«Luta desigual» de António Patrício
Num período de destemperada insensatez recaída sobre o Tâmega e as suas gentes com a ameaça desregulada da ordem natural da Vida no vale, há consciências despertas que acusam os tormentos dos negócios proxeneta das águas e do Tâmega, solvidos na sombra confortável dalgum palácio alfacinha.
Quem assim Mexia e mexe no Governo e deste modo trata e Pina os recursos da Terra - que são de todos, porque em primeiro lugar são das pessoas e das regiões que dão integridade ao País -, patenteia um desprezo incomum por valores intemporais e transgeracionais que muito menos são mercadoria para aves de rapina que dão conta da qualidade do seu contributo republicano para a 'sustentabilidade' da terra, o 'aprofundamento' da democracia e a 'ética' do Estado.
O Tâmega continua vivo e fecundo - de Vidago a Amarante - naqueles que conhecem o afago temperado das suas águas e os encantos milenares das suas irrepetidas paisagens, que o estimam e velam a protecção da sua seiva vital.
Enquanto uns, indecisos e temerosos, como "o tolo no meio da ponte", andam de volta e outros se encobrem no parco disfarce de um chapéu ou na sombra de algum mastro de bandeira, como a luz que irradia sem limite, outros há que não temem dar testemunho da sua indignação pela desusada e concupiscente volúpia dos que assim se comportam com sofisma a «gerir» o património de todos e de sempre.
Com o rio Tâmega no coração, é como António Patrício, fundador do Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega, interpreta a «Luta desigual» que estamos a travar pelo rio e pela Vida, patente no poema.
>> Luta desigual <<
Entre margens de esperança
Corre um rio atormentado
Que homens de dúbia crença
Querem ver amordaçado.
Nem a Senhora da Ponte
Chorosa, pelo filho morto,
Abranda a déspota afronta
De quem um dia nasceu torto.
Não podem calar teu grito
De gesta e liberdade
Rio que corres contrito
Entre margens de saudade.
Luta, vence a batalha
Não esmoreças na sorte
O inimigo canalha
Merece a pena de morte.
Estarei sempre a teu lado
Serei sempre a tua voz
Nesta vida, neste fado,
Tão desigual e atroz.
Corre um rio atormentado
Que homens de dúbia crença
Querem ver amordaçado.
Nem a Senhora da Ponte
Chorosa, pelo filho morto,
Abranda a déspota afronta
De quem um dia nasceu torto.
Não podem calar teu grito
De gesta e liberdade
Rio que corres contrito
Entre margens de saudade.
Luta, vence a batalha
Não esmoreças na sorte
O inimigo canalha
Merece a pena de morte.
Estarei sempre a teu lado
Serei sempre a tua voz
Nesta vida, neste fado,
Tão desigual e atroz.
Luta desigual - execução musical de «Submundo»
António Patrício (letra) [Luís Patrício (composição) e Submundo (execução)] - Maio de 2009
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (Amarante)
1 comentário:
Mas este "choroso A.P." não é o mesmo que, numa fase já bem adiantada do alinhamento de posições sobre quem estava a favor e quem estava contra a barragem de Fridão e o(s)porquê(s), fez declaração de apoio pública a Armindo Abreu, o maior traidor (pelo lugar que ocupava) aos interesses de Amarante e dos amarantinos nesta questão?...
Se é o mesmo só lhe posso dizer que é muito feio jogar em dois tabuleiros, procurar andar de bem com deus e com o diabo.
E sobre a importância de apoiar AA na altura em que o fez, não será, com certeza necessário explicar, que o assunto da barragem era, sem margem para dúvidas, o assunto mais importante a "separar as águas" da política em Amarante.
Contrariamente ao que se prevê venha a contecer se construirem a barragem em Fridão, o nível da "elite" cultural de Amarante anda, pelos vistos, muito baixo, muito rasteiro...
E é pena! Mas também já não é de agora.
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