segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Barragem do Tua: Associações ambientalistas manifestam-se frente à EDP






Barragem do Tua
Associações ambientalistas manifestam-se frente à EDP

Quatro associações ambientalistas convocaram para terça-feira de manhã, em Lisboa, um protesto em frente à sede da EDP, contra a construção da barragem de Foz Tua, em Trás-os-Montes, e o Plano Nacional de Barragens.

Protestar “ruidosamente contra o Plano Nacional de Barragens e contra a destruição de mais um rio e um vale que pertence a todos” é o propósito desta manifestação, no Marquês de Pombal, promovida pelo GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), LPN (Liga para a Proteção da Natureza), Quercus e COAGRET (Coordenadora dos Afetados pelas Grandes Barragens e Transvases).

Para os contestatários, se o Plano Nacional de Barragens avançar, “irá implicar um acréscimo de pelo menos dez por cento na fatura da eletricidade e custar aos consumidores e ao Estado entre 16 e 20 mil milhões de euros, ou seja dois mil euros a cada português”.

Alegam ainda que o ganho em termos energéticos com novas barragens “é quase nada: 0,5 por cento da energia do país com todo o programa”.

A barragem de Foz Tua, que faz parte do plano e já está em construção, em Trás-os-Montes, na confluência do rio Tua com o Douro, terá, segundo defendem as associações ambientalistas, “consequências sociais graves e contribuirá para o despovoamento da região, já empobrecida, e do Vale do Tua”.

Dizem que “a construção desta barragem implicará a destruição de “valores com um potencial turístico e patrimonial inestimável, nomeadamente o Vale e a Linha do Tua”.

Os contestatários alegam que “parar a barragem de Foz Tua agora é trinta vezes mais barato do que deixá-la avançar e pagar os custos de uma eletricidade inútil e caríssima”.

Defendem ainda que “o investimento em projetos de eficiência energética custa dez vezes menos por kWh produzido do que o investimento em novas barragens”.

As quatro associações defendem que Portugal “não precisa mais barragens” e que as 67 existentes “podem vir a ser reequipadas para maior produção”.

“Vamos dizer à EDP que não permitimos a destruição do nosso património e da nossa identidade através da construção de mais uma barragem inútil, sem quaisquer benefícios energéticos, sociais, ambientais ou financeiros para o país”, é o lema do protesto desta terça-feira.

A barragem de Foz Tua vai submergir 16 dos menos de 60 quilómetros da linha do Tua, que se encontra com a circulação suspensa na maior parte da sua extensão desde agosto de 2008, a data do último de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais.

Os promotores do protesto acreditam que ainda é possível parar a barragem e evitar a “morte da centenária ferrovia transmontana, quer pelo seu valor patrimonial, quer pela importância para a mobilidade local, quer pelo excelente potencial de desenvolvimento turístico que representa”.


Destak/Lusa, in Destak (destak@destak.pt) - 05 de Dezembro de 2011

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