sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Governo - Barragem de Foz-Tua: A meter água






Governo - Barragem de Foz-Tua
A meter água



O turismo, que devia ser uma das apostas estratégicas do País, é ignorado por causa de uma barragem

Há coisas que nunca mudam. O apego dos Governos às Parcerias Público-Privadas seria enternecedor se não fosse uma das grandes causas da ruína do País. A ligação quase umbilical entre o Estado, empreiteiros, bancos, concessionários e seus advogados pode explicar que ao fim de meio ano de Passos Coelho as PPP continuem a ser negócios ricos e florescentes para os privados e uma desgraça para o Estado. Está tudo na mesma, para pior.

Agora, há o risco de a Unesco retirar a classificação de Património Mundial ao Douro Vinhateiro, se a Barragem do Tua for construída. Podia não ter importância, só baixava um pouco mais o ânimo dos nativos, mas não. O que a Unesco disse, em 2001, é que há uma região tão bonita e fantástica em Portugal que tem de ser usufruída pelo Mundo inteiro. E isso atrai turismo, como tem atraído cada vez mais. Mas subir o Douro de barco e andar na centenária e única Linha do Tua, submersa com a barragem, deixará de ser possível. O turismo, que devia ser uma das apostas estratégicas do País, é ignorado por causa de uma barragem que vai dar apenas 0,67 por cento a mais de energia e que, de custo inicial, é de 300 milhões (num total de 16 mil milhões pagos pelos contribuintes), fora as derrapagens e a mão de Souto Moura para "melhorar" o paredão de mais de 100 metros de altura. Foi este paredão "imenso" que a ministra do Ambiente disse ao Parlamento já estar construído, para justificar a barragem. Mas não está. Confessou depois ao CM que o secretário de Estado Daniel Campelo a informou mal.

Mas, ficou tudo na mesma, pior. Mais de mil sobreiros já foram abatidos dos mais de cinco mil autorizados pela ministra e o argumento mudou. Agora, há um contrato para respeitar que, por acaso, tem sido seguido pela antiga firma de advogados da ministra e uma indemnização de cerca de 100 milhões no caso de quebra de contrato. Então, retire-se o necessário dos 2500 milhões do CIEG (os custos políticos que se pagam com a factura da luz) e use-se como indemnização e isto sem invocar o interesse nacional que serve para alterar tudo o que é contrato laboral! Em vez das barragens, aposta-se na eficiência energética nos edifícios e nos transportes e a ministra do Ambiente, em vez de parecer... é!


Manuela Moura Guedes, in Correio da Manhã - 9 de Dezembro de 2011

2 comentários:

Anónimo disse...

Tentaram vender a EDP à pressa, com a miragem dum Plano Nacional de Barragens chorudo dentro, mas o paredão do Tua, que a (sa) Cristas ministra já havia construído no seu imaginário, acaba de desabar sobre a cabeça do Bloco Central da Corrupção, que continua, como se vê, bem de pé!

Que sejam os próprios transmontanos (Durão Barroso, Sócrates, Passos Coelho e José Manuel Viegas) a quererem afundar a região dá bem a medida da decadência e miséria moral a que chegámos :(

OAM

Anónimo disse...

Esta gente é um espectáculo,

falam de potencial turismo que se perdeu numa zona abandonada como a da linha do tua, que para chegar a grande parte das estações até a pé é dificil, e esquecem-se de exemplos como o do alqueva que também foi alvo de discórdia de ambientalistas cheios de ideias hipócritas, e agora que a construçlão foi a Avante e a albufeira está em pleno, pessoas como a que redigem noticias como a acima compram terrenos e habitações para disfrutar da paisagem da lagoa artificial a beber vinhos do porto com botas de 1600 € o par.

Vamos continuar a viver de glórias passadas ou vamos continuar a andar para a frente e deixar de comprar energia nuclear à Espanhs que construiu um central nuclear mesmo à nossa porta.

Eu sou a favor da barragem e tudo de bom que ela trás, perguntem ás pessoas que lá moram desde S.Mamede de Ribatua ao Fiolhal, se querem ou não a barragem à porta.

Eu também gostaria de ver estes ambientalistas a viver sem luz e água, porque para alimentar os iphones que eles têm com certeza que podem pô-los a carregar ás Árvoras que tanto querem preservar, mas não é no Tua de certeza, pois lá na zona onde será a futura albufeira é só rocha e escarpas vertiginosas


Ass. Adepto da Barragem