos os EUA a desmantelar centenas de barragens, porque se chegou à conclusão que os prejuízos são muito maiores do que os benefícios, e tendo como exemplo as mentiras que nos passaram de que os barragens iriam trazer desenvolvimento às regiões em causa, a revolta aumenta.

Nunca pensei que esta simples situação de facebook iria ter esta repercussão, mas fico contente que tenha acordado outros para o problema. Não me incomoda muito ter sido banida, incomoda-me sim o que a EDP anda a fazer a este país, às pessoas e à Natureza, marketizando mentiras, e sem que nada seja feito para o impedir.

ps: a reacção, por ora, da EDP no facebook. “A página da EDP no Facebook procura estabelecer um contacto mais próximo com o público, convidando a que nos sejam colocadas dúvidas, questões ou sugestões. Pretendemos potenciar a discussão construtiva e a partilha de informação”.

Joana Couve Vieira, in Aventar - 17 de Outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mondim de Basto - Barragem de Fridão: Declaração de Impacte Ambiental chumba proposta da Rede Eléctrica Nacional






Mondim de Basto - Barragem de Fridão
Declaração de Impacte Ambiental chumba proposta da Rede Eléctrica Nacional

Foi emitida, no passado dia 30 de Setembro, a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) relativa ao projecto da Linha Eléctrica de Muito Alta Tensão, sendo a mesma desfavorável para os troços apresentados para o concelho de Mondim de Basto.


Humberto Cerqueira, Presidente da Câmara Municipal, ciente das consequências negativas que um projecto desta natureza acarreta para o concelho e sua população, fez saber publicamente, que está contra a Linha Eléctrica de Muito Alta Tensão, conforme proposta que apresentou em reunião de Câmara no passado dia 12 de Maio. 

Mais, aquando do período de participação pública, a autarquia Mondinense remeteu à Agência Portuguesa do Ambiente, uma parecer técnico devidamente fundamentado, no qual apresentou a sua posição desfavorável aos troços 6ª e 6B, por considerar quês estes eram muito prejudiciais quer do ponto de vista socioeconómico, quer do ponto de vista ecológico.

A Declaração de Impacte Ambiental veio a confirmar aquilo que a Câmara Municipal defende, tendo mesmo atendido às alegações apresentadas em sede própria. Uma vez mais o Presidente da Câmara coloca-se ao lado das populações na defesa dos seus interesses.


in Notícias de Vila Real - 14 de Outubro de 2011

Universidade de Salford: «Mondego» (documentário de Daniel Pinheiro)

Universidade de Salford
«Mondego» (documentário de Daniel Pinheiro)



Projeto Final de Mestrado de Daniel Pinheiro em Produção de Documentário em Vida Selvagem da Universidade de Salford.

Filme marcado com uma distinção. Filmado em Portugal em Maio / Junho de 2011. 


Uma viagem pela vida selvagem do rio Mondego desde as montanhas até ao mar.

sinopse
Um rio aclamado por poetas e compositores, intimamente entrelaçado na História de Portugal. 

Com suas águas até se fundir com o mar, um pequeno riacho, escondido nas altas montanhas da Serra da Estrela, continua a assegurar que o Mondego respira a vida em sua grande variedade de habitats e vida selvagem.

Daniel Pinheiro (Universidade de Salford), in vimeo - Outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mondim de Basto - No coração do Tâmega: CONBATE





Mondim de Basto - No coração do Tâmega
CONBATE









CONtra a Barragem que destruirá o Rio e as linhas de muito Alta TEnsão que destruirão o Monte.

Levantarás a tua espada até ao céu,
Para decapitar os monstros malfadados,
Rasgarás, com a tua espada, o negro véu,
Que esmaga Monte e Rio, condenados.

Ceifarás, com tua espada, dragões de lume,
Que profanarão o Monte, até ao cume,
Quando rufarem tambores na madrugada;
Derrubarás, com fogo, as torres infernais,
Com mil bombas de dinamite siderais,
Que hão-de ofuscar a luz que nos foi roubada.

O teu grito de guerra há-de ser o clamor,
Pelo nome dos entes, o nome guardado,
Para se cobrir de glória e de esplendor,
Este chão antigo, este chão sagrado.

Em ti reside a força, tu serás o fio,
Desta nossa espada de luz e de paixão,
Que há-de salvar o Monte e salvar o Rio,
Quando tu cortares a cabeça do dragão!

Levantarás a tua espada até ao céu… 


Luis Jales de Oliveira, in O Basto - 11 de Outubro de 2011

Brasil - Barragens: À Margem do Xingu - Vozes Não Consideradas

Brasil - Barragens
À margem do Xingu - Vozes não consideradas


Melhor Documentário pelo Juri Popular no IV Festival Paulinia de Cinema

Em viagem pelo rio Xingu encontramos inúmeras pessoas, moradores de toda uma vida, que serão atingidos pela possível construção da hidroeléctrica de Belo Monte. 

Relatos de ribeirinhos, indígenas, agricultores, habitantes da região de Altamira na Amazónia, assim como especialistas da área compõem parte deste complexo quebra-cabeça. 

São reflexões sobre o passado obscuro deste polémico projecto e que elucidam o futuro incerto da região e destas pessoas às margens do Xingu.

Poltrona Filmes, in Vimeo - 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

Rio Tâmega - Amarante: Denúncia Ambiental

Rio Tâmega - Amarante
Denúncia Ambiental


O Tâmega em S. Gonçalo, em 9 de Outubro de 2011
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Não sei se as cianobactérias, também conhecidas por algas azuis mas que são verdes, ganharam capacidades saltadoras e saltaram a açude da florestal, que durante todos estes anos, em que denunciámos o desastre ambiental no Tâmega, funcionou como barreira... não sei se a EDP, a tal da energia "positiva" e "verde" subiu em demasia o caudal da albufeira e contaminou as águas em S. Gonçalo, não sei se nada disto aconteceu e apenas era uma questão de tempo e condições favoráveis para que, juntas, desse no que deu, este ano em estreia absoluta para quem visita Amarante.


É a nova atracção turística amarantina e o município pode agora, finalmente, juntar aos seus folhetos turísticos um texto a aliciar a turistada a deslocação à cidade para apreciação, in loco, de tão fabuloso fenómeno. 

O Tâmega parece agora um prado verdejante e só lhe faltam as vacas a sorrir perante tamanha iguaria. 

As vacas e os burros, acrescento eu, os burros também deverão apreciar esta pradaria que, a continuar este calor, se transformará em breve num manto pastoso, verde quase fluorescente.

Obrigada, EDP!


Obrigada políticos deste país!


Bem hajam por pensarem em atracções turísticas como ninguém!


Anabela Magalhães, in Anabela Magalhães - 9 de Outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Amarante - Rio Tâmega: Tâmega - Obrigada EDP!

Amarante - Rio Tâmega
Tâmega - Obrigada EDP!




O Rio Tâmega em Tujidos - 7 de Outubro de 2011
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

É uma cruzada também minha, a defesa deste rio a saque dos vampiros que o esventram.

O meu Tâmega apresenta-se, de novo, com uma criação espampanante e descontrolada de cianobactérias.


Obrigada, EDP!


Anabela Magalhães, in Anabela Magalhães - 7 de Outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Rio Tâmega - Mondim de Basto: Pres. Junta de Mondim de Basto alerta para poluição no rio Tâmega




Rio Tâmega - Mondim de Basto
Presidente da Junta de Freguesia alerta para eutrofização das águas


in PortoCanal - 6 de Outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mondim de Basto: Presidente da Junta alertou para poluição no rio Tâmega





Mondim de Basto
Presidente da Junta alertou para poluição no rio Tâmega

O presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto alertou hoje para a poluição no rio Tâmega, descrevendo a água como esverdeada e cheia de microalgas e pedindo à população para não ir a banhos.

Fernando Gomes disse à Agência Lusa que está preocupado com a poluição que diz ser visível no rio Tâmega, junto à vila de Mondim de Basto.

"A água está eutrofizada, uma situação que é mais visível devido ao calor intenso, o verão está prolongado, não há chuvas e a água está parada", referiu.


in Expresso (Lusa) - 5 de Outubro de 2011

Mondim de Basto - Presidente da Junta: Autarca alerta para poluição no rio Tâmega






Mondim de Basto - Presidente da Junta
Autarca alerta para poluição no rio Tâmega

O presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto alertou hoje para a poluição no rio Tâmega, descrevendo a água como esverdeada e cheia de microalgas e pedindo à população para não ir a banhos.

Fernando Gomes disse à Agência Lusa que está preocupado com a poluição que diz ser visível no rio Tâmega, junto à vila de Mondim de Basto.

«A água está eutrofizada, uma situação que é mais visível devido ao calor intenso, o verão está prolongado, não há chuvas e a água está parada», referiu.

O autarca alertou a população para não ir a banhos no rio, não deixar os animais beber da água do rio e pediu aos pescadores para se afastaram também desta área.

O delegado de saúde de Mondim de Basto, José Faria, disse que foi alertado para a situação e que encontrou a água do rio com uma cor esverdeada e com microalgas em suspensão.

Salientou ainda que é a primeira vez que vê este tipo de poluição naquela zona do rio Tâmega.

«Em princípio poderá tratar-se de uma poluição por cianobactérias. É uma poluição normalmente provocada por micro-organismos que são algas que se desenvolvem na presença de luz solar em grande e por nitritos e nitratos lançados para o rio», referiu.

José Faria pressupõe que a origem da poluição se encontre a montante do concelho de Mondim de Basto.

Nesta zona não existem praias fluviais mas, mesmo assim, o responsável sublinhou que as pessoas não devem tomar banho nas água do Tâmega, apesar do intenso calor que se tem feito sentir nos últimos tempos.

À GNR, entidade responsável pela fiscalização, não chegou até ao momento qualquer queixa ou alerta sobre esta situação.

Fernando Gomes teme que este efeito de eutrofização do rio Tâmega se intensifique com a construção da barragem de Fridão, a jusante da vila de Mondim de Basto.

«Eu já estou preocupado porque, para além de ficarmos com as águas inquinadas, não vamos poder procurar investidores na área do turismo para uma albufeira que vai ficar com péssima qualidade de água. Não vai ser bom para desenvolver do concelho», frisou.

A barragem de Fridão é uma das 10 que constam do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial hidroeléctrico, afectando território dos concelhos de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto.

Em Abril de 2010, o Ministério do Ambiente emitiu a declaração de impacto ambiental (DIA) condicionada à cota mais baixa da barragem de Fridão.

O empreendimento encontra-se em processo de licenciamento, prevendo-se que as obras arranquem em 2012.


in Lusa/SOL - 5 de Outubro de 2011

Mondim de Basto: Autarca alerta para poluição no rio Tâmega






Mondim de Basto
Autarca alerta para poluição no rio Tâmega

O presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto alertou hoje para a poluição no rio Tâmega, descrevendo a água como esverdeada e cheia de microalgas e pedindo à população para não ir a banhos.

Fernando Gomes disse à Agência Lusa que está preocupado com a poluição que diz ser visível no rio Tâmega, junto à vila de Mondim de Basto.

«A água está eutrofizada, uma situação que é mais visível devido ao calor intenso, o verão está prolongado, não há chuvas e a água está parada», referiu.


in Diário Digital / Lusa - 5 de Outubro de 2011

Microalgas - Mondim de Basto: Rio Tâmega demasiado poluído para banhos





Microalgas - Mondim de Basto
Rio Tâmega demasiado poluído para banhos

O presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto apela para que se trave a construção da barragem para evitar mais poluição.

A água do rio Tâmega está esverdeada e cheia de microalgas. O presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto, Fernando Gomes, garante que o rio nunca se apresentou tão poluído e alerta a população para que não vá a banhos.

Ouvido esta manhã pela Renascença, Fernando Gomes defende ainda que seja travada a construção da barragem de Fridão, para evitar o agravamento da poluição.

“Dado o prolongamento do verão e falta de chuva, o rio ficou com algas, água não está oxigenada e isto é uma situação que preocupa porque está prevista a construção da barragem do Fridão no Tâmega e conforma indicações dos especialistas, com a construção dessa barragem, vamos ter uma albufeira completamente atrofizada como há no Torrão.


Assim não pode haver nenhuma exploração do nível turístico nem de lazer, nem lúdico”, alerta o responsável.

A barragem de Fridão é uma das 10 que constam do Plano Nacional de Barragens, com elevado potencial hidroelétrico. Vai afectar os concelhos de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto. Está em processo de licenciamento e as obras estão previstas para arrancar no próximo ano.


in Rádio Renascença - 5 de Outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Mondim de Basto - Presidente da Junta: Rio Tâmega está eutrofizado!






Mondim de Basto - Presidente da Junta
Rio Tâmega está eutrofizado!



Tenho manifestado publicamente a minha oposição sobre a construção da Barragem de Fridão. 

Como todos sabem, sou inteiramente contra este projecto. Não tenho a menor dúvida que serão maiores os danos que os benefícios. Essa minha posição está baseada em consultas de pareceres de especialistas na matéria e entidades dignamente credíveis.


Na sexta-feira passada, dia 30 de Setembro, o rio Tâmega amanhece com as suas águas esverdeadas, mantendo-se até a data de hoje. Ocorrência essa, conhecida como EUTROFIZAÇÃO. Consequência de um Verão prolongado com elevadas temperaturas e sem chuvas que propicia a eutrofização.


A eutrofização é o processo de poluição de corpos de água proveniente do acúmulo de nutrientes dissolvidos na água, ficando com níveis baixíssimos de oxigénio. Isso provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais e, tem um altíssimo impacto para o ecossistema aquático. São raras as espécies que conseguem sobreviver.

Os lagos, Charcos e Albufeiras são ainda mais vulneráveis à poluição do que os rios. 

Portanto, se o rio Tâmega está neste momento está eutrofizado, não podemos ter a menor dúvida de que, quando as suas águas forem represadas com a Barragem do Fridão, irá acelerar e agravar o processo da eutrofização.

Para que não hajam dúvidas é de salientar o Parecer da Comissão de Avaliação sobre o RECAPE “A qualidade da água que se observa nesta Albufeira (Torrão), onde estão identificados problemas de eutrofização associados a elevadas concentrações de fósforos, implica, à partida, um risco elevado de eutrofização da albufeira do AH Fridão”

Situação essa, que inviabilizará todas as actividades de carácter lúdico e de lazer nas massas de água (DL nº 135/2009 de 3 de Junho). Está condição irá penalizar seriamente na elaboração do Plano de Ordenamento das Albufeiras de águas Públicas (DL nº 107/2009, de 15 de Maio), que irá definir os regimes de salvaguarda, protecção e gestão, estabelecendo usos preferenciais, condicionados e interditos.


Associado a este problema da eutrofização, está também a variação da cota mínima que poderá atingir os 10 metros abaixo da cota máxima. 

Como refere o Professor Rui Cortes da Universidade da UTAD “irá impedir o aproveitamento turístico da albufeira, dado haver uma grande flutuação do nível de água, enchendo durante a noite e baixando durante o dia, período de maior consumo de energia.” Afirma ainda que “A ideia Idílica de ter uma grande massa de água não se vai verificar”. Estas variações vão provocar um grande efeito de erosão e será uma situação muito desagradável. Alertou ainda que, ”Com a sucessão de barragens previstas no rio Tâmega vai por em causa a qualidade da água”.


Para finalizar e dado as revelações negativas que tem vindo a ser aludidas no RECAPE e no Parecer da Comissão de Avaliação do AH de Fridão, manifesto a minha total preocupação e o meu desagrado pela concordância e inconsciência com que esta autarquia, Câmara Municipal de Mondim de Basto, tem vindo a liderar este projecto da Albufeira de Fridão com a EDP, colocando demasiado em causa o futuro deste concelho.

Repito, “Uma autarquia tem que ser o braço que apoia o cidadão, o pulso que faz este concelho funcionar e ter a mentalidade em despertar um espírito de conformidade de opiniões para que sejamos como uma única família mondinense. 


E pluribus unum. Dos muitos se faz um.”

Fernando Gomes (Presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto) - 4 de Outubro de 2011