Contra a construção da Barragem de Fridão...
Movimento cívico quer salvar o Tâmega e a vida no Olo
Movimento de Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega conta com cidadãos de Amarante, Cabeceiras, Celorico e Mondim de Basto. No passado dia 28 de Novembro, na cidade de Amarante, efectuou-se uma conferência de imprensa de apresentação do Manifesto do Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega. Este movimento composto por cidadãos de Amarante, Cabeceiras, Celorico e Mondim de Basto, asseverou, pela voz de José Emanuel Queirós, as razões da contestação ao que o «Programa Nacional de Barragens (PNBEPH)» reserva para Amarante e para a Região de Basto. Em causa está a transformação do rio Tâmega numa albufeira (com quase
Este movimento denuncia, também, a possibilidade das cinco barragens, a construir na sub-bacia do rio Tâmega, "artificializarem" o rio, acelerar o processo de eutrofização, destruir o equilíbrio dos ecossistemas e interromper a vida natural, tal como a conhecemos, em torno do rio. Nomeadamente, na Região de Bastom a contestação do "Programa Nacional de Barragens" é reforçada com a possibilidade das famosas cascatas das "Fisgas de Ermelo", uma das maiores cascatas naturais da Europa, e os campos agrícolas mais férteis da Região de Basto desaparecerem com a subida das águas.
A qualidade de vida e de vivência nesta Região de Basto está inequivocamente ameaçada com este projecto, segundo o manifesto deste «Movimento» de cidadãos.
O «Movimento» reforçou que este empreendimento [construção das barragens] que suporta este programa não trará desenvolvimento para a bacia do Tâmega.
«É, simplesmente, um "retrocesso" ambiental e que visa apenas satisfazer as "apetências" das grandes multinacionais em nome de um desenvolvimento sustentável». Referindo como exemplo o "não-desenvolvimento" ligado à barragem de Torrão (Amarante) no curso do rio Tâmega.
Petição na Internet contra a Barragem já tem mais de 1300 assinaturas.
José Emanuel Queirós sustenta que «O "programa" em curso - totalmente feito em gabinete a partir de Lisboa - do ponto de vista técnico e científico é um logro (...)» e que o «Programa Nacional de Barragens» constitui, do ponto de vista ambiental e do desenvolvimento sustentável - por via da exploração exaustiva e massificada da água dos rios (do Tâmega, em particular) - uma verdadeira «patranha».
Este «Movimento» define-se como um «Movimento» de cidadãos sem qualquer conotação política, de todas idades e estratos sociais unidos na causa «Salvar o Tâmega e a vida no Olo». Causa esta, que surgiu como resposta ao "irresponsável" e "incompreensível" "silêncio" dos órgãos governativos do vale do Tâmega.
Defendem que a solidariedade local e regional em torno da causa «Salvar o Tâmega e a vida no Olo» é decisiva para a defesa do rio e da vida que dele brota. Contra o "silêncio" institucional regional, o «Movimento» propõe-se a alertar os órgãos de soberania portugueses e as populações afectadas para esta problemática. De facto existe uma petição na Internet (http://www.petitiononline.com/PABA/petition.html), com mais de 1300 assinaturas recolhidas (até ao momento), para atingir este objectivo.
Para José Emanuel Queirós, porta-voz do movimento anti-barragem, é importante transmitir às populações da bacia do Tâmega «que nada está decidido e que o processo de construção da barragem pode ser revertido».
No dia 3 de Dezembro uma delegação do «Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega» dirigiu-se a Marco de Canaveses onde entregou um exemplar do Manifesto Anti-Barragem ao presidente da República Cavaco Silva. Um acontecimento que serviu para sensibilizar o presidente para esta causa.
in Jornal O Basto - 20 de Dezembro de 2008
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