quarta-feira, 30 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Mercados financeiros: S&P baixa "rating" da EDP e REN (act.)
Mercados financeiros
S&P baixa "rating" da EDP e REN (act.)
Depois de esta manhã ter cortado a notação dos bancos portugueses e de ter avisado que também o poderá fazer para a República portuguesa, a Standard & Poor’s acaba de anunciar que cortou a notação de duas empresas públicas: EDP e REN.
A REN vê a sua notação baixar de A- para BBB, igualmente com perspectiva negativa. Estas mexidas surgem no rescaldo da revisão do “rating” da República, que na passada sexta-feira foi cortado pela S&P em dois níveis, de A- para BBB.
A perspectiva negativa é justificada com a probabilidade de a República portuguesa sofrer novos cortes no seu "rating".
Os primeiros a sofrer o impacto foram, como é hábito, os bancos, que esta manhã viram a respectiva notação cair.
Após um corte de dois níveis, BES, CGD, Totta e BPI têm agora o mesmo "rating" de Portugal e o BCP está a um passo de ser classificado de "junk".
A perspectiva continua negativa, pelo que a agência alerta que pode vir a efectuar cortes adicionais.
No relatório que acompanha o anúncio da decisão, a S&P diz que o corte no “rating” da banca portuguesa “reflecte o impacto directo” da redução efectuada à classificação da República e não descarta um novo corte do "rating" da dívida soberana portuguesa já nesta semana.
A agência considera que Portugal enfrenta "um ambiente económico, financeiro e operacional cada vez mais difícil" e que a crise política está a penalizar o "já fraco nível de confiança dos investidores".
Na passada quinta-feira, um dia após o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento no Parlamento e o pedido de demissão do Executivo de José Sócrates, a S&P baixou o "rating" da dívida soberana em dois níveis de A- para BBB, o nível mais baixo entre as três agência de "rating".
No mesmo dia da S&P, também a Fitch baixou a classificação da dívida de Portugal em dois níveis para A-.
A justificação de ambos os cortes de notação financeira foi a mesma: a crise política.
"Na nossa perspectiva, a incerteza política [após a demissão de José Sócrates] poderá aumentar a desconfiança dos investidores e elevar o risco de refinanciamento de Portugal", diz a S&P. Para a Fitch, o facto de o Parlamento português ter inviabilizado as novas medidas de austeridade, levando à demissão do Governo, aumenta "significativamente as hipóteses de Portugal pedir assistência multilateral num prazo próximo".
Fitch, Moodys e S&P tinham alertado recentemente que poderiam cortar o "rating" de Portugal. A Moody's não esperou pela crise política e cortou o "rating" logo após o Governo apresentar o PEC IV a 11 de Março.
Nuno Carregueiro (nc@negocios.pt), in negócios online - 28 Março 2011
INFORMAÇÃO CMVM: Rating da EDP - Energias de Portugal, S.A. baixa para 'BBB'
INFORMAÇÃO CMVM
Rating da EDP - Energias de Portugal, S.A. baixa para 'BBB'
Foi comunicado pela EDP - Energias de Portugal, S.A. um documento com o seguinte título:
EDP - Energias de Portugal, S.A. informa: Standard & Poor's baixa rating da EDP para 'BBB' com vigilância negativa.
Data e hora de comunicação: 28/03/2011 18:38:29.
O documento divulgado pode ser consultado na página "Informação Privilegiada e Outras Informações", em http://www.cmvm.pt/.
in BPI net - 28 de Março de 2011
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domingo, 27 de março de 2011
SIC - Barragens: Programa «Grande Reportagem no Tâmega
SIC - Barragens
Programa «Grande Reportagem» no Tâmega
No passado dia 23 de Março de 2011 o Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (MCDT) foi contactado pela redacção da estação de televisão SIC (Grande Reportagem) pelo interesse na problemática que as barragens, constantes na grande patranha nacional do «PNBEPH», vêm colocar sobretudo ao interior Norte do país, nos vales do Tâmega, Tua e Sabor.
O contacto com o Tâmega foi estabelecido pela produtora Isabel Mendonça dando indicação do interesse na causa abraçada pelo Movimento em oposição à implosão líquida do vale em toda a extensão desde Chaves (Vidago), considerando as esquecidas Terras de Basto, e à condenação literal de Amarante à insegurança do seu núcleo histórico.
Neste sentido, na próxima quinta-feira (31 de Março), estará em Amarante uma equipa de reportagem formada pela jornalista Carla Castelo (carlacastelo@sic.pt) e pelo realizador Jorge Pelicano, diponíveis a ouvir os argumentos que se tornaram relevantes no Tâmega e se posicionam em favor do rio, da água e da vida que nele corre em curso livre.
José Emanuel Queirós - 27 de Março de 2011
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (Amarante)
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quinta-feira, 24 de março de 2011
Energia - Barragens: Energia pirata
Energia - Barragens
Energia pirata
“...quanto mais exportamos para Espanha, mais o consumidor português paga!” — Mira Amaral
“...quanto mais exportamos para Espanha, mais o consumidor português paga!” — Mira Amaral
“O INE mostra-nos que de Janeiro a Outubro de 2010, comparado com o período homólogo de 2009, houve um aumento de importações de combustíveis de 1 400 milhões de euros. As renováveis da moda não nos reduzem a dependência aflitiva do petróleo e vamos continuar a importar carvão e gás natural pois continuaremos a precisar das centrais térmicas quando não há sol ou vento! Até Novembro de 2010 houve 15,556 GWh de produção termoeléctrica contra 22,009 GWh no período homólogo de 2009, o que significará então, devido às renováveis, uma poupança de importação apenas de cerca de 174 milhões de euros em gás natural e
carvão o que contrasta com um sobrecusto da Produção em Regime Especial bem superior! (...)
Em suma, com esta política centrada nas renováveis da moda, geraram-se terríveis sobrecustos para a economia e a dependência do petróleo mantém-se intacta!
Quando é que entraremos no realismo energético? Quando é que abandonaremos a mera propaganda política e começaremos a tratar da
energia seriamente? Quando é que perceberemos que a eólica e a fotovoltaica só conseguem representar cerca de 3% do consumo total de energia primária? Quando é que perceberemos que discutir a Política Energética não se pode confundir com o apoio às renováveis da moda, com custos demasiados elevados para um País pobre como o nosso?” — in “Petróleo, renováveis e sobrecustos”, Luís Mira Amaral, Jornal de Negócios
Este excelente artigo de Mira Amaral (vale a pena ler os detalhes do mecanismo perverso da formação dos preços da energia no nosso país) mostra claramente o gene que ao longo das últimas três décadas se infiltrou na estrutura económica, financeira e de poder em Portugal, transformando-o, de facto, numa democracia capturada por piratas. Admira-me muito que Mário Soares e Jorge Sampaio só agora tenham acordado deste pesadelo.
O problema que temos pela frente é, pois, gigantesco. Trata-se de corrigir um país onde tradicionalmente abundam a corrupção e a pequena corrupção, cujo sistema de poder traduz uma simbiose oportunista e familiar entre clientelas económico-financeiras, corporativas e partidárias, e que infelizmente se habituou a viver, desde 1415, de rendas coloniais, de monopólios e da emigração.
Como escrevi várias vezes, estamos no fim dum ciclo de 600 anos. E a razão deste colapso histórico é só um: as árvores das patacas já não nos pertencem.
Conclusão: o regime entrou num buraco negro de sobre endividamento de onde não sairá tão cedo, o qual induzirá inevitavelmente uma revolução social. A gente lúcida e honesta deste país (imagino que um punhado de pessoas) deve abdicar dos seus pergaminhos familiares, profissionais e partidários, juntar-se para conversar, e preparar o país para uma insurreição constitucional, da qual resulte uma nova assembleia constituinte e uma nova constituição: simples, justa, transparente e firme.
Portugal é uma língua de areia estreita com um grande e decisivo mar pela frente. Mais de 20% da sua população emigrou de 1960 para cá. Não tem como pagar o seu actual sobre endividamento — qualquer coisa como quinhentas pontes Vasco da Gama, quando só produz 170 pontes por ano, e apenas tem no banco 140. Que fazer? A nova centralidade do Atlântico Norte e Sul, bem como a crise das ditaduras do norte de África, são duas oportunidades que se avizinham a passos largos. Mas aproveitar o novo T deitado da geoestratégia da Europa Ocidental implica mudar Portugal de alto a baixo.
António Cerveira Pinto, in O António Maria - 24 de Março de 2011
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terça-feira, 22 de março de 2011
Energia - Barragens: Petróleo, renováveis e sobrecustos
Energia - Barragens
Petróleo, renováveis e sobrecustos
Na electricidade e gás natural há as chamadas tarifas binómias
Petróleo, renováveis e sobrecustos
Na electricidade e gás natural há as chamadas tarifas binómias
Na electricidade e gás natural há as chamadas tarifas binómias: uma parte variável, que reflecte os custos variáveis da energia consumida, e outra fixa, que reflecte as tarifas (portagens) de acesso às redes de transporte e distribuição, custos estes que estão relacionados com os investimentos (CAPEX) feitos nessas redes.
Acontece que em Portugal no sistema eléctrico têm vindo a ser encaminhadas para essa parte fixa outros custos, os chamados Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), o que é uma aberração porque tal afecta a transparência da formação dos preços e falsifica os sinais dados à operação do sistema. É esta parcela que está a crescer de forma impressionante e não os custos variáveis da energia!
A recente polémica sobre os aumentos dos preços de electricidade e a posição da DECO sobre os CIEG vêm finalmente chamar a atenção para o que tínhamos escrito no Manifesto para uma Nova Política Energética apresentado a 7 de Abril de 2010.
Nos CIEG estão os sobrecustos das energias renováveis e da cogeração, os custos da convergência tarifária das Ilhas com o Continente em que os consumidores continentais pagam a diferença entre os custos insulares mais elevados e os custos no continente para que os insulares paguem os mesmos valores do continente pelos custos de transporte e distribuição, as rendas pagas aos municípios onde passam as redes, os chamados Custos de Manutenção de Equilíbrio Contratual das Centrais Térmicas que anteriormente vendiam à rede através dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) e ainda os sobrecustos das Centrais que ficaram nos CAE.
Neste contexto de total falta de transparência, é pertinente explicar que quando um produtor eólico, ao abrigo do preço político fixado para a Produção em Regime Especial (PRE), vende a electricidade a cerca de 90€/MWh à EDP Universal, o chamado comercializador de último recurso, duas situações existem:
a) A energia produzida é consumida: então o consumidor paga sempre esse preço político da PRE, o qual, para efeitos de contabilidade tarifária, é separado em duas componentes: 1) PG: Preço no mercado grossista corresponde à estimativa do preço médio do mercado grossista (50€/MWh, valor estimado pela ERSE para 2010); 2) Sobrecusto da PRE em relação ao preço no mercado grossista (PG) corresponde pois ao diferencial positivo entre o preço político da PRE e o preço de mercado grossista; esta parcela é incluída nos CIEG e é distribuída por todos os consumidores de electricidade quer os sujeitos à tarifa regulada, quer os que estão em mercado livre (embora com maior peso para os consumidores domésticos, tendo até agora a indústria sido aliviada deste imposto encoberto).
b) A energia produzida é excedentária em relação ao consumo: quando a produção excede o consumo sujeito à tarifa regulada, o Comercializador de Último Recurso, a EDP Serviço Universal, é forçada a revender esse excesso de energia em mercado spot. Esse excedente é então colocado no mercado grossista ao preço de fecho nesse momento desse mercado (Preço Spot), o qual é normalmente muito baixo, tendencialmente zero. É normalmente essa a situação quando se exporta para Espanha a preço zero e que é depois objecto de grande destaque na imprensa. Tendo nós consumidores que pagar essa energia aos produtores ao preço da PRE, vamos recuperar no ajustamento tarifário do ano seguinte essa pequena receita obtida pela EDP Serviço Universal ao vender a energia a esse preço tendencialmente nulo e portanto acabamos por pagar nos CIEG praticamente o preço da PRE! Por isso é que quanto mais exportamos para Espanha mais o consumidor português paga!
O consumidor paga pois sempre (mesmo quando não consome essa energia…), mas o que acontece é que o sobrecusto da PRE em relação aos preços no mercado grossista (PG) vem dissimulado nos CIEG!
Os CIEG atingem em 2011 os 2 500 Milhões de euros e se virmos o seu aumento impressionante ao longo dos últimos anos, constata-se que os custos que aumentam exponencialmente são os sobrecustos da Produção em Regime Especial, basicamente a produção que beneficia de preços políticos determinados pelo Governo como a eólica, a fotovoltaica, a micro-geração e a co-geração, havendo também aumentos nos CMEC e nos sobrecustos dos CAE, derivados de facto de as centrais térmicas sujeitas aos CMEC e aos CAE estarem actualmente a trabalhar menos horas do que estava previsto quando essas centrais entraram em funcionamento, em que foram projectadas para produzir como centrais de base durante a quase totalidade das horas.
Os CMEC e os sobrecustos dos CAE aumentam porque vão pagar justamente a diferença entre o que iriam facturar como centrais de base e o que facturam hoje, remetidas para um mero apoio às eólicas e às solares, quando não há vento ou sol, pois que essas renováveis têm, porque assim foi determinado por imperativo legal, prioridade no acesso à rede.
Assim sendo, quanto mais renováveis intermitentes forem introduzidas no sistema, mais os CMEC e os sobrecustos dos CAE sobem! Poder-se-ia pensar que, uma vez que a sua produção diminui na proporção inversa do crescimento da energia renovável, estas centrais térmicas se estariam a tornar dispensáveis e que a sua equilibragem contratual seria injustificada, tendendo no limite essas centrais a desaparecerem, e com elas esses sobrecustos. Porém, tal não acontece porque o carácter intermitente das renováveis da moda exige a disponibilidade permanente dessas centrais, as únicas capazes de suprirem a falta de vento, de chuva ou de sol quando essa falta ocorre.
No fundo, as renováveis da moda gerando um mix de produção desequilibrado é que são responsáveis pelos sobrecustos das centrais térmicas!
O CEO da EDP vem agora tentar desligar-se do problema, dizendo que não tem nada a ver com os CIEG pois aqui a EDP limita-se a cobrar para depois entregar a receita. Não é bem assim pois que: (1) houve uma mediática joint-venture Pinho-Mexia (frutuosa para os dois!) na "venda" deste produto (as renováveis da moda); (2) a EDP também recebe do CIEG, quer nas suas renováveis (sobrecusto das PRE) quer nas suas térmicas (CMEC)!
Até agora, através duma subsidiação cruzada, o Governo tinha conseguido evitar que este sobrecusto fosse passado para a actividade produtiva, empresas e grandes consumidores, ficando confinado aos domésticos, às microempresas e à iluminação pública. Mas era fácil de prever que com estes aumentos impressionantes nos CIEG, tal teria de ser passado às empresas, como aconteceu agora agravando fortemente a sua competitividade como tínhamos previsto no nosso Manifesto!
Outra falácia é a redução da importação de petróleo devido às renováveis da moda - eólica e fotovoltaica! Aqui a volatilidade do governo é tão grande quanto a volatilidade do vento! Com efeito, o primeiro-ministro em Setembro 2010 afirmava nos EUA que tal poupança seria de 100 milhões de euros/ano, em 22 de Outubro explicava que essas renováveis poupariam 700 milhões de euros anuais de importação de petróleo e por último no fim de Novembro dizia que as renováveis permitiam poupar nos primeiros seis meses do ano 600 milhões de euros na importação de combustíveis fósseis.
Por sua vez, o secretário de Estado Zorrinho dizia em Abril que a poupança anual seria de 500 milhões de euros, tendo emendado em Novembro para 800 milhões de euros. Também a ministra do Ambiente vinha acrescentar "valor" a estes "statements" governamentais, dizendo que as 10 novas barragens iriam poupar a Portugal a importação de 3,3 milhões de barris de petróleo para as centrais termoeléctricas! (só a velha Central de Setúbal é que utilizava petróleo, as actuais usam carvão e gás…).
Ora é preciso que os nossos distintos jornalistas económicos percebam que as renováveis (barragens inclusive) que produzem electricidade não poupam um único barril de petróleo importado pois que: (1) já não utilizamos petróleo na produção de electricidade; (2) o consumo de petróleo é basicamente no sector dos transportes e só quando houver massificação dos veículos eléctricos, o que infelizmente ainda vai levar muito tempo, é que a electricidade substituirá o petróleo.
O INE mostra-nos que de Janeiro a Outubro de 2010, comparado com o período homólogo de 2009, houve um aumento de importações de combustíveis de 1 400 milhões de euros. As renováveis da moda não nos reduzem a dependência aflitiva do petróleo e vamos continuar a importar carvão e gás natural pois continuaremos a precisar das centrais térmicas quando não há sol ou vento! Até Novembro de 2010 houve 15,556 GWh de produção termoeléctrica contra 22,009 GWh no período homólogo de 2009, o que significará então, devido às renováveis, uma poupança de importação apenas de cerca de 174 milhões de euros em gás natural e carvão o que contrasta com um sobrecusto da Produção em Regime Especial bem superior!
A única forma de reduzirmos a importação de petróleo seria a aposta nos biocombustíveis mas esta renovável foi esquecida pelo Governo!
Em suma, com esta política centrada nas renováveis da moda, geraram-se terríveis sobrecustos para a economia e a dependência do petróleo mantém-se intacta!
Quando é que entraremos no realismo energético? Quando é que abandonaremos a mera propaganda política e começaremos a tratar da energia seriamente? Quando é que perceberemos que a eólica e a fotovoltaica só conseguem representar cerca de 3% do consumo total de energia primária? Quando é que perceberemos que discutir a Política Energética não se pode confundir com o apoio às renováveis da moda, com custos demasiados elevados para um País pobre como o nosso?
Acontece que em Portugal no sistema eléctrico têm vindo a ser encaminhadas para essa parte fixa outros custos, os chamados Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), o que é uma aberração porque tal afecta a transparência da formação dos preços e falsifica os sinais dados à operação do sistema. É esta parcela que está a crescer de forma impressionante e não os custos variáveis da energia!
A recente polémica sobre os aumentos dos preços de electricidade e a posição da DECO sobre os CIEG vêm finalmente chamar a atenção para o que tínhamos escrito no Manifesto para uma Nova Política Energética apresentado a 7 de Abril de 2010.
Nos CIEG estão os sobrecustos das energias renováveis e da cogeração, os custos da convergência tarifária das Ilhas com o Continente em que os consumidores continentais pagam a diferença entre os custos insulares mais elevados e os custos no continente para que os insulares paguem os mesmos valores do continente pelos custos de transporte e distribuição, as rendas pagas aos municípios onde passam as redes, os chamados Custos de Manutenção de Equilíbrio Contratual das Centrais Térmicas que anteriormente vendiam à rede através dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) e ainda os sobrecustos das Centrais que ficaram nos CAE.
Neste contexto de total falta de transparência, é pertinente explicar que quando um produtor eólico, ao abrigo do preço político fixado para a Produção em Regime Especial (PRE), vende a electricidade a cerca de 90€/MWh à EDP Universal, o chamado comercializador de último recurso, duas situações existem:
a) A energia produzida é consumida: então o consumidor paga sempre esse preço político da PRE, o qual, para efeitos de contabilidade tarifária, é separado em duas componentes: 1) PG: Preço no mercado grossista corresponde à estimativa do preço médio do mercado grossista (50€/MWh, valor estimado pela ERSE para 2010); 2) Sobrecusto da PRE em relação ao preço no mercado grossista (PG) corresponde pois ao diferencial positivo entre o preço político da PRE e o preço de mercado grossista; esta parcela é incluída nos CIEG e é distribuída por todos os consumidores de electricidade quer os sujeitos à tarifa regulada, quer os que estão em mercado livre (embora com maior peso para os consumidores domésticos, tendo até agora a indústria sido aliviada deste imposto encoberto).
b) A energia produzida é excedentária em relação ao consumo: quando a produção excede o consumo sujeito à tarifa regulada, o Comercializador de Último Recurso, a EDP Serviço Universal, é forçada a revender esse excesso de energia em mercado spot. Esse excedente é então colocado no mercado grossista ao preço de fecho nesse momento desse mercado (Preço Spot), o qual é normalmente muito baixo, tendencialmente zero. É normalmente essa a situação quando se exporta para Espanha a preço zero e que é depois objecto de grande destaque na imprensa. Tendo nós consumidores que pagar essa energia aos produtores ao preço da PRE, vamos recuperar no ajustamento tarifário do ano seguinte essa pequena receita obtida pela EDP Serviço Universal ao vender a energia a esse preço tendencialmente nulo e portanto acabamos por pagar nos CIEG praticamente o preço da PRE! Por isso é que quanto mais exportamos para Espanha mais o consumidor português paga!
O consumidor paga pois sempre (mesmo quando não consome essa energia…), mas o que acontece é que o sobrecusto da PRE em relação aos preços no mercado grossista (PG) vem dissimulado nos CIEG!
Os CIEG atingem em 2011 os 2 500 Milhões de euros e se virmos o seu aumento impressionante ao longo dos últimos anos, constata-se que os custos que aumentam exponencialmente são os sobrecustos da Produção em Regime Especial, basicamente a produção que beneficia de preços políticos determinados pelo Governo como a eólica, a fotovoltaica, a micro-geração e a co-geração, havendo também aumentos nos CMEC e nos sobrecustos dos CAE, derivados de facto de as centrais térmicas sujeitas aos CMEC e aos CAE estarem actualmente a trabalhar menos horas do que estava previsto quando essas centrais entraram em funcionamento, em que foram projectadas para produzir como centrais de base durante a quase totalidade das horas.
Os CMEC e os sobrecustos dos CAE aumentam porque vão pagar justamente a diferença entre o que iriam facturar como centrais de base e o que facturam hoje, remetidas para um mero apoio às eólicas e às solares, quando não há vento ou sol, pois que essas renováveis têm, porque assim foi determinado por imperativo legal, prioridade no acesso à rede.
Assim sendo, quanto mais renováveis intermitentes forem introduzidas no sistema, mais os CMEC e os sobrecustos dos CAE sobem! Poder-se-ia pensar que, uma vez que a sua produção diminui na proporção inversa do crescimento da energia renovável, estas centrais térmicas se estariam a tornar dispensáveis e que a sua equilibragem contratual seria injustificada, tendendo no limite essas centrais a desaparecerem, e com elas esses sobrecustos. Porém, tal não acontece porque o carácter intermitente das renováveis da moda exige a disponibilidade permanente dessas centrais, as únicas capazes de suprirem a falta de vento, de chuva ou de sol quando essa falta ocorre.
No fundo, as renováveis da moda gerando um mix de produção desequilibrado é que são responsáveis pelos sobrecustos das centrais térmicas!
O CEO da EDP vem agora tentar desligar-se do problema, dizendo que não tem nada a ver com os CIEG pois aqui a EDP limita-se a cobrar para depois entregar a receita. Não é bem assim pois que: (1) houve uma mediática joint-venture Pinho-Mexia (frutuosa para os dois!) na "venda" deste produto (as renováveis da moda); (2) a EDP também recebe do CIEG, quer nas suas renováveis (sobrecusto das PRE) quer nas suas térmicas (CMEC)!
Até agora, através duma subsidiação cruzada, o Governo tinha conseguido evitar que este sobrecusto fosse passado para a actividade produtiva, empresas e grandes consumidores, ficando confinado aos domésticos, às microempresas e à iluminação pública. Mas era fácil de prever que com estes aumentos impressionantes nos CIEG, tal teria de ser passado às empresas, como aconteceu agora agravando fortemente a sua competitividade como tínhamos previsto no nosso Manifesto!
Outra falácia é a redução da importação de petróleo devido às renováveis da moda - eólica e fotovoltaica! Aqui a volatilidade do governo é tão grande quanto a volatilidade do vento! Com efeito, o primeiro-ministro em Setembro 2010 afirmava nos EUA que tal poupança seria de 100 milhões de euros/ano, em 22 de Outubro explicava que essas renováveis poupariam 700 milhões de euros anuais de importação de petróleo e por último no fim de Novembro dizia que as renováveis permitiam poupar nos primeiros seis meses do ano 600 milhões de euros na importação de combustíveis fósseis.
Por sua vez, o secretário de Estado Zorrinho dizia em Abril que a poupança anual seria de 500 milhões de euros, tendo emendado em Novembro para 800 milhões de euros. Também a ministra do Ambiente vinha acrescentar "valor" a estes "statements" governamentais, dizendo que as 10 novas barragens iriam poupar a Portugal a importação de 3,3 milhões de barris de petróleo para as centrais termoeléctricas! (só a velha Central de Setúbal é que utilizava petróleo, as actuais usam carvão e gás…).
Ora é preciso que os nossos distintos jornalistas económicos percebam que as renováveis (barragens inclusive) que produzem electricidade não poupam um único barril de petróleo importado pois que: (1) já não utilizamos petróleo na produção de electricidade; (2) o consumo de petróleo é basicamente no sector dos transportes e só quando houver massificação dos veículos eléctricos, o que infelizmente ainda vai levar muito tempo, é que a electricidade substituirá o petróleo.
O INE mostra-nos que de Janeiro a Outubro de 2010, comparado com o período homólogo de 2009, houve um aumento de importações de combustíveis de 1 400 milhões de euros. As renováveis da moda não nos reduzem a dependência aflitiva do petróleo e vamos continuar a importar carvão e gás natural pois continuaremos a precisar das centrais térmicas quando não há sol ou vento! Até Novembro de 2010 houve 15,556 GWh de produção termoeléctrica contra 22,009 GWh no período homólogo de 2009, o que significará então, devido às renováveis, uma poupança de importação apenas de cerca de 174 milhões de euros em gás natural e carvão o que contrasta com um sobrecusto da Produção em Regime Especial bem superior!
A única forma de reduzirmos a importação de petróleo seria a aposta nos biocombustíveis mas esta renovável foi esquecida pelo Governo!
Em suma, com esta política centrada nas renováveis da moda, geraram-se terríveis sobrecustos para a economia e a dependência do petróleo mantém-se intacta!
Quando é que entraremos no realismo energético? Quando é que abandonaremos a mera propaganda política e começaremos a tratar da energia seriamente? Quando é que perceberemos que a eólica e a fotovoltaica só conseguem representar cerca de 3% do consumo total de energia primária? Quando é que perceberemos que discutir a Política Energética não se pode confundir com o apoio às renováveis da moda, com custos demasiados elevados para um País pobre como o nosso?
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*Engenheiro e Economista
segunda-feira, 14 de março de 2011
14 de Março de 2011 - Águas Bravas Clube (ABC) e o rio Tâmega em Amarante, estrelas para todo o planeta
14 de Março de 2011 - Dia Internacional de Acção pelos Rios
Águas Bravas Clube (ABC) e o rio Tâmega em Amarante, estrelas para todo o planeta
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23:11
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domingo, 13 de março de 2011
Tâmega - Mondim de Basto: Corre-me um Rio no peito (Fado)
Tâmega - Mondim de Basto
Corre-me um Rio no peito (Fado)
Fui baptizado no Poço,
Junto à roda do moinho,
Era eu menino e moço:
- A sua bênção padrinho!
O baptismo que perfilho,
Foi neste Rio que canto,
Em nome do Pai e do Filho,
Em nome do Espírito Santo.
Corre-me um Rio nas veias,
Corre cá dentro um sorriso,
Onde cantam as sereias,
Os salmos do Paraíso.
Quando tive de partir,
Chorei tanto, até demais,
Era o Tâmega a explodir,
Nos meus sacos lacrimais.
Nas artérias coronárias,
Corre um Rio de feição:
Saudades incendiárias,
A queimar o coração.
No altar que eu levanto,
Desta saudade sem jeito,
Água corre, corre pranto,
Corre-me um Rio no peito.
Luís Jales de Oliveira, in Corre-me um Rio no Peito - Março de 2010
Corre-me um Rio no peito (Fado)
Fui baptizado no Poço,
Junto à roda do moinho,
Era eu menino e moço:
- A sua bênção padrinho!
O baptismo que perfilho,
Foi neste Rio que canto,
Em nome do Pai e do Filho,
Em nome do Espírito Santo.
Corre-me um Rio nas veias,
Corre cá dentro um sorriso,
Onde cantam as sereias,
Os salmos do Paraíso.
Quando tive de partir,
Chorei tanto, até demais,
Era o Tâmega a explodir,
Nos meus sacos lacrimais.
Nas artérias coronárias,
Corre um Rio de feição:
Saudades incendiárias,
A queimar o coração.
No altar que eu levanto,
Desta saudade sem jeito,
Água corre, corre pranto,
Corre-me um Rio no peito.
Luís Jales de Oliveira, in Corre-me um Rio no Peito - Março de 2010
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Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (MCDT)
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23:54
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sábado, 12 de março de 2011
Barragens e desenvolvimento: À atenção de quem quer discutir os efeitos das barragens no desenvolvimento local
Barragens e desenvolvimento
À atenção de quem quer discutir os efeitos das barragens no desenvolvimento local
Esta pálida, em sentido literal, imagem serve a quem quiser discutir seriamente os efeitos das barragens no desenvolvimento local.
No gráfico está uma linha encarnada que corresponde à população do concelho de Miranda do Douro entre 1890 e 2001.
Note-se que a população em 2001 é mais baixa que em 1890. A evolução retratada, com excepção do pico de que falarei, é essencialmente semelhante ao que se encontra em grande parte de Portugal fora das grandes áreas urbanas e industriais e as cidades médias, neste caso com um conceito de cidade média bastante mais restritivo do que geralmente usado.
O que temos é uma evolução mais ou menos constante desde 1890 até 1950 (com a quebra que aqui se verifica em 1920 a ser visível em muitos concelhos, provavelmente ainda em consequência da gripe espanhola de 1918), uma quebra ligeira de 1950 para 1960 (que aqui não se verifica), uma quebra acentuada entre 1960 e 1970, e depois uma descida, mais ou menos acentuada, até 2001.
Este padrão é muitas vezes amenizado pela evolução da concentração urbana e industrial (a linha roxa traduz a evolução da percentagem da população do concelho que se concentra na sede de concelho, a linha verde, da população da sede de concelho, diverge da linha encarnada a partir de 1980).
O pico aqui visível corresponde ao censo de 1960. E explica-se facilmente com o início da construção das barragens do troço internacional do Douro, em 1954, com a barragem do Picote, que entrou em funcionamento em 1958, a de Miranda que entrou em funcionamento em 1960 e a da Bemposta em 1964.
É este o efeito das barragens no desenvolvimento local: emprego temporário real (hoje provavelmente bastante menos que nos anos 50 e 60 do século XX) e retorno à situação anterior depois da fase de construção.
É certo que algumas barragens deram origem a algum movimento turístico. Mas de maneira geral é de pequena dimensão, e em barragens cuja primeira função não é produzir electricidade.
As barragens que são essencialmente produtoras de electricidade têm um regime de exploração que acentua muito a margem morta que as acompanha em consequência das frequentes variações de cota, sem correspondente na natureza e, consequentemente, sem organismos adaptados a essas circunstâncias. Esta margem morta, muito hostil, explica a diferença de interesse turístico entre um lago (ou mesmo uma barragem para abastecimento público) e uma barragem cuja função predominante é a produção de electricidade.
Há muitas razões, incluindo de desenvolvimento, para fazer barragens, mas seguramente nestas razões não se inclui o desenvolvimento local.
Henrique Pereira dos Santos, in ambio - 12 de Março de 2011
À atenção de quem quer discutir os efeitos das barragens no desenvolvimento local
Esta pálida, em sentido literal, imagem serve a quem quiser discutir seriamente os efeitos das barragens no desenvolvimento local.
No gráfico está uma linha encarnada que corresponde à população do concelho de Miranda do Douro entre 1890 e 2001.
Note-se que a população em 2001 é mais baixa que em 1890. A evolução retratada, com excepção do pico de que falarei, é essencialmente semelhante ao que se encontra em grande parte de Portugal fora das grandes áreas urbanas e industriais e as cidades médias, neste caso com um conceito de cidade média bastante mais restritivo do que geralmente usado.
O que temos é uma evolução mais ou menos constante desde 1890 até 1950 (com a quebra que aqui se verifica em 1920 a ser visível em muitos concelhos, provavelmente ainda em consequência da gripe espanhola de 1918), uma quebra ligeira de 1950 para 1960 (que aqui não se verifica), uma quebra acentuada entre 1960 e 1970, e depois uma descida, mais ou menos acentuada, até 2001.
Este padrão é muitas vezes amenizado pela evolução da concentração urbana e industrial (a linha roxa traduz a evolução da percentagem da população do concelho que se concentra na sede de concelho, a linha verde, da população da sede de concelho, diverge da linha encarnada a partir de 1980).
O pico aqui visível corresponde ao censo de 1960. E explica-se facilmente com o início da construção das barragens do troço internacional do Douro, em 1954, com a barragem do Picote, que entrou em funcionamento em 1958, a de Miranda que entrou em funcionamento em 1960 e a da Bemposta em 1964.
É este o efeito das barragens no desenvolvimento local: emprego temporário real (hoje provavelmente bastante menos que nos anos 50 e 60 do século XX) e retorno à situação anterior depois da fase de construção.
É certo que algumas barragens deram origem a algum movimento turístico. Mas de maneira geral é de pequena dimensão, e em barragens cuja primeira função não é produzir electricidade.
As barragens que são essencialmente produtoras de electricidade têm um regime de exploração que acentua muito a margem morta que as acompanha em consequência das frequentes variações de cota, sem correspondente na natureza e, consequentemente, sem organismos adaptados a essas circunstâncias. Esta margem morta, muito hostil, explica a diferença de interesse turístico entre um lago (ou mesmo uma barragem para abastecimento público) e uma barragem cuja função predominante é a produção de electricidade.
Há muitas razões, incluindo de desenvolvimento, para fazer barragens, mas seguramente nestas razões não se inclui o desenvolvimento local.
Henrique Pereira dos Santos, in ambio - 12 de Março de 2011
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Dam breaks in Japan, washes away homes
Dam breaks in Japan, washes away homes
A DAM in Japan's northeast Fukushima prefecture broke and homes were washed away, Kyodo news reported today after the biggest earthquake in the nation's history wreaked death and havoc.
Yesterday's 8.9-magnitude quake -- the seventh biggest ever recorded -- generated a monster wall of water that pulverised the northeastern city of Sendai, where police reportedly said that 200-300 bodies had been found on the coast.
At least 337 people were killed in the massive earthquake and following tsunamis, police and press reports said.
The government declared an atomic power emergency as officials rushed to secure key nuclear facilities in the affected regions.
Hours after the quake struck with devastating force, TV images showed huge orange balls of flame rolling up into the night sky as fires raged around a petrochemical complex in Sendai.
A massive fire also engulfed an oil refinery in Iichihara near Tokyo.
in The Daily Telegraph e The Sidney Morning Herald - 12 de Março de 2011
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sexta-feira, 11 de março de 2011
Sismo e Maremoto - Japão: Com a Barragem de Fridão e a cidade de Amarante como pano de fundo
Sismo e Maremoto - Japão
Com a Barragem de Fridão e a cidade de Amarante como pano de fundo
Acordei com o relato desta tragédia. A Terra parece furibunda com o Homem e volta e meia encarrega-se de o reduzir à sua insignificância. Pelas imagens que nos vão chegando vemos que o número de mortos e feridos será elevado. Apesar de todos os cuidados construtivos, e os japoneses nisto, como em muitas outras coisas, não brincam em serviço, uma central nuclear está em risco, uma refinaria está a arder e uma barragem cedeu.
Impossível não pensar na Barragem de Fridão que esta porcaria deste Governo está apostado em construir, qual guilhotina sobre a cabeça de todos os amarantinos.
Temos 9 minutos para evacuar a cidade antes da chegada da onda gigante que engolirá todo o Centro Histórico, não é assim? Nem no Japão tal seria possível, que fará por estas bandas desorganizadas.
Por isso teremos 9 minutos até sermos todos engolidos em caso de catástrofe semelhante a esta. E porra! Impossível não pensar que os tipos se preparam para a construir num vale de fractura!
Sim, bem sei, em caso de catástrofe a onda não chegará aos gabinetes de quem toma estas decisões. Infelizmente.
Anabela Magalhães, in Anabela Magalhães - 11 de Março de 2011
Com a Barragem de Fridão e a cidade de Amarante como pano de fundo
Acordei com o relato desta tragédia. A Terra parece furibunda com o Homem e volta e meia encarrega-se de o reduzir à sua insignificância. Pelas imagens que nos vão chegando vemos que o número de mortos e feridos será elevado. Apesar de todos os cuidados construtivos, e os japoneses nisto, como em muitas outras coisas, não brincam em serviço, uma central nuclear está em risco, uma refinaria está a arder e uma barragem cedeu.
Impossível não pensar na Barragem de Fridão que esta porcaria deste Governo está apostado em construir, qual guilhotina sobre a cabeça de todos os amarantinos.
Temos 9 minutos para evacuar a cidade antes da chegada da onda gigante que engolirá todo o Centro Histórico, não é assim? Nem no Japão tal seria possível, que fará por estas bandas desorganizadas.
Por isso teremos 9 minutos até sermos todos engolidos em caso de catástrofe semelhante a esta. E porra! Impossível não pensar que os tipos se preparam para a construir num vale de fractura!
Sim, bem sei, em caso de catástrofe a onda não chegará aos gabinetes de quem toma estas decisões. Infelizmente.
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SEISME AU JAPON: Rupture d'un barrage dans le nord-est du Japon, maisons emportées
SEISME AU JAPON
Rupture d'un barrage dans le nord-est du Japon, maisons emportées
Rupture d'un barrage dans le nord-est du Japon, maisons emportées
Un barrage a rompu dans la préfecture de Fukushima (nord-est) et des maisons ont été emportées.
JAPON - Un barrage a rompu dans la préfecture de Fukushima (nord-est) et des maisons ont été emportées, quelques heures après le puissant séisme qui s'est abattu sur cette région du Japon, a rapporté ce vendredi l'agence Kyodo.
Le barrage de Fujinuma, situé dans la ville de Sukagawa, était utilisé pour l'irrigation des terres avoisinantes.
Plusieurs personnes étaient portées disparues après son effondrement, a précisé le quotidien Sankei Shimbun sur son site internet.
La région de Fukushima est l'une des plus proches de l'épicentre du séisme qui a été localisé à une centaine de kilomètres de la côte est de l'île de Honshu, au bord de l'Océan Pacifique.
Ce tremblement de terre de magnitude 8,9 a frappé le Japon en début d'après-midi et a été suivi d'un tsunami destructeur.
AFP, in L'avenir.net - 11 de Março de 2011
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Barragens - Japão
Japão - Sismo na região de Fukushima: Barragem em Fukushima rebenta e água arrasta casas
Japão - Sismo na região de Fukushima
Barragem em Fukushima rebenta e água arrasta casas
Uma barragem na prefeitura (distrito) de Fukushima (nordeste) rebentou e várias casas foram arrastadas, algumas horas depois do forte sismo que afectou esta região do Japão, informou hoje (sábado em Tóquio) a agência Kyodo.
De acordo com a agência noticiosa japonesa, a região de Fukushima é uma das mais próximas do epicentro do sismo, localizado a uma centena de quilómetros da costa leste da ilha de Honshu (a maior do arquipélago japonês), junto ao Oceano Pacífico.
O sismo de magnitude 8,9 na escala de Richter ocorreu às 14:46 (05:46 em Lisboa) e foi seguido de um tsunami que atingiu a costa japonesa com uma onda de cerca de 10 metros de altura.
in Diário Digital / Lusa e RTP - 11 de Março de 2011
Uma barragem na prefeitura (distrito) de Fukushima (nordeste) rebentou e várias casas foram arrastadas, algumas horas depois do forte sismo que afectou esta região do Japão, informou hoje (sábado em Tóquio) a agência Kyodo.
De acordo com a agência noticiosa japonesa, a região de Fukushima é uma das mais próximas do epicentro do sismo, localizado a uma centena de quilómetros da costa leste da ilha de Honshu (a maior do arquipélago japonês), junto ao Oceano Pacífico.
O sismo de magnitude 8,9 na escala de Richter ocorreu às 14:46 (05:46 em Lisboa) e foi seguido de um tsunami que atingiu a costa japonesa com uma onda de cerca de 10 metros de altura.
in Diário Digital / Lusa e RTP - 11 de Março de 2011
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Rio Tâmega - Tamecanos: Por este rio abaixo
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terça-feira, 8 de março de 2011
14 de Março de 2011: Dia Internacional de Acção pelos Rios
14 de Março de 2011
Dia Internacional de Acção pelos Rios
Aproveite o Poder Criativo do Movimento Global pelos Rios e pelos Direitos.No dia 14 de Março de 2011 una-se a comunidades ao redor do mundo e participe do décimo quarto Dia Internacional de Acção contra as Barragens e pelos Rios, pela Água e pela Vida. Inspire-se para promover suas próprias acções criativas: expresse seu amor pelos rios através da música e da dança, fale contra as violações de direitos humanos com pinturas e fotografias, e demande um melhor modelo de gestão de energia e água através de poesias e palavras.
Dia Internacional de Acção pelos Rios
Aproveite o Poder Criativo do Movimento Global pelos Rios e pelos Direitos.No dia 14 de Março de 2011 una-se a comunidades ao redor do mundo e participe do décimo quarto Dia Internacional de Acção contra as Barragens e pelos Rios, pela Água e pela Vida. Inspire-se para promover suas próprias acções criativas: expresse seu amor pelos rios através da música e da dança, fale contra as violações de direitos humanos com pinturas e fotografias, e demande um melhor modelo de gestão de energia e água através de poesias e palavras.
Rios Para a Vida, Não Para a Morte!
Rivers for Life, Not for Death!
¡Ríos Para la Vida, No Para la Muerte!
Les Rivières Pour la Vie, Non Pas Pour la Mort!
Rivers for Life, Not for Death!
¡Ríos Para la Vida, No Para la Muerte!
Les Rivières Pour la Vie, Non Pas Pour la Mort!
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segunda-feira, 7 de março de 2011
China's dam-building will cause more problems than it solves
Under pressure to cut emissions, China risks irreversibly destroying its great rivers and biodiversity hotspots
China's dam-building will cause more problems than it solves
Floodwaters at the Xiaolandi dam during a flood-discharge and sand-washing operation of the Yellow River in Jiyuan. Photograph: Miao Qiunao/AP/Press Association Images
At the 2009 climate summit in Copenhagen, China announced that it would reduce its carbon intensity – the amount of greenhouse gas emissions per unit of economic output – by at least 40% by 2020. Achieving this ambitious goal has become an overriding political priority for the Chinese government. The draft of its new five-year plan, which will be discussed by the National People's Congress in March, includes an environmental tax and other carbon-cutting measures.
The five-year plan also includes the most relentless dam-building effort that any nation has ever undertaken in history. If approved, this program would cut off the country's nose to spite her face. It would irreversibly destroy China's great rivers and biodiversity hotspots of global importance.
China already counts more dams within its borders than any other country. It has paid a huge price for this development. Chinese dams have displaced an estimated 23 million people. Dam breaks in the country with the world's worst safety record have killed approximately 300,000 people. Scientific evidence suggests that one particular project, the Zipingpu Dam, may have triggered the devastating earthquake in Sichuan of 2008. Dams have also taken a huge toll on China's biodiversity, causing fisheries to suffer and driving charismatic species such as the Yangtze River Dolphin to extinction.
As part of its low-carbon diet, the Chinese government plans to approve new hydropower plants with a capacity of 140 gigawatts over the next five years. For comparison, Brazil, the United States and Canada have each built between 75 and 85 gigawatts of hydropower capacity in their entire history. Achieving the new plan's target would require building cascades of dams on several rivers in China's south-west and on the Tibetan plateau – regions which are populated by ethnic minorities, ecologically fragile, rich in biodiversity, and seismically active.
As a harbinger of the new trend, the Chinese government recently announced that it would allow a dam cascade on the Nu River or Salween – a pristine river at the heart of a World Heritage Site – to be built. China's premier, Wen Jiabao, had stopped these projects in 2004 as a major concession to environmentalists. The government also agreed to shrink the most important fisheries reserve on the Yangtze River so that a new hydropower scheme could go forward.
The unprecedented dam building spree is being pushed by provincial governments and state-owned energy companies, which often pursue vested interests. In the past, these actors were kept in check by a coalition of environmental activists, journalists and government officials, who often managed to gain the ear of China's top leaders. This has changed since Copenhagen. International pressure to limit greenhouse gas emissions is the single most important factor behind the huge push for hydropower in China.
Climate change is the most serious environmental threat of our generation. Yet the international community should address this threat in a holistic way, without losing sight of other challenges to the planet's future. The world is losing biodiversity at an alarming rate. Rivers, lakes and wetlands have suffered more dramatic changes than any other type of ecosystem. Because of dam building and other factors, freshwater species have on average lost half their populations between 1970 and 2000, and more than a third of all freshwater fishes are at risk of extinction.
As the head of the UN Environmental Programme warned last year, it would be arrogant to assume that humanity can survive without biodiversity. We cannot sacrifice the planet's arteries to save her lungs. China not only has a moral obligation to participate in the fight against climate change. The country has also committed to protecting its ecosystems under the Convention on Biological Diversity. It deserves respect for trying to limit greenhouse gas emissions at a per-capita level which is much lower than what industrialised nations emit. World leaders should let the government in Beijing know that they don't want China to destroy her rivers and the rich biodiversity they support to reach her ambitious carbon goals.
Peter Bosshard*, in Guardian - 4 de Março de 2011
*Peter Bosshard is the policy director of International Rivers, an international environmental and human rights organization.
* * * * *
TRADUÇÃO*
Sob pressão para “cortar” nas emissões, a China está em risco de destruir, irreversivelmente , sítios com grande biodiversidade e os grandes rios
Construção de barragens na China irá causar mais problemas do que aqueles que resolverá
Em 2007, a China tornou-se no maior emissor de gases com efeito de estufa. Desde então, não só a União Europeia e os Estados Unidos da América, mas também os países desenvolvidos como a aliança de estados-ilha, têm pressionado a China em adoptar a obrigatoriedade de reduzir as emissões.
Na cimeira do clima de Copenhaga, em 2009, a China anunciou que iria reduzir a intensidade de carbono -a quantidade de emissões de gases com efeito de estufa por unidade de produção económica- em pelo menos 40 % até 2020.
Atingir esta ambiciosa meta tornou-se numa prioridade para o governo chinês. O anteprojecto do novo plano quinquenário , que irá ser discutido em Março pelo Congresso do Povo, inclui um imposto ambiental e outras medidas para a redução da intensidade de carbono.
O plano quinquenário também inclui o mais severo esforço de construção de barragens, empreendido por uma nação, em toda a História. Se aprovado, este programa, o país irá prejudicar-se. Serão destruídos os grandes rios e sítios com uma biodiversidade com uma importância mundial.
A China possui mais barragens dentro das suas fronteiras do que qualquer outro país. Pagou um grande preço pelo seu desenvolvimento. As barragens chinesas provocaram a deslocação de cerca de 23 milhões de pessoas. Acidentes em barragens, no país com o pior registo mundial em segurança nestes empreendimentos, mataram aproximadamente 300 mil pessoas. Evidências científicas sugerem que um projecto particular, a barragem de Zipingpu, pode ter despoletado o tremor de terra em Sichuan em 2008. As barragens também eliminaram uma enorme quantidade de biodiversidade na China, provocando uma escassez piscatória e levando espécies carismáticas, como o golfinho do rio Yangtze, à extinção.
Como parte do plano de redução na intensidade de carbono, o governo chinês prevê a aprovação de empreendimentos hidroléctricos com a capacidade de produzir 140 gigawats nos próximos cinco anos. Em comparação, o Brasil, os EUA e o Canadá, construíram entre 75 a 85 gigawats, de potência hidroeléctrica, cada um em toda a sua história. Atingir os objectivos deste novo plano irá requerer a construção de barragens em vários rios do sudoeste da China e no planalto tibetano –regiões povoadas com minorias étnicas, ecologicamente frágeis, ricas em biodiversidade e sismicamente activas.
Como pronúncia de uma nova tendência , o governo chinês anunciou recentemente que irá permitir a construção de uma barragem no rio Nu ou Salween - um rio primitivo no coração de um sítio que é Património Mundial . O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, parou estes projectos em 2004 como concessão aos ambientalistas. O governo também acordou que irá encolher as reservas piscatórias no rio Yangtze para que o projecto hidroeléctrico possa avançar.
A farra sem precedentes em torno da barragem está ser impulsionada pelos governos das províncias e pelas companhias estatais de energia, que muitas vezes perseguem interesses “disfarçados”. No passado, estes actores eram vigiados por uma coligação de activistas ambientais, jornalistas e funcionários governamentais que agiam para ganhar a atenção dos principais líderes da China. Isto tem mudado desde Copenhaga. A pressão internacional para limitar a emissão de gases com efeito de estufa é o factor mais importante que está por trás do enorme impulso para a energia hídrica na China.
A mudança climática é a ameaça ambiental mais séria para a nossa geração. No entanto, a comunidade internacional deve enfrentar esta ameaça de uma forma holística, sem perder de vista outros desafios para o futuro do planeta. O Mundo está a perder biodiversidade a uma taxa alarmante. Rios, lagos e zonas húmidas têm sofrido mais mudanças dramáticas de que qualquer outro tipo de ecossistema. Por causa da construção de barragens e de outros factores, espécies de água doce perdeu em média metade das suas populações entre 1970 e 2000, e mais do que um terço das espécies de água doce estão em risco de extinção.
Como o chefe do programa ambiental da ONU avisou no ano passado, será arrogante a assumir que a humanidade conseguirá sobreviver sem biodiversidade. Não podemos sacrificar as artérias do planeta para salvar os seus pulmões. A China não tem somente a obrigação moral para participar na luta contra a mudança climática. O país está também comprometido a proteger os ecossistemas sob a Convenção em Diversidade Biológica. Merece respeito por tentar limitar as emissões de gases com efeito de estufa per-capita a um nível mais baixo do que muitos países industrializados. Os líderes mundiais devem fazer com que o governo de Pequim saiba que eles não querem que a China destrua os seus rios e a sua biodiversidade para atingir os seus objectivos ambiciosos em relação ao carbono.
* Marco Gomes - 7 de Março de 2011
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sábado, 5 de março de 2011
EDP na berlinda: EDP sob a mira dos mercados
EDP na berlinda
EDP sob a mira dos mercados
Este foi seguramente o primeiro canal de comunicação a chamar a atenção para o endividamento estúpido da EDP, e para as fragilidades e manobras de propaganda barata do seu cabotino líder.
O BPI, segundo o Negócios Online de 4 Março 2011, vem finalmente avisar que a “...EDP pode ser uma armadilha de valor”. Os especuladores, o estado português e os partidos, estão pois formalmente alertados para a bomba-relógio que o endividamento aventureiro da principal energética nacional representa, não só para a sua autonomia empresarial, mas mais importante, para a eficiência, sustentabilidade e preço da energia de que o país precisa como de pão para a boca.
O mundo pobre começou um levantamento à escala planetária sem precedentes, em larga medida provocado pela subida imparável do preço do pão e da alimentação básica em geral. O mundo "rico" não deixará de lhe seguir os passos, assim que o preço da energia ultrapassar um determinado limiar.
Ninguém sabe exactamente qual será esse limiar. Recomenda a prudência que façamos tudo o que for necessário para não chegar a saber.
Os três primeiros passos a dar, na minha opinião, são estes:
- assumir urgentemente o controlo político, democrático e transparente, do sistema energético nacional, renacionalizando a maioria do respectivo capital (independentemente do que pensam os imbecis neoliberais de Bruxelas e de Frankfurt);
- lançar imediatamente (i.e. no prazo máximo de seis meses) um plano de estratégia e eficiência energética para o nosso país, capaz de reduzir de forma abrupta os escandalosos desperdícios de energia da nossa economia, das nossas cidades e do Estado. Desde logo, toda a legislação sobre obras e edifícios públicos, em matéria de escala, sustentabilidade económica e eficiência energética terá que ser imediata e radicalmente alterada (pois a que existe foi pensada e escrita para suportar a aliança criminosa entre betão e Estado);
- alterar radicalmente o nosso sistema de mobilidade e transportes, dando prioridade absoluta ao transporte colectivo (nomeadamente sobre carris), à energia eléctrica, à sociedade electrónica (para reduzir a mobilidade física), e ao reforço e protecção das cinturas agrícolas em volta das cidades (para diminuir o preço do transporte incorporado nos custo dos alimentos).
O crescimento e o desenvolvimento económico não podem continuar a ser medidos pelo consumo.
A economia de um país tem que ser medida, em primeiro lugar, pela sua robustez estratégica (demográfica, energética, alimentar), pela capacidade própria de produção de bens transaccionáveis, e pela sua balança de transacções comerciais com o resto do mundo.
O consumo, em vez de ser um factor de enviesamento das estatísticas, deve passar a medir o equilíbrio social e a eficiência económica de cada país. Quem consome mais do que tem, ou pior ainda, o que não tem, nem tem condições para vir a ter, caminha inexoravelmente para a escravidão, ou para o suicídio.
Portugal está cada vez mais próximo deste dilema existencial. Talvez por isto, ultimamente, um número crescente de políticos começou anunciar a necessidade de uma mudança de regime (Manuel Maria Carrilho, Rui Rio, Pedro Santana Lopes). Temo-lo defendido há anos a esta parte, prognosticando que o PS e o PSD não sobreviverão intactos à inevitável metamorfose da democracia degenerada para onde deixámos resvalar o enorme capital de esperança criado pela queda da ditadura, em 1974.
A hora é de coragem e criatividade. As gangrenas que não são estancadas a tempo levam à perda, a princípio espaçada, dos vários membros do corpo. Quando finalmente se percebe a dimensão da tragédia, é tarde demais.
POST SCRIPTUM — Publicidade paga? Li no Expresso desta semana uma entrevista a António Mexia. Se o tamanho e destaque dos lençóis impressos não são propaganda descarada, parece. Doutro modo, como se explica que no quadro onde Pedro Lima e Vítor Andrade escarrapacharam o que chamam "Principais Indicadores dos Últimos Cinco Anos", não conste, nem a subida imparável do endividamento da empresa, nem a descida contínua das acções, nomeadamente da EDP Renováveis? Há uma coisa no mundo dos média chamada publireportagem. Convém chamar os bois pelos nomes!
António Cerveira Pinto, in O António Maria - 5 de Março de 2011
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EDP / PNBEPH - opinião ACP
sexta-feira, 4 de março de 2011
EDP e o jogo da bolsa - BPI: "EDP pode ser uma armadilha de valor"
EDP e o jogo da bolsa
BPI: "EDP pode ser uma armadilha de valor"
Os analistas receberam os resultados da EDP mas alguns dizem-se preocupados com o endividamento. A cotada pode estar "sobrevalorizada" e "enfrenta dois grandes desafios para 2011".
Os resultados da cotada ficaram próximos do esperado pelos analistas e não deverão implicar revisões das estimativas. No entanto, diz o Banco Espírito Santo de Investimento, a eléctrica “enfrenta dois grandes desafios em 2011”.
Um deles prende-se com a liberalização do negócio, que poderá penalizar o EBITDA, segundo explicam os analistas Fernando Garcia e Felipe Echevarría. O outro desafio diz respeito a um potencial aumento dos custos de financiamento, já que a eléctrica pagou uma taxa de juro de 3,5% durante 2010 que corresponde a despesas de financiamento no valor 560 milhões de euros, enquanto poderá vir a ter de pagar 600 milhões de euros em 2011.
Em linha com a perspectiva está a nota de análise do UBS, que diz que “o endividamento tem de ser abordado”. O banco de investimento diz que, na sua perspectiva, “apesar da natureza regulada dos resultados, o endividamento é excessivo”.
O BPI Equity Research diz que a EDP tem um “excelente desempenho de preço” e negoceia a bons múltiplos, com um resultado por acção que parece “apelativo”. No entanto, ressalvam os analistas, esta pode ser uma “armadilha de valor”.
“Assumindo a EDP Renováveis ao valor de mercado, a EDP está, de facto, sobreavaliada”, conclui a nota de análise assinada pelos analistas Bruno Silva e Gonzalo Sanchez-Bordona.
O Banco Espírito Santo de Investimento recomenda “comprar” para a cotada, assim como o Caixa BI e o banco suíço UBS. O BPI Equity Research tem uma recomendação de “manter” os títulos.
Os títulos da EDP depreciam 0,61% para 2,771 euros.
Os resultados da cotada ficaram próximos do esperado pelos analistas e não deverão implicar revisões das estimativas. No entanto, diz o Banco Espírito Santo de Investimento, a eléctrica “enfrenta dois grandes desafios em 2011”.
Um deles prende-se com a liberalização do negócio, que poderá penalizar o EBITDA, segundo explicam os analistas Fernando Garcia e Felipe Echevarría. O outro desafio diz respeito a um potencial aumento dos custos de financiamento, já que a eléctrica pagou uma taxa de juro de 3,5% durante 2010 que corresponde a despesas de financiamento no valor 560 milhões de euros, enquanto poderá vir a ter de pagar 600 milhões de euros em 2011.
Em linha com a perspectiva está a nota de análise do UBS, que diz que “o endividamento tem de ser abordado”. O banco de investimento diz que, na sua perspectiva, “apesar da natureza regulada dos resultados, o endividamento é excessivo”.
O BPI Equity Research diz que a EDP tem um “excelente desempenho de preço” e negoceia a bons múltiplos, com um resultado por acção que parece “apelativo”. No entanto, ressalvam os analistas, esta pode ser uma “armadilha de valor”.
“Assumindo a EDP Renováveis ao valor de mercado, a EDP está, de facto, sobreavaliada”, conclui a nota de análise assinada pelos analistas Bruno Silva e Gonzalo Sanchez-Bordona.
O Banco Espírito Santo de Investimento recomenda “comprar” para a cotada, assim como o Caixa BI e o banco suíço UBS. O BPI Equity Research tem uma recomendação de “manter” os títulos.
Os títulos da EDP depreciam 0,61% para 2,771 euros.
Hugo Paula (hugopaula@negocios.pt), in Negócios online - 4 de Março de 2011
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