sábado, 28 de dezembro de 2019

AMBIENTE - BARRAGEM DE FRIDÃO: Seca, lítio e apanha nocturna de azeitona na lista do pior do ambiente em 2019



AMBIENTE - BARRAGEM DE FRIDÃO

Seca, lítio e apanha nocturna de azeitona na lista do pior do ambiente em 2019



A seca no Alto Tejo, a corrida à mineração de lítio, e a apanha noturna de azeitona são alguns dos piores factos ambientais do ano, segundo um balanço da associação ambientalista Quercus hoje divulgado.

Já para os melhores factos a Quercus destaca o movimento estudantil internacional pelo clima, a redução do preço dos transportes públicos, as medidas para reduzir o plástico descartável, o cancelamento da construção da barragem de Fridão, em Amarante, e as medidas da União Europeia contra produtos que desperdiçam energia e não são reparáveis.
(...)
Nos pontos negativos da Quercus menciona-se a grande redução do caudal do Tejo devido à “má gestão” da bacia e às descargas realizadas por Espanha, ou a “corrida desenfreada” à exploração de minério, especialmente de lítio, ou também os impactos negativos da apanha noturna de azeitona nos olivais superintensivos, estimando-se que estejam na origem da morte de quase cem mil aves protegidas.
(...)
Agência Lusa, in dnotícias - 28 de Dezembro de 2019

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

EDP - BARRAGENS: EDP ganha extra de 210 milhões com venda de barragens no Douro






EDP - BARRAGENS

EDP ganha extra de 210 milhões com venda de barragens no Douro


Elétrica portuguesa vendeu seis barragens a consórcio francês por 2,21 mil milhões de euros e espera 'luz verde' do Governo para fechar negócio nos próximos 12 meses. Maior concorrência pode beneficiar os consumidores.

António Mexia, presidente executivo da EDP espera que a Autoridade da Concorrência, Direção-Geral de Engenharia e Geologia, Agência Portuguesa do Ambiente e a REN aprovem a venda..
© Paulo Spranger/Global Imagens

Dia de muitos milhões para a EDP: a elétrica portuguesa vendeu seis barragens no rio Douro por 2,21 mil milhões de euros, num dos maiores negócios dos últimos anos em Portugal. A empresa ganhou mesmo um extra de 210 milhões para reduzir a dívida porque apenas contava obter um encaixe de dois mil milhões de euros. O negócio deverá ficar fechado até ao final do próximo ano e a expetativa da empresa é que o Governo não se oponha ao negócio.
"Estamos confiantes que a venda seja aprovada. É inquestionável a qualidade técnica e qualidade financeira do consórcio comprador", assinalou ontem António Mexia, presidente executivo da elétrica. Além da Autoridade da Concorrência, este negócio tem de ser validado pela Direção-Geral de Engenharia e Geologia, pela Agência Portuguesa do Ambiente e pela REN.
O conjunto de empresas gaulês que comprou estas infraestruturas é liderado pela elétrica Engie, com uma posição de 40% no consórcio; o Crédit Agricole Assurances ficou com uma quota de 30%; os restantes 20% ficaram na mão da Mirova, fundo de investimento da Natixis.
Das seis barragens compradas, Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro foram construídas ao abrigo do plano nacional de barragens do Governo de José Sócrates, implicaram um investimento conjunto de 1,4 mil milhões de euros, e foram concessionadas pelo Estado até ao início da década de 2093; as barragens de Miranda, Bemposta e Picote com mais de 50 anos de existência, representaram um investimento 300 milhões e têm concessões válidas até 2042, 2056 e 2063, respetivamente.
As barragens vendidas têm uma capacidade instalada total de 1689 MW e são operadas por uma equipa de 50 pessoas, que será transferida - se as pessoas assim quiserem - para a nova empresa que será constituída se o negócio for aprovado.
Esta operação também vai permitir à EDP abrigar-se da chuva. "Estamos a vender 25% do nosso portefólio hídrico, reduzindo a exposição à volatilidade, sobretudo no Norte de Portugal. Se uma nuvem passa ao lado, arriscamos a ficar sem muita água nas barragens", explicou o administrador financeiro, Miguel Stilwell.
Tendencialmente, os consumidores também poderão beneficiar de preços mais baixos na energia. A EDP, que ainda tem o monopólio das barragens portuguesas, vai reduzir a sua quota de mercado para 64% em 2025; o consórcio francês vai ficar com uma posição de 21%; a Iberdrola, que tem três barragens em construção no Tâmega, terá uma posição de 15%.
A venda deste tipo de ativos era um dos objetivos do plano estratégico 2019-2022, apresentado pela elétrica em março deste ano.
Também na altura, a EDP falou sobre o reforço da aposta nas energias renováveis. Nesse campo, o grupo, através da EDP Renováveis, assegurou um contrato de 15 anos para venda de eletricidade produzida através de fontes renováveis. A eletricidade será produzida por um portfólio "de 11 projetos de energia eólica onshore, com capacidade total de 307 MW". A instalação dos parques eólicos irá acontecer em 2021 e 2022. Com o novo contrato, a EDP Renováveis passará a ter, em 2022, um portfólio de mais de 750 MW de capacidade eólica instalada na Polónia.
Só que o carvão ainda continua a fazer parte do portefólio do grupo. À custa das centrais de carvão de Sines e das Astúrias, a EDP vai sofrer um impacto negativo nos resultados anuais deste ano de 200 milhões de euros.
A "redução dos preços do gás, a perspetiva de aceleração do crescimento da capacidade instalada de energias renováveis, a manutenção de uma elevada carga fiscal sobre estes ativos e a vontade política de antecipação dos prazos de encerramento destas centrais", explicam a decisão da elétrica, sem impacto na política de atribuição de um dividendo de pelo menos 19 cêntimos por ação até 2022.
A EDP, que já tinha gerado imparidades com as centrais a carvão em 2018, assegura que nos próximos anos "não são esperadas mais imparidades", declarou António Mexia.
Diogo Ferreira Nunes, in Diário de Notícias - 19 de Dezembro de 2019

EDP - BARRAGENS: EDP vende seis barragens no Douro por 2,2 mil milhões e prepara fim do carvão







EDP - BARRAGENS

EDP vende seis barragens no Douro por 2,2 mil milhões e prepara fim do carvão

As barragens vendidas ao consórcio francês ficam no rio Douro: Miranda, Bemposta e Picote Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro. EDP prepara fim do carvão com 300 milhões, mas ainda não fecha Sines.

A barragem do Picote no Douro faz parte do pacote vendido ao consórcio liderado pela Engie
A EDP chegou a acordo para a venda de seis barragens no rio Douro por 2,2 mil milhões de euros, informou a elétrica portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. No mesmo dia, a elétrica liderada por António Mexia anunciou que vai reconhecer este ano um custo extraordinário de 300 milhões de euros por causa da perda de competitividade das centrais a carvão, como a de Sines. Mas ainda não é o anúncio do fecho da central, assegurou o presidente executivo da empresa. O impacto negativo nos lucros de 2019 será de 200 milhões de euros.
Em comunicado enviado à CMVM, a EDP anuncia que “acordou a venda de um portefólio de seis centrais hídricas em Portugal ao consórcio de investidores formado pela Engie (participação de 40%), Crédit Agricole Assurances (35%) e Mirova – Grupo Natixis (25%)”. A empresa detalha que “as centrais hídricas em processo de alienação totalizam 1.689 MW de capacidade instalada” e são “três centrais de fio de água (Miranda, Bemposta e Picote) com 1,2 GW de capacidade instalada” e outra tantas “centrais de albufeira com bombagem (Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro) com 0,5 GW de capacidade instalada”.
Foz Tua e Baixo Sabor estão entre os empreendimentos que foram construídos mais recentemente pela elétrica. Já Bemposta e Picote foram alvo de reforços de potência também em anos recentes. A barragem de Foz Tua, decidida no primeiro Governo de José Sócrates, esteve na origem da desativação da linha do Tua e foi inaugurada em 2017. O pacote de centrais vendidas opera todo em regime de mercado, sem a proteção em termos de risco de mercado dos contratos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC). As barragens de Picote, Bemposta e Miranda estão no mercado desde 2014.
As barragens agora alienadas correspondem à maior venda de ativos feita pela elétrica dentro de casa e acontece depois de uma comissão parlamentar de inquérito às rendas ditas excessivas da EDP em que a dimensão da quota de mercado da empresa em Portugal foi muito questionada. A elétrica foi também visada num processo da Autoridade da Concorrência que a condenou por abuso da posição dominante na produção de eletricidade em Portugal, numa investigação que incidiu sobre as ofertas feitas por barragens no mercado grossista.
A EDP garante contudo, em comunicado, que mesmo após esta transação “manterá a sua posição de liderança em Portugal, com uma capacidade de geração hídrica instalada de 5,1 GW e continuará a ser o segundo maior operador hídrico na Península Ibérica.” E acrescenta que o objetivo desta transação é a “optimização do portefólio, reduzindo a exposição à volatilidade hídrica e de preço de mercado, reforçando o perfil de baixo risco do negócio e o nível de endividamento”.
Esta transação está enquadrada no plano estratégico anunciado no início deste ano pela empresa e que tem como objetivo reduzir a exposição ao mercado português e à energia convencional e investir mais nas novas tecnologias renováveis. O encaixe agora anunciado é superior ao objetivo de dois mil milhões de euros que estava previsto naquele plano. Em conferência de imprensa, o presidente executivo da EDP adiantou que o principal destino para já deste encaixe será a redução da dívida e do perfil de risco da carteira de ativos da empresa.

Grupo francês que compra já é o segundo maior produtor em Portugal

O consórcio comprador é liderado pelo grupo francês que é acionista do segundo maior produtor de energia em Portugal e que está presente na Tejo Energia e a Turbogás, empresas que gerem centrais a carvão (o Pego vai fechar até 2021) e a gás natural. Estas centrais estão cobertas por contratos de aquisição de energia (CAE) que garantem a remuneração, mas que vão terminar até ao final da próxima década. A empresa tem ainda alguma produção de origem renovável, nomeadamente eólica. Com esta negócio, a Engie reforça de forma substancial a presença no mercado português e entra no negócio das barragens.
O grupo francês de energia, um dos maiores da Europa, tinha anunciado uma parceria com a EDP para a área das renováveis e quando a empresa portuguesa foi alvo de uma oferta pública de aquisição por parte da acionista chinesa, foi apontado como estando interessado na EDP Renováveis.  A Engie diz que com esta operação “garante um nível significativo de produção renovável despachável (que tem prioridade a entrar na rede), sobretudo com centrais de albufeira com bombagem, o que permitirá assegurar o fornecimento de eletricidade verde ao seu atual e futuro portefóleo”.
Tal como a EDP, também o grupo francês ambiciona ser “líder na transição para o carbono zero”. A operação deverá ser concretizada até meados do próximo ano e aguarda os pareceres da Autoridade da Concorrência, mas também da Direção Geral de Energia e Geologia e da Agência Portuguesa do Ambiente.

EDP reconhece custo de 300 milhões pelo fim do carvão, mas ainda não fecha Sines

No mesmo dia em que anunciou a alienação de seis barragens, a EDP revelou também ao mercado como está a preparar-se para o fim da produção elétrica a partir do carvão que foi antecipada pelo Governo para 2023. A elétrica vai reconhecer nas contas deste ano um custo extraordinário de 300 milhões de euros, que terá um impacto negativo de 200 milhões de euros nos lucros a apresentar em 2019. No entanto, a EDP assegura que este reconhecimento não irá afetar a política de dividendos da empresa. Esta fatura vai cobrir os custos do desmantelamento ou, eventual conversão, destas centrais para outras tecnologias.
Perante a “aceleração do processo”, também por opções políticas, as centrais a carvão exploradas na Península Ibérica — em Portugal é apenas Sines — perderam competitividade e rentabilidade. Para além de uma elevada carga fiscal, que resulta da eliminação gradual da isenção de imposto sobre o carvão, há também um agravamento do custo do CO2 — estas unidades são as principais fontes da emissão de gases de efeito estufa. O aumento da capacidade instalada de energia renovável, por via do leilão solar, e a descida do preço do gás natural, são outras razões apontadas.
No entanto, em conferência de imprensa, o presidente executivo da EDP sublinhou que  ainda não era o anúncio do encerramento de Sines, a maior central elétrica do país. Mexia explicou que se tem registado uma “deterioração muito significativa” da rentabilidade destes ativos, o que faz com que a central de Sines esteja muito tempo parada. Mas “não estamos a anunciar o encerramento ou a data de fim de vida destas centrais, deverão ficar a funcionar enquanto forem rentáveis“, afirmou.
A elétrica explora três centrais a carvão na Península Ibérica — Sines e Aboño e Soto 3 em Espanha. Uma das centrais espanholas será convertida para gás natural. Já para Sines há um plano de instalar uma unidade de hidrogénio.
A EDP acrescenta ainda que este processo permitirá uma convergência mais rápida para o objetivo estratégico de atingir a neutralidade carbónica até 2030.
Ana Suspiro, in Observador - 19 de Dezembro de 2019

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGENS: Ribeira de Pena: XV Reunião da Comissão de Acompanhamento Ambiental do Sistema Eletroprodutor do Tâmega






IBERDROLA - BARRAGENS
Ribeira de Pena: XV Reunião da Comissão de Acompanhamento Ambiental do Sistema Eletroprodutor do Tâmega


A Comissão de Acompanhamento Ambiental do Sistema Eletroprodutor do Tâmega (CAASET) deslocou-se, no dia 11 de dezembro, a Gondiães e Arosa, em Cabeceiras de Basto, para ver os trabalhos efetuados nas medidas compensatórias relacionadas com a flora e fauna.


De tarde, o grupo visitou a frente de obra da barragem de Daivões, a construção da nova ponte sobre o Tâmega e o acesso de Viela, em Ribeira de Pena.

No dia seguinte, realizou-se a XV reunião da CAASET, no Museu da Escola-Casa da Cultura de Ribeira de Pena. Neste encontro foi efetuado um ponto de situação dos trabalhos desenvolvidos, um balanço do processo de realojamento, uma análise à visita à frente de obra e a calendarização dos próximos trabalhos.

in Diário Atual - 17 de Dezembro de 2019

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

IBERDROLA - TÂMEGA: Reunião da Comissão de Acompanhamento das Barragens do Tâmega em Cabeceiras de Basto




IBERDROLA - TÂMEGA
Reunião da Comissão de Acompanhamento das Barragens do Tâmega em Cabeceiras de Basto


A Comissão de Acompanhamento Ambiental do Sistema Eletroprodutor do Tâmega (CAASET) deslocou-se, no dia 11 de dezembro, a Gondiães e Arosa, em Cabeceiras de Basto, para ver os trabalhos efetuados nas medidas compensatórias relacionadas com a flora e fauna.
De tarde, o grupo visitou a frente de obra da barragem de Daivões, a construção da nova ponte sobre o Tâmega e o acesso de Viela, em Ribeira de Pena.
No dia seguinte, realizou-se a XV reunião da CAASET, no Museu da Escola-Casa da Cultura de Ribeira de Pena. Neste encontro foi efetuado um ponto de situação dos trabalhos desenvolvidos, um balanço do processo de realojamento, uma análise à visita à frente de obra e a calendarização dos próximos trabalhos.

in Notícias de Vila Real e Notícias de Aguiar - 13 de Dezembro de 2019

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: Famílias de Ribeira de Pena continuam à espera de compensações. Iberdrola promete informações "muito em breve"






IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES

Famílias de Ribeira de Pena continuam à espera de compensações. Iberdrola promete informações "muito em breve"


PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

A Iberdrola informou hoje que “muito em breve” os moradores afetados pela barragem de Daivões, em Ribeira de Pena, vão ser “informados do valor da compensação” adicional ao preço do processo de expropriação.
O enchimento da albufeira de Daivões, incluída no Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), está previsto para junho de 2020 e, em Ribeira de Pena, faltava ainda resolver o problema de realojamento de algumas das 43 famílias afetadas.
A elétrica espanhola disse hoje, em comunicado, que, após a reunião de segunda-feira do grupo de trabalho do plano de ação, “as regras e critérios para a distribuição da dita compensação ficaram aprovados pelo mesmo e, portanto, muito em breve as pessoas serão informadas do valor da compensação”.
A Iberdrola referiu ainda que, “em abril deste ano, apresentou às entidades envolvidas uma proposta inicial para distribuir um montante de 1,4 milhões de euros de compensação adicional ao justo preço do processo de expropriação”.
Esta compensação adicional tem como base a medida 29 do Plano de Ação Socioeconómico da Declaração de Impacte Ambiental (DIA).
Segundo a empresa, atualmente, existem oito casos de moradores que continuam a viver nas suas casas. De entre estes oito casos, seis vão ocupar as habitações provisórias facultadas pela Iberdrola. Os restantes dois já possuem outra habitação alternativa.
A medida 29 da DIA permite também à Iberdrola “garantir que todas as pessoas serão realojadas em habitações permanentes, que assegurem, pelo menos, a mesma qualidade das habitações expropriadas”.
Ou seja, as seis famílias que inicialmente iriam ser realojadas nos prefabricados instalados pela empresa no largo da feira, em Ribeira de Pena, vão agora para “casas arrendadas”, proporcionadas pela Iberdrola.
A elétrica espanhola realçou, no entanto, que a gestão, no “que concerne à localização e atribuição destas casas, foi efetuada diretamente pela própria Câmara de Ribeira de Pena”.
Estas notícias foram recebidas com grande alegria pelas famílias que contestavam o realojamento “em contentores”.
O presidente da Câmara de Ribeira de Pena, João Noronha, alertou para “o problema dos moradores” afetados e sublinhou que o “realojamento deveria ter sido, desde o início, a prioridade das prioridades”.
“Hoje, as pessoas expropriadas pela construção da barragem deviam estar a sair das suas casas e a entrar nas casas novas, porque isso de alguma forma atenuaria a dor e o trauma, perfeitamente legítimos, de terem de sair dos seus lares, que com tanto esforço construíram e onde viveram momentos familiares inesquecíveis”, frisou.
O autarca referiu ainda que a “única forma de ganhar a atenção da empresa” foi “através de limitações à circulação de veículos pesados nas estradas municipais”.
“Em novembro, todas as pessoas desalojadas foram novamente contactadas por representantes do município e da Iberdrola. O resultado desta negociação foi para mim a melhor prenda de Natal que poderia receber”, sublinhou.
A Iberdrola vai também “assumir o custo da urbanização dos lotes destinados a realojamentos de habitantes permanentes ou ocasionais interessados nesta solução”, faltando formalizar um “protocolo de financiamento da infraestruturação”.
O SET terá impacto em 52 casas, das quais 43 situam-se em Ribeira de Pena e são afetadas pela albufeira de Daivões. As restantes nove ficam situadas em Boticas, Chaves e Vila Pouca de Aguiar e serão atingidas pela albufeira de Alto Tâmega.
O SET, que inclui ainda a barragem de Gouvães, é um dos maiores projetos hidroelétricos na Europa, nos últimos 25 anos, contemplando um investimento de 1.500 milhões de euros, dos quais foram, até ao momento, aplicados 900 milhões de euros.
Segundo a Iberdrola, neste momento o SET atingiu os 57% de execução da obra prevista.
MadreMedia / Lusa, in Sapo24 - 11 de Dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: Famílias afetadas pela construção da Barragem de Daivões já não vão morar em contentores






IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES
Famílias afetadas pela construção da Barragem de Daivões já não vão morar em contentores


No próximo ano, mais de 40 casas da aldeia de Ribeira de Baixo vão desaparecer devido à construção da barragem de Daivões. 

O processo de expropriações foi sempre polémico, mas depois de muitas negociações a Iberdrola vai aumentar o valor das indemnizações. 

O Porto canal foi ouvir as reações das pessoas afetadas.

in Porto Canal - 11 de Dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: “Dinheiro algum pagará tristeza de perder a casa”: Casal lamenta proposta para mudar de habitação






IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES

“Dinheiro algum pagará tristeza de perder a casa”: Casal lamenta proposta para mudar de habitação

Construção de barragens afeta 52 casas e há famílias que rejeitam um acordo.
Casal lamenta proposta para mudar de habitação   
FOTO: Manuel Encarnação

"Entre ir morar para os contentores ou ir para a casa que arranjaram lá perto da Cruz, não sei o que é pior. Eu com quase 70 anos e o meu marido já com 80 não temos idade nem saúde para estarmos num sítio tão longe da vila e onde não passam transportes públicos".

O lamento é de Glória Gonçalves, que luta pelos seus direitos após ser obrigada a deixar a casa onde vive há mais de 40 anos, em Ribeira de Baixo, Ribeira de Pena. A construção das barragens de Daivões, do Alto Tâmega e de Gouvães, a cargo da Iberdrola, afeta 52 casas. Alguns moradores chegaram a acordo, mas ainda há quem resista ao valor das indemnizações e às soluções indicadas para quem não desiste.


"Fiquei muito feliz quando soube que já não ia para os contentores. Sempre disse que preferia morrer a ir para aquele sítio. Agora, dizem que me arranjam uma casa lá para o alto. Não vou para lá. Se precisar de ir à vila, tenho de alugar um táxi e a viagem não custa menos do que 20 euros. Não temos como suportar a despesa. Já basta esta tristeza e andarem connosco aos pontapés", conta ao Correio da Manhã, em lágrimas.

O casal vai contando os últimos dias na casa construída com o sacrifício de uma vida. "Não vou ter uma cebola, uma batata, os meus feijões ou os meus frangos. Terei de comprar tudo. Dinheiro algum pagará este desgosto de perder a casa", conclui, mexendo a panela com o almoço: arroz de feijão com produtos da sua horta.

Já foi acordado um novo valor de indemnização, ainda não comunicado aos moradores. Por cada metro quadrado serão atribuídos 950 euros. No caso de Glória Gonçalves e o marido, serão 64 600 mil euros.


Patrícia Moura Pinto, in Correio da Manhã - 11 de Dezembro de 2019

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: Iberdrola já não vai realojar famílias em contentores por causa da barragem do Tâmega









IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES
Iberdrola já não vai  realojar famílias em contentores por causa da barragem do Tâmega
As seis famílias por realojar vão ficar em casas arrendadas no município de Ribeira de Pena. Concessionária vai pagar ainda mais 1,4 milhões de euros em medidas de compensações adicionais.

Aldeia de Ribeira de Baixo PAULO PIMENTA
Ninguém vai ficar em contentores. As seis famílias que estavam ainda sem solução de alojamento por causa da construção da barragem do Tâmega, concessionado à Iberdrola, vão ficar em casas arrendadas dentro do município de Ribeira de Pena. 

A notícia foi dada pelo Jornal de Notícias e confirmada ao PÚBLICO pelo presidente da Câmara de Ribeira de Pena, João Noronha. Esta foi a novidade mais imediata que saiu da reunião desta segunda-feira entre a Agência Portuguesa do Ambiente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a concessionária, e todos os municípios envolvidos nesta construção. 

Mas na verdade as novidades saídas dessas reunião foram muitas, e todas positivas para as populações afectadas: a Iberdrola vai pagar a infra-estruturação do loteamento onde 14 famílias poderão construir as suas casas e todas as 52 famílias vão receber compensações adicionais acrescidas às indemnizações que já receberam. 

Em comunicado, a empresa diz que “compreende e está solidária com o desconforto que a mudança de lar possa causar” e que “as pessoas são, efectivamente, a [sua] prioridade máxima”. As medidas adicionais de compensação (que estavam previstas na medida 29 do Plano de Acção Socioeconómico da Declaração de Impacte Ambiental) vão custar mais 1,4 milhões de euros. 

Os critérios para a fixação do cálculo destas compensações adicionais andavam a ser discutidas desde Abril do ano passado – pelo menos esta é a data apontada pela Iberdrola como altura em que fez a sua primeira proposta para fazer os cálculos da ajuda adicional. Mas, em Setembro, houve um desentendimento entre câmara e empresa. 

Ao PÚBLICO, João Noronha diz que fez entender à Iberdrola que, apesar de esta não ter precisado da Câmara de Ribeira de Pena para licenciar o projecto da barragem, precisa da boa vontade do município para atravessar o seu território. “Começámos a pôr entraves à circulação de pesados, e a empresa percebeu que tinha de se sentar connosco”, explicou o autarca. 

O processo ficou agora resolvido, e os proprietários deverão receber um cheque pelo correio no final de Janeiro, antecipa João Noronha. “Será uma espécie de prenda de Reis”, conclui. Cada família vai receber mais 950 euros por cada metro quadrado que lhes vai ser suprimido com a construção da barragem, somando-se aos quase 80 mil euros que cada uma já recebeu de indemnização pela perda das suas casas. 

“A referida Medida 29 da Declaração de Impacte Ambiental permite à Iberdrola garantir que todas as pessoas serão realojadas em habitações permanentes, que assegurem, pelo menos, a mesma qualidade das habitações expropriadas. Por outro lado, a Iberdrola também garante que os proprietários das habitações de utilização ocasional [29 habitações das 52 identificadas] serão compensados de maneira justa, sempre com o objectivo de incentivar a fixação ou retorno das populações ao município”, refere a empresa em comunicado. 

Há ainda outra despesa que a Iberdrola já assumiu que vai suportar, mas o total da factura ainda não está quantificado. Trata-se dos custos de infra-estruturação de um terreno disponibilizado pela Câmara Municipal, e que permitirá a criação de 14 lotes para receber a construção de outras tantas habitações de moradores que acabaram por ter de sair de suas casas. João Noronha estima que o custo destas infra-estruturas deverá chegar a um milhão de euros. “No total, a Iberdrola deve pagar mais 2,4 milhões de euros para compensar estas populações”, concretizou João Noronha. 
O enchimento das Albufeiras de Daivões e de Alto Tâmega vai ter impacto em 52 casas e, dessas, 43 situam-se no município de Ribeira de Pena e são afectadas pela Albufeira de Daivões. As nove restantes ficam situadas em Boticas, Chaves e Vila Pouca de Aguiar – estas últimas alocadas à Albufeira de Alto Tâmega. 

O início do enchimento da Albufeira de Daivões está previsto para Junho de 2020, e há oito moradores que precisam de sair de suas casas agora. Dois possuem habitação alternativa e os outros seis, que chegaram a estar destinados às instalações provisórias, vão agora ter um contrato de arrendamento no município, pago pela Iberdrola.
 

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: Cristina Ferreira impede que moradores de Ribeira de Baixo sejam realojados em contentores






IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES

Cristina Ferreira impede que moradores de Ribeira de Baixo sejam realojados em contentores

Graças à apresentadora, todos poderão ter acesso a casas.


Cristina Ferreira acaba de impedir que os moradores de Ribeira de Baixo sejam realojados em contentores durante a construção da nova barragem de Daivões. De um total de 49 casas de um total de 59 que em junho do próximo ano vão desaparecer quando começar a ser enchida a barragem, um assunto que comoveu a apresentadora e que levou a sua equipa a fazer uma reportagem no local.


A peça jornalística foi transmitida na emissão do programa desta segunda-feira, 9 de dezembro. Os moradores não esconderam a dor de abandonar o local que os viu nascer e onde viveram todos os momentos importantes das suas vidas já no próximo dia 7 de janeiro, levando a própria Cristina Ferreira a emocionar-se várias vezes com o caso, bem como Cláudio Ramos.
Nas redes sociais partilhou a alteração do desfecho desta história: Foi há cerca de três semanas que decidimos fazer esta reportagem em Ribeira de Baixo. Conversei com a equipa e disse-lhes que queria perceber como é que se largam as memórias, uma vida inteira prestes a ser alagada. O Sérgio, o Frade e o João estiveram lá três dias. O que trouxeram é mais duro do que imaginávamos. O Ruben editou com a Patrícia e chamaram-nos. Doeu. Sempre nos mantivemos em contacto com Câmara e a Iberdrola. O outro lado. Hoje, pouco tempo depois de emitirmos a reportagem, chegou a notícia: ninguém mais ia para os contentores. Há casas alugadas para todos. E foi nesse momento que percebemos a nossa missão. Hoje foi um dia feliz. Para sempre Ribeira de baixo, escreveu feliz.
in Holofote - 10 de Dezembro de 2019

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: Barragens do Tâmega: Iberdrola sobe indemnizações de casas afetadas







IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES

Barragens do Tâmega: Iberdrola sobe indemnizações de casas afetadas

A Iberdrola vai aumentar o valor das indemnizações pelas 52 casas afetadas pelas barragens de Daivões, Alto Tâmega e Gouvães. Por cada metro quadrado de casa afetada, vão ser entregues 950 euros.

Alfredo Aldai/EPA

A Iberdrola vai aumentar o valor das indemnizações pelas 52 casas afetadas pelas barragens de Daivões, Alto Tâmega e Gouvães, pagar novas habitações e desistir dos realojamentos em pré-fabricados em Ribeira de Pena, revelou esta segunda-feira o presidente daquela autarquia.
João Noronha falava aos jornalistas no Porto, após uma reunião com representantes da Iberdrola, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e os autarcas de Boticas, Chaves, Vila Pouca de Aguiar e Cabeceiras de Basto, os outros municípios afetados pelo Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), que inclui ainda a barragem de Gouvães.
Lusa, in Observador - 9 de Dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: Barragens do Tâmega: Iberdrola promete indemnizações maiores e casas pagas









IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES
Barragens do Tâmega: Iberdrola promete indemnizações maiores e casas pagas

Empresa compromete-se ainda a pagar o arrendamento às seis famílias realojadas em contentores.
© Pedro Sarmento Costa/Lusa

A Iberdrola vai aumentar o valor das indemnizações pelas 52 casas afetadas pelas barragens de Daivões, Alto Tâmega e Gouvães, pagar novas habitações e desistir dos realojamentos em pré-fabricados em Ribeira de Pena, revelou esta segunda-feira o presidente daquela autarquia. 

João Noronha falava aos jornalistas no Porto, após uma reunião com representantes da Iberdrola, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e os autarcas de Boticas, Chaves, Vila Pouca de Aguiar e Cabeceiras de Basto, os outros municípios afetados pelo Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), que inclui ainda a barragem de Gouvães.

"Finalmente temos estes valores todos definidos e fixados. Vão ser pagos 950 euros por metro quadrado [de cada casa afetada], o que vai acrescentar um valor significativo às pessoas afetadas, nomeadamente as que já tinham sido indemnizadas. Acreditamos que, em finais de janeiro, as pessoas vão receber os correspondentes cheques", afirmou o autarca de Ribeira de Pena, João Noronha, como porta-voz dos outros presidentes de câmara.

Para além de subir o valor das indemnizações pelos imóveis afetados, a Iberdrola vai ainda suportar a construção de novas habitações, em terrenos cedidos pelos municípios, e o valor do arrendamento temporário, até que as novas casas estejam concluídas, garantiu João Noronha.

Com isto, resolveu-se também a questão dos contentores instalados em Ribeira de Pena, que vão ser desmontados, passando seis famílias a ficar em casas alugadas.

Em alternativa, explicou o autarca, a Iberdrola vai pagar a renda dos realojamentos "em habitações condignas", pelo tempo que cada família levar a "fazer a sua nova casa".

Ainda no caso de Ribeira de Pena, o autarca esclareceu que serão 14 as casas novas e que os restantes casos "estão resolvidos". 

No que diz respeito à solução global para todas as autarquias, João Noronha esclareceu ter ficado "também definido que o loteamento vai ser disponibilizado pelos municípios" e que a "construção dos que pretendam casas novas será financiada pela Iberdrola".

João Noronha destaca, por fim, ainda mais uma vitória: as indemnizações vão estender-se às famílias que vão ser afetadas pela construção de um túnel que "não estava inicialmente previsto" e vai obrigar à demolição de habitações.

O enchimento das albufeiras de Daivões e de Alto Tâmega, barragens concessionadas à Iberdrola, vai ter impacto em 52 casas, 43 das quais ficam situadas no município de Ribeira de Pena, segundo dados da elétrica espanhola.

A barragem de Daivões afeta 43 casas, todas elas no concelho de Ribeira de Pena, enquanto as restantes nove habitações ficam situadas em Boticas, Chaves e Vila Pouca de Aguiar e vão ser atingidas pela albufeira de Alto Tâmega.

Os dois aproveitamentos hidroelétricos estão inseridos no Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), que inclui ainda a barragem de Gouvães.  

Segundo a Iberdrola, no momento em que se realizaram os primeiros contactos com os moradores, em 2017, 23 do total das 52 habitações correspondiam a ocupação permanente e as restantes 29 tinham ocupação ocasional, essencialmente segundas habitações. 

Neste momento, as atenções estão centradas em Ribeira de Pena porque a albufeira de Daivões deve começar a encher em junho de 2020. 

Entre os oito casos de moradores ainda a residir nas suas habitações, seis vão ocupar as habitações provisórias facultadas pela Iberdrola. Os restantes dois já possuem outra habitação alternativa. 

Na última reunião realizada no Porto, a 29 de novembro, João Noronha informou que a Iberdrola vai pagar mais 1,4 milhões de euros de indemnização às famílias afetadas pela construção da barragem de Daivões. 

Num esclarecimento enviado à agência Lusa, a Iberdrola disse ter iniciado "a articulação, com as autoridades competentes, de medidas de compensação, adicionais ao processo de expropriação, que favoreçam o realojamento das famílias, com base na Medida 29 do Plano de Ação Socioeconómico da Declaração de Impacte Ambiental (DIA)".

Lusa, in TSF - 9 de Dezembro de 2019

IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES: Iberdrola sobe indemnizações de casas afetadas por sistema de barragens do Tâmega



IBERDROLA - BARRAGEM DE DAIVÕES

Iberdrola sobe indemnizações de casas afetadas por sistema de barragens do Tâmega


A Iberdrola vai aumentar o valor das indemnizações pelas 52 casas afetadas pelas barragens de Daivões, Alto Tâmega e Gouvães, pagar novas habitações e desistir dos realojamentos em pré-fabricados em Ribeira de Pena, revelou hoje o presidente daquela autarquia.

João Noronha falava aos jornalistas no Porto, após uma reunião com representantes da Iberdrola, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e os autarcas de Boticas, Chaves, Vila Pouca de Aguiar e Cabeceiras de Basto, os outros municípios afetados pelo Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), que inclui ainda a barragem de Gouvães.

"Finalmente temos estes valores todos definidos e fixados. Vão ser pagos 950 euros por metro quadrado [de cada casa afetada], o que vai acrescentar um valor significativo às pessoas afetadas, nomeadamente as que já tinham sido indemnizadas. Acreditamos que, em finais de janeiro, as pessoas vão receber os correspondentes cheques", afirmou o autarca de Ribeira de Pena, João Noronha, como porta-voz dos outros presidentes de câmara.

Lusa, in RTP Notícias - 9 de Dezembro de 2019