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MONDIM DE BASTO LAMENTA "NÃO DECISÃO" DO GOVERNO QUANTO À BARRAGEM DE FRIDÃO
MONDIM DE BASTO LAMENTA "NÃO DECISÃO" DO GOVERNO QUANTO À BARRAGEM DE FRIDÃO
O presidente da Câmara de Mondim de Basto lamentou, esta segunda-feira, a “não decisão” do Governo relativamente à barragem de Fridão e frisou que a situação de impasse se vai manter devido à suspensão por três anos.
O Governo anunciou que decidiu cancelar a construção das barragens do Alvito e de Girabolhos, suspender por três anos a barragem do Fridão e manter a construção das barragens do Tâmega, após concluir a reavaliação do Programa Nacional de Barragens.
A barragem do Fridão afetaria os concelhos de Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e uma pequena parcela do território de Ribeira de Pena.
Depois de uma reunião com o ministro do Ambiente, o presidente da Câmara de Mondim de Basto, o socialista Humberto Cerqueira, disse ter ficado desagradado com a “não decisão” anunciada pelo Governo.
“O nosso desagrado não é com o adiamento é sobretudo com o facto de não haver qualquer decisão. Esta suspensão vai manter a situação de impasse e vai contra as expectativas e contra tudo o que temos defendido”, lamentou o autarca.
Por causa do empreendimento hidroelétrico de Fridão, concessionado à EDP, foram já criadas as áreas de proteção daquela que seria a futura albufeira o que condicionou a realização de obras ou outras intervenções nestes espaços.
Para além disso, em julho de 2010, foi assinado um protocolo entre a EDP, a então Estradas de Portugal e o município de Mondim de Basto, que assegurava a concretização de uma estrada de ligação a Celorico de Basto e que é “há muito reivindicada” pela população deste concelho.
Humberto Cerqueira teme que a concretização desta via rodoviária possa agora ficar em causa e, por isso mesmo, garantiu que se o “Governo PS não resolver este problema” também não estará disponível para se candidatar pelo Partido Socialista nas próximas eleições autárquicas.
“Se o Governo não tratar bem o município de Mondim de Basto o seu presidente pode ser candidato independente nas próximas eleições. Ponho os interesses do meu município acima dos interesses partidários”, sustentou.
Humberto Cerqueira disse que o seu concelho “tem sido esquecido pelos sucessivos governos” e referiu que o anterior executivo PSD/CDS “comprometeu-se com os autarcas e não cumpriu”.
Salientou ainda que, agora, o anúncio feito pelo Governo PS “se encaixa num contexto de acordo do Governo com um partido que acabou por impor a reavaliação do Plano de Barragens”.
“O município de Mondim de Basto não tem culpa nenhuma, nem que o Governo anterior se tenha comprometido e tenha falhado e nem tem culpa desta solução governativa que acabou por ter este desfecho”, salientou.
Ainda no distrito de Vila Real, foi decidido manter a construção das três barragens que integram o Sistema Eletroprodutor do Tâmega (Gouvães, Alto Tâmega e Daivões).
“É com satisfação que temos conhecimento que as barragens no Alto Tâmega continuam”, afirmou o presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado.
No terreno, a espanhola Iberdrola tem já em curso alguns trabalhos, nomeadamente a nível de acessos, e garantiu que, em 2016, vai começar a construção da barragem de Daivões.
Segundo a concessionária as barragens deverão estar concluídas em 2023 e o maior volume de trabalhos concentra-se entre os anos 2018 e 2020.
in O Minho - 18 de Abril de 2016
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