Convém ouvir e atender ao que se diz nesta reportagem
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É consensual entre os especialistas que a população encontrada desta espécie rara de mexilhão (mexilhão-de-rio do norte) dificilmente poderá ser transferida para outro sítio. Como, esta espécie, só consegue viver e reproduzir em águas límpidas, pouco eutróficas, bem oxigenadas e em pouca profundidade (o que é o oposto - citando uma passagem da reportagem - do que acontece às águas após a construção de uma barragem) a barragem de Padroselos (se a legislação for cumprida) não poderá ser construída.
No entanto, outro pormenor se evidencia. Ao não construir a barragem o Estado tem pelo menos duas hipóteses: ou reembolsará a Iberdrola (empresa detentora dos direitos de exploração) no valor acordado (76 milhões de euros) ou dará o aval para o aumento da capacidade de produção nos outros três empreendimentos na bacia do Tâmega - em que a Iberdrola possui os direitos de exploração.
Porém, esta segunda hipótese embate no estudo de avaliação do PNBEPH, encomendado pela União Europeia, que aconselha o Estado a diminuir em cerca de um terço a capacidade de produção de energia (com o objectivo de preservar o Ambiente, a qualidade da água e fazer cumprir a legislação portuguesa e europeia) nestes mesmos três empreendimentos.
A máxima continua: «Se a lei for cumprida nenhuma barragem na bacia do Tâmega será construída».
Marco Gomes, in Remisso - 14 de Dezembro de 2009
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (Cabeceiras de Basto)
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