segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Caso de estudo - Albufeira de Foz Tua: Barragens e Albufeiras em Portugal - Usos da Água, Preocupações Ambientais e Ordenamento do Território
Caso de estudo - Albufeira de Foz Tua
Barragens e Albufeiras em Portugal: Usos da Água, Preocupações Ambientais e Ordenamento do Território
A disponibilidade de recursos hídricos encontra-se desfasada no tempo e no espaço facto que obriga ao seu armazenamento em algumas áreas do Globo. A sua necessidade é maior nas faixas latitudinais onde a escassez pluviométrica é mais acentuada, como por exemplo nos países de clima mediterrâneo, como é o caso de Portugal.
A construção de barragens e albufeiras surge como uma práxis milenar. As sucessivas ocupações do território português deixaram marcas indeléveis dessa prática em especial por Romanos e povos árabes do norte de África. Inicialmente construídas com o objetivo de armazenar água para irrigação e abastecimento, com o decorrer do tempo foram introduzidos outros usos, quer nos antigos quer nos novos empreendimentos, com relevo para a produção de energia elétrica. À medida que estas obras assumem maiores dimensões, as consequências para o território, ambiente e populações podem aumentar.
Através da abordagem a duas grandes barragens, uma em Portugal (Alqueva) e outra na China (Três Gargantas), procuramos realçar esses factos.
Em Portugal, a construção de barragens tem seguido o modelo “barragista”, favorecendo os interesses económicos, em nome de uma gestão sustentável, que privilegia os atores ligados à exploração hidroelétrica relegando para plano secundário os interesses das populações, as suas raízes históricas e o respeito pelo ambiente e ocupação do território.
Ao fazermos uma incursão teórica sobre metodologias de análise de risco e de avaliação ambiental, pretendemos evidenciar as pressões provocados no ambiente e no território pela construção de barragens se os procedimentos legais de avaliação dos impactes e respetivas medidas cautelares não forem respeitados.
Com o caso de estudo “Albufeira de Foz Tua” pretendemos mostrar a polémica em torno dos impactes para o ambiente e ordenamento do território da área envolvente à albufeira e contribuir para o debate futuro desta temática em Portugal.
Uma adequada revisão da literatura; a interpretação de diversos relatórios técnicos e pareceres; a consulta dos planos de monitorização ambiental e das medidas compensatórias propostos pela EDP; o trabalho de campo, sustentado em entrevistas a atores da região e a elaboração da Matriz SWOT, ajudou-nos na avaliação das consequências para o ambiente e território.
O Programa Empreendedor Sustentável da responsabilidade da EDP e a criação da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua e do Parque Natural Regional do Vale do Tua, anunciados como medidas compensatórias, não conduziram, ainda, a vantagens para o território, ambiente e economia local e a proposta do Plano de Mobilidade Alternativo para o Tua, vem levantando sérias dúvidas sobre a sua exequibilidade.
Face aos resultados e conclusões deste trabalho podemos inferir que a gestão e utilização sustentável dos recursos hídricos proporcionados pela albufeira se apresentam difíceis, devido ao conflito de interesses e a um conjunto de consequências para o ambiente, território, clima e ecossistema, abordados na presente dissertação.
Dissertação de Mestrado: consultar aqui.
Álvaro Francisco Noronha Soares Duarte, in Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (UNL) - Setembro de 2013
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
ENERGIA - EDP: Ex-secretário de Estado acusa Governo de ocultar real situação na energia
ENERGIA - EDP
Ex-secretário de Estado acusa Governo de ocultar real situação na energia
Henrique Gomes diz que o Governo está a cortar nas rendas da energia menos do que o anunciado, que o défice tarifário “está descontrolado” e que o Executivo não vai cumprir o compromisso de não aumentar os preços da energia em mais de 1,5%.
O ex-secretário de Estado da Energia acusa o Governo de estar a dar números referentes a cortes nas rendas da energia que não são reais, num artigo de opinião publicado esta quinta-feira no Negócios.
“O Governo tem dito que em resultado das negociações com os produtores cortou um pouco mais que 2.000 milhões de euros. A verdade é que, retirando 400 milhões de euros relativos à Garantia de Potência, os cortes até 2020 não ultrapassarão os 900 milhões de euros. Destes, 600 milhões de euros são relativos à cogeração, 110 milhões de euros aos CMEC, 120 milhões de euros à eólica (com contrapartidas para além de 2020) e os restantes 70 milhões de euros à mini-hidrica. Os excessos não foram eliminados. O incumbente permaneceu praticamente intocado!”, acusa.
Henrique Gomes não fica por aqui e continua a criticar o Governo. “O défice tarifário alcançou, nas últimas semanas, o valor de 4.000 de euros. Continua a subir, e está descontrolado”, adianta. Por isso, “o Governo, como se sabia, vai falhar os compromissos assumidos e o de não haver aumentos reais anuais acima de 1,5%! O Governo tem consciência da situação, mas oculta-a, aconchega os pressupostos dos modelos, manieta a Economia. Em contrapartida, os relatórios do Conselho Tarifário da ERSE são uma fonte fidedigna”, acrescenta.
“A falta de equidade mata os Governos e a Democracia. Mata a esperança e, com ela, o País. No Governo e no Estado ainda há cidadãos competentes e conhecedores”, salienta. “Haja coragem para acabar com a Grande Farra!”, conclui.
Henrique Gomes foi secretário de Estado da Energia até Março de 2012, tendo saído em divergência com as rendas pagas no sector eléctrico. A encomenda de um estudo a peritos da Universidade de Cambridge acabou por traçar o futuro de Henrique Gomes.
Esse relatório levou o Governo a denunciar a existência de "rendas excessivas" na produção de electricidade em Portugal, em especial em contratos com a EDP. O rótulo das "rendas excessivas" seria firmemente contestado por António Mexia, antes, durante e depois da privatização da EDP.
in Jornal de Negócios - 1 de Agosto de 2013
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quarta-feira, 22 de maio de 2013
ALTO TÂMEGA - BARRAGENS: Quercus recorre ao Tribunal para travar barragens do Alto Tâmega
. ALTO TÂMEGA - BARRAGENS
Quercus recorre ao Tribunal para travar barragens do Alto Tâmega
A Quercus recorreu ao Tribunal Constitucional para impedir a construção de três barragens no rio Tâmega, no distrito de Vila Real, avançou hoje à agência Lusa o vice-presidente da direção nacional daquela associação ambientalista.
João Branco explicou que, depois de um processo com decisões e recursos nos tribunais administrativos, a Quercus avançou para o Constitucional para que seja "feita justiça".
A construção do empreendimento hidroelétrico do Alto Tâmega (barragens de Gouvães, Tâmega e Daivões), causará, na opinião do dirigente, "enormes e irreversíveis" impactos ambientais ao nível dos ecossistemas florestais, biodiversidade, campos agrícolas e água.
Os benefícios, frisou, serão "muito poucos".
Atualmente, as obras de construção das barragens, que integram a denominada Cascata do Tâmega, estão suspensas devido a uma providência cautelar interposta pela associação para que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA), impondo a sua construção às cotas mais baixas, seja considerada nula.
Além do ambiente, João Branco considerou que o desenvolvimento socioeconómico da região também será "fortemente afetado", nomeadamente o turismo da natureza, a prática da pesca desportiva, da canoagem e da atividade balnear nas praias fluviais.
E, relembrou, o recurso natural que é o rio Tâmega funciona como principal ativo desta região de Trás-os-Montes, pelo que a estratégia de desenvolvimento tem de passar pela sua preservação e não destruição.
Face à situação do país e para evitar o agravamento da despesa do Estado, o responsável espera que o projeto não avance porque, à semelhança das autoestradas, as barragens são investimentos público-privados.
"É preciso não esquecer que os custos das barragens, centenas de milhões de euros, vão ser pagos pelo consumidor na conta da eletricidade e não pela promotora do projeto", realçou.
Em 2011, a associação ambientalista apresentou uma queixa formal à Comissão Europeia contra o Estado português acusando-o de "violação flagrante" de várias diretivas europeias no mesmo projeto.
A construção deste complexo hidroelétrico foi adjudicada à empresa Iberdrola, representa um investimento de 1.700 milhões de euros e faz parte do Plano Nacional de Barragens.
A Iberdrola já pagou ao Estado um prémio de concessão no valor de 303 milhões de euros pela exploração das barragens durante 65 anos. O empreendimento deverá ter um total de 1.135 megawatts de potência e uma produção elétrica anual de 1.900 gigawatts/hora.
A construção do empreendimento hidroelétrico do Alto Tâmega (barragens de Gouvães, Tâmega e Daivões), causará, na opinião do dirigente, "enormes e irreversíveis" impactos ambientais ao nível dos ecossistemas florestais, biodiversidade, campos agrícolas e água.
Os benefícios, frisou, serão "muito poucos".
Atualmente, as obras de construção das barragens, que integram a denominada Cascata do Tâmega, estão suspensas devido a uma providência cautelar interposta pela associação para que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA), impondo a sua construção às cotas mais baixas, seja considerada nula.
Além do ambiente, João Branco considerou que o desenvolvimento socioeconómico da região também será "fortemente afetado", nomeadamente o turismo da natureza, a prática da pesca desportiva, da canoagem e da atividade balnear nas praias fluviais.
E, relembrou, o recurso natural que é o rio Tâmega funciona como principal ativo desta região de Trás-os-Montes, pelo que a estratégia de desenvolvimento tem de passar pela sua preservação e não destruição.
Face à situação do país e para evitar o agravamento da despesa do Estado, o responsável espera que o projeto não avance porque, à semelhança das autoestradas, as barragens são investimentos público-privados.
"É preciso não esquecer que os custos das barragens, centenas de milhões de euros, vão ser pagos pelo consumidor na conta da eletricidade e não pela promotora do projeto", realçou.
Em 2011, a associação ambientalista apresentou uma queixa formal à Comissão Europeia contra o Estado português acusando-o de "violação flagrante" de várias diretivas europeias no mesmo projeto.
A construção deste complexo hidroelétrico foi adjudicada à empresa Iberdrola, representa um investimento de 1.700 milhões de euros e faz parte do Plano Nacional de Barragens.
A Iberdrola já pagou ao Estado um prémio de concessão no valor de 303 milhões de euros pela exploração das barragens durante 65 anos. O empreendimento deverá ter um total de 1.135 megawatts de potência e uma produção elétrica anual de 1.900 gigawatts/hora.
Lusa, in País ao Minuto - 22 de Maio de 2013
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domingo, 19 de maio de 2013
EDP - Barragem do Tua: Eléctrica sem freio constrói (por «lapso»!) estrada sem licença
EDP - Barragem do Tua
Eléctrica sem freio constrói (por «lapso»!) estrada sem licença
Um episódio verdadeiramente inenarrável só digno de quem se movimenta no escuro.
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quarta-feira, 8 de maio de 2013
PNBEPH - Barragem do Tua: Um documentário para tentar salvar o Vale do Tua
PNBEPH - Barragem do Tua
Um documentário para tentar salvar o Vale do Tua
Breve apresentação de um documentário de urgência , hoje (8/05) em estreia, sobre o vale do rio Tua que os senhores «chineses» da EDP vão destruir, mancomunados com os amigos pousados na governança, apesar dos apelos e com agravo.
(Clicar na imagem para ver o documentário)
O biólogo António Castelo e o realizador João Vasconcelos, da Associação Internacional para a Documentação da Natureza/AidNature, passaram um mês a filmar o último rio selvagem da Europa, no Vale do Tua.
Financiados pelo Partido dos Animais e da Natureza (PAN), registaram imagens de uma fauna e flora que após a construção da Barragem da Foz do Tua deverão desaparecer.
A curta-metragem documental é exibida nesta quarta-feira na FNAC Colombo, em Lisboa, às 19h.
Financiados pelo Partido dos Animais e da Natureza (PAN), registaram imagens de uma fauna e flora que após a construção da Barragem da Foz do Tua deverão desaparecer.
A curta-metragem documental é exibida nesta quarta-feira na FNAC Colombo, em Lisboa, às 19h.
Vera Moutinho, in Público (Multimédia) - 8 de Maio de 2013
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23:54
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sábado, 27 de abril de 2013
EDP no comandamento: Passos não desmente. Lobby do sector eléctrico despediu secretário de Estado da Energia
EDP no comandamento
Passos não desmente. Lobby do sector eléctrico despediu secretário de Estado da Energia
Henrique Gomes já tinha dito que relatório confidencial foi parar às mãos da EDP uma hora depois de ter chegado a S. Bento e que a sua saída do governo foi festejada com garrafas de champanhe
Foi preciso mais de um ano para o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, ter revelado esta semana que o seu primeiro secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, foi demitido por pressões do lobby da energia quando já tinha elaborado um relatório sobre os cortes das rendas excessivas no sector eléctrico, previstos no Memorando de entendimento.
Todos estes factos nunca foram desmentidos e só agora, depois da apresentação do memorando para o crescimento, é que o ministro da Economia, numa entrevista à SIC Notícias, esclareceu as verdadeiras razões da demissão de Henrique Gomes. Facto que levou Pacheco Pereira, no programa Quadratura do Círculo, quinta-feira à noite, na SIC Notícias, a voltar ao tema de uma forma contundente: “O ministro Álvaro Santos Pereira disse uma coisa que teria provocado imediatamente uma enorme discussão pública se vivêssemos num país a sério: até um dos meus colaboradores foi afastado e provocou por parte de certas pessoas a abertura de garrafas de champanhe. O que é que ele está falar? Do afastamento do seu secretário de Estado, o engenheiro Henrique Gomes e obviamente está a falar do CEO da EDP António Mexia. Está a dizer que o afastamento de um colaborador seu se deveu a um mecanismo de interesses que levou a esse afastamento e que esses interesses festejaram a saída de um membro seu”. E Pacheco Pereira recordou que Henrique Gomes entendia que as rendas que a EDP recebe eram excessivas, fez um relatório e propôs ao ministro uma taxação, um imposto sobre essas rendas. Entregou o relatório ao ministro que mandou ao primeiro-ministro e uma hora depois já era do conhecimento de António Mexia. Ou seja, adianta Pacheco Pereira, “o que ele está a dizer foi que do gabinete do primeiro-ministro foi passado um documento confidencial que se destinava a propor uma política a uma das partes e essa parte moveu as suas influências no sentido em que fosse afastado do governo”.
E a verdade é que o processo das rendas excessivas foi dado por concluído pelo novo secretário de Estado da Energia, Artur Trindade. Um corte de 1800 milhões de euros que deixou a EDP de António Mexia, já vendida aos chineses, praticamente ilesa.
António Ribeiro Ferreira, in I Informação - 27 de Abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
PNBEPH - Sever do Vouga: Barragem acusada de arruinar casas em várias aldeias
PNBEPH - Sever do Vouga
Barragem da EDP acusada de arruinar casas em várias aldeias
Desde a primeira pega de fogo, em novembro de 2011, seguiram-se várias outras. “Houve algumas explosões muito violentas. Isto abanava tudo”, recorda Maria Barbosa, esposa de Adelino.
Na casa do casal, construída há oito anos, são várias as fissuras nos tetos e paredes. São necessários “10 mil euros” para reparar a habitação.
Salomé Filipe, in Jornal de Notícias, N.º 311, Ano 125 (p. 26) - 8 de Abril de 2013
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21:33
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sábado, 6 de abril de 2013
Barragens em questão: Vigilância das barragens divide engenheiros e Agência do Ambiente
Barragens em questão
Vigilância das barragens divide engenheiros e Agência do Ambiente
O presidente da Ordem dos Engenheiros alerta para o facto de o novo regulador não estar vocacionado para a segurança das barragens; a agência garante que o país não ficou vulnerável nesta área
A polémica resulta da integração na Associação Portuguesa para o Ambiente do INAG, que tinha competências na área da segurança nas barragens portuguesasA segurança das barragens divide, neste momento, o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos, e a Agência Portuguesa para o Ambiente (APA), quanto à fiscalização e segurança dos 750 empreendimentos que o país tem, dos quais 250 de grande dimensão e 500 médios.
Apesar da chuva dos últimos tempos, situação ainda não é grave
como a que se verificou em 2010 nas barragens portuguesas
Matias Ramos adverte para os efeitos da omissão da Autoridade Nacional de Segurança de Barragens nos novos estatutos da APA, publicados recentemente, apesar de prevista na lei orgânica que juntou a agência e o ex-INAG: “O Estado está hoje mais vulnerável na segurança de pessoas e bens”, diz o engenheiro, que fez boa parte do seu percurso profissional a fiscalizar barragens e ao serviço do Laboratório Nacional de Engenharia Civil como investigadorcoordenador.
O INAG foi, até à fusão com a APA, a Autoridade de Segurança das Barragens, para o que tinha uma estrutura própria com competências, que incluíam a segurança, o licenciamento de obras, o controlo de cheias, o abastecimento de água para consumo e para agricultura, a fiscalização da construção de novas barragens, entre outras.
O dirigente da Ordem dos Engenheiros acusa a APA de “não se ter organizado estatutariamente para isso e de não se saber neste momento quem é o interlocutor para este tipo de situações”, incluindo o próprio registo do cumprimento do regulamento de segurança. Em sua opinião, tudo isto acontece porque “os estatutos [publicados na Portaria 108/2013, de 15 de Março] são o instrumento que materializa a lei orgânica e lá não há uma única referência à Autoridade de Segurança das Barragens, entre as 73 estruturas dirigentes” que formam hoje o novo regulador ambiental.
Questionada a Agência Portuguesa para o Ambiente sobre o alerta de Matias Ramos, a agência responde que “o país não está mais vulnerável na segurança das suas barragens, pelo contrário, estão assegurados os respectivos níveis”, para o que diz contar com 20 técnicos superiores. Frisa, por outro lado, que “não há qualquer questão jurídica”. O conselho directivo da APA refere que “a segurança das barragens constará das competências de uma divisão”, ou seja, abaixo dos departamentos que são “estruturas intermédias”, previstas nos estatutos, e que esta arrumação “cumpre o princípio da legalidade”.
Não há níveis críticos
A APA, “de acordo com o estipulado na sua lei orgânica (…), mantém as competências e atribuições anteriormente conferidas ao ex-INAG no que respeita à segurança das barragens”, acrescenta a nova entidade reguladora, garantindo que “continua a desenvolver todas as actividades relacionadas com as funções que lhe estão cometidas na legislação em vigor” para as grandes e médias barragens.
Para Matias Ramos, a dispersão gradual de várias funções do Estado, nomeadamente a de segurança de barragens – que se concentrava originalmente no Ministério das Obras Públicas – “está a desvalorizar o conhecimento e autoridade do Estado” nesta matéria. A APA contrapõe que não prevê “qualquer redução no número actual de técnicos superiores, nem no corrente ano nem em 2014”. Segundo a agência, trata-se de 20 elementos que desempenham funções junto das barragens e a nível central.
Com as grandes chuvas nos últimos meses, os fortes caudais e os níveis elevados de água nas albufeiras, a lei exige que a gestão das barragens não seja feita apenas pela EDP, mas de forma integrada com a APA, o que a companhia eléctrica garante estar a acontecer.
A EDP esclarece também que, apesar da chuva que tem caído, o país ainda não atingiu os níveis críticos das cheias de 2010, que obrigaram a parar as turbinas, o que corresponde a desligá-las e, em alguns casos, a deixarem de produzir energia eléctrica. Há três anos, “alguns aproveitamentos, do tipo fio de água, predominantemente localizados no rio Douro” viram os seus grupos geradores desligados, responde a empresa.
Se as mudanças institucionais ao longo dos anos desta função do Estado dão mais espaço aos privados, segundo Matias Ramos, já a EDP não se pronuncia se está a fazer mais ou menos fiscalização do que no passado. “As barragens da EDP são regularmente inspeccionadas pela Autoridade Nacional de Segurança de Barragens, sediada na Agência Portuguesa do Ambiente, e pelo LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil”.
Lurdes Ferreira, in Público - Economia (p. 28) - 6 de Abril de 2013
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EDP - Eduardo Catroga recebeu 430 mil euros: António Mexia recebeu 3,1 milhões de euros em 2012
EDP - Eduardo Catroga recebeu 430 mil euros
António Mexia recebeu 3,1 milhões de euros em 2012
O presidente executivo da EDP, António Mexia, recebeu 1,2 milhões de euros em 2012, a que se soma o prémio plurianual relativo ao mandato dos três anos anteriores, num total de 3,1 milhões de euros, segundo a EDP.
No relatório e contas anual da EDP enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), citado pela Lusa, a elétrica dá conta de que a remuneração fixa de António Mexia foi de 714.572 euros em 2012: 99.571 euros até 20 de fevereiro, ocasião em que mudou o conselho de administração, e cerca de 615 mil euros a partir dessa data.
O presidente executivo da empresa recebeu ainda 480 mil euros no ano passado em remuneração variável anual, relativa a prémios em função do desempenho da empresa.
A estes valores somam-se mais 1,9 milhões de euros que Mexia recebeu em 2012, não em remunerações relativas ao ano passado, mas resultantes da atribuição de um prémio plurianual inerente ao mandato de 2009-2011.
Tudo somado, o valor atinge os 3,1 milhões de euros.
Já o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, recebeu 430 mil euros em remunerações em 2012.
A nomeação do antigo ministro das Finanças para a presidência do Conselho Geral e de Supervisão da EDP no início de 2012, assim como a sua remuneração enquanto tal, esteve envolta em polémica.
O Partido Socialista criticou na ocasião o Governo, liderado por Pedro Passos Coelho, pela nomeação de Eduardo Catroga questionando o primeiro-ministro sobre se estava confortável com a nomeação e o valor do salário que o antigo ministro ia auferir, «acumulável com a sua pensão milionária». O PSD lembrou na ocasião que Eduardo Catroga já era membro do Conselho de Supervisão da EDP há seis anos e devolveu as críticas ao PS, lembrando que quando a elétrica era maioritariamente pública o partido não se preocupava por a empresa pagar exatamente esses mesmos salários.
Também o PCP condenou o Governo por «distribuir sacrifícios aos reformados» enquanto «à EDP distribui milhões em salários para ex-ministros do PSD e do CDS», gestores de topo, que «pelos vistos, até na China são conhecidos».
O Partido Comunista lembrava também que «Eduardo Catroga participou nas negociações com a troika que determinaram a privatização da EDP», tendo tido por «recompensa» um elevado salário.
Fonte oficial da EDP disse hoje à agência Lusa que «a política de remunerações da EDP é definida pelos seus acionistas com base numa análise comparativa nacional e internacional e numa perspetiva de sustentabilidade económica e financeira da empresa».
«Esta política de remunerações leva em conta um conjunto de critérios de desempenho internos e externos, tendo como base as melhores práticas internacionais. De realçar que o prémio plurianual diz respeito aos anos de 2009, 2010 e 2011 e isso tem em conta toda a atividade internacional de todas as empresas do grupo EDP» (EDP-Energias do Brasil, EDP Renováveis), explicou a mesma fonte.
De acordo com o relatório da elétrica, o montante global bruto das remunerações pagas aos membros dos órgãos de administração e fiscalização da EDP, no exercício de 2012, rondou os 18 milhões de euros.
Em março, a EDP apresentou os resultados anuais relativos a 2012, tendo fechado o ano com lucros de 1.012 milhões de euros, menos 10% do que no ano anterior.
Redacção, in TVI 24 - 6 de Abril de 2013
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quinta-feira, 4 de abril de 2013
Barragem da Ribeira das Cortes: Tribunal suspende provisoriamente posse de terrenos para nova barragem na Covilhã
Barragem da Ribeira das Cortes
Tribunal suspende provisoriamente posse de terrenos para nova barragem na Covilhã
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco suspendeu provisoriamente a posse de terrenos para construção de uma nova barragem na Serra da Estrela, concelho da Covilhã.
A decisão, a que a agência Lusa teve hoje acesso, é datada de quarta-feira e serve para, nas próximas semanas, o tribunal julgar uma providência cautelar interposta por um dos proprietários de terrenos e casas a submergir, que tem contestado a obra.
Luís Alçada Baptista quer anular definitivamente a expropriação. Justifica-se com valores patrimoniais no local, sustenta que há outro sítio para edificar a barragem no mesmo vale da Ribeira das Cortes, com menor impacto, e considera que não existem os problemas de água na Covilhã que têm sido usados para a justificar.
Em resposta ao tribunal, o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares defendeu que a posse administrativa dos terrenos não podia ser suspensa, alegando que se trata de uma obra de interesse público.
No entanto, a juíza encarregada do processo entendeu que não foram entregues elementos que sustentem esse interesse, nomeadamente quanto a alusões sobre problemas de abastecimento de água, quanto ao impacto na utilização de verbas comunitárias ou num cronograma da obra.
Desta forma, "declara-se a ineficácia" da "posse administrativa" de 02 de fevereiro, referentes às parcelas em causa, refere a decisão do tribunal.
A juíza decidiu agendar várias diligências para julgar o procedimento cautelar, com audição de testemunhas e pedido de vários documentos às entidades envolvidas, que incluem também o município da Covilhã e a empresa municipal de infraestruturas Icovi.
Apesar das tentativas, não foi possível obter uma reação do presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, um dos principais defensores da obra.
O contrato de financiamento para a construção da barragem da Ribeira das Cortes, na Covilhã, foi assinado a 20 de julho pela autarquia e pelo Governo e o investimento previsto é de 28,2 milhões de euros.
Lusa, in RTP | Notícias - 4 de Abril de 2013
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segunda-feira, 25 de março de 2013
SIC TV - Primeiro Jornal: "Lobbies enquistados" definham os principais sectores do Estado Português
SIC TV - Primeiro Jornal
"Lobbies enquistados" definham os principais sectores do Estado Português
Quem, verdadeiramente, manda no país?
Para quem a «crise» é sinónimo de abundância?
A quem serve melhor o estado de um povo amestrado, imberbe e prosaico?
José Gomes Ferreira, in SIC Televisão (Primeiro Jornal) - 25 de Março de 2013
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sábado, 16 de fevereiro de 2013
EDP - Estado rouba ao Estado a favor da EDP: Estado não vai receber mais de 20 milhões de euros em dividendos da EDP
EDP - Estado rouba ao Estado a favor da EDP
Estado não vai receber mais de 20 milhões de euros em dividendos da EDP
Desde 1998, a EDP rendeu 10.700 milhões, mas o Estado cedeu aos privados dividendos de 4.365 milhões de euros
Na semana passada ficou concluído um dos maiores e mais longos processos de privatização em Portugal. A venda de 4,14% do capital da EDP a investidores institucionais põe fim a uma história que começou em 1997. A alienação da maior empresa nacional, em activos, foi realizada em nove fases que renderam a preços correntes, sem considerar a inflação, 10 750 milhões de euros ao Estado. Mas esta é a receita bruta da privatização.
Do outro lado da conta estão os dividendos que o accionista Estado cedeu aos privados. Entre 1998 e 2012, a eléctrica pagou dividendos brutos totais de cerca de 6,5 mil milhões de euros, também a preços correntes. A fatia que coube ao Estado corresponde a cerca de 2090 milhões de euros brutos. Isto significa que 4365 milhões de euros foram entregues aos accionistas privados. Os cálculos feitos pelo i consideram a evolução da totalidade da participação pública na EDP, incluindo as acções detidas pelo Tesouro, pela Parpública e pela Caixa Geral de Depósitos, e a fatia que lhe correspondeu dos lucros distribuídos em cada ano pela empresa.
O resultado mostra que cerca de 40% do que o Estado recebeu pela venda do capital acabou por se perder pela via dos dividendos, uma receita que beneficia directamente o défice. Esta diferença foi maior nos últimos anos, quando a EDP se tornou a empresa com lucros mais altos em Portugal, período que coincide com a participação pública mais reduzida: cerca de 25%.
A privatização da EDP arranca com uma oferta pública de venda de 30% do capital, que inaugurou a era do capitalismo popular em Portugal. O fenómeno foi alimentado pelo crédito fácil dos bancos, que financiaram a compra de acções da Portugal Telecom, da Brisa, da Cimpor, etc. A EDP chegou a ter quase um milhão de accionistas particulares, a maioria portugueses, mas nem todos os episódios foram de sucesso.
A OPV que acabou com as OPV A maioria dos investidores não esquece, e não perdoa, a oferta em bolsa de 2000, quando a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) impôs no ano seguinte uma descida do preço da electricidade, ao arrepio do que tinha sido prometido no prospecto da operação. As acções da EDP nunca mais recuperaram desse preço histórico de quatro contos (20 euros, que mais tarde passaram a 4 euros pela divisão do número de acções). Não será coincidência que mais nenhuma fase de venda da EDP se tenha realizado por oferta pública de venda.
Outra das histórias com sabor agridoce foi a parceria estratégica falhada com a Iberdrola, embora com mais custos para os espanhóis, que nunca recuperaram o investimento feito na EDP. Já a entrada da CajaAstur, em 2004, através de aumento de capital, correu melhor e selou aquele que será ainda hoje o maior investimento empresarial português em Espanha: a compra da Hidrocantábrico.
Nos governos de Sócrates, o Estado queria receita, mas não queria ceder poder na EDP, em que estava limitado a 25%, e inovou com o lançamento de emissões obrigacionistas que tinham como activo subjacente acções da EDP. A Parpública manteve os direitos de voto e os dividendos e acabou por recomprar os títulos aos investidores que preferiram o reembolso. Estas acções voltaram a ser privatizadas, desta vez através de venda clássica à China Three Gorges e aos investidores institucionais que compraram 4,14% do capital.
Leia também: Parpública abdica dos dividendos da EDP na venda de 4,14%
Ana Suspiro, in I Informação - 16 de Fevereiro de 2013
Publicada por
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (MCDT)
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00:29
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
BOLSA - VALORES DO ESTADO EM TRÂNSITO: PARPÚBLICA ARREMATA CAPITAL SOCIAL DA EDP
BOLSA - VALORES DO ESTADO EM TRÂNSITO
PARPÚBLICA ARREMATA CAPITAL SOCIAL DA EDP
Foi comunicado pela Parpública - Participações Públicas (SGPS), SA um documento com o seguinte título:
Parpública, Participações Públicas, SGPS, SA, informa sobre conclusão da colocação de 4,144 % do Capital Social da EDP, versão em português.
Data e hora de comunicação: 14/02/2013 13:34:25.
PARPÚBLICA ARREMATA CAPITAL SOCIAL DA EDP
Foi comunicado pela Parpública - Participações Públicas (SGPS), SA um documento com o seguinte título:
Parpública, Participações Públicas, SGPS, SA, informa sobre conclusão da colocação de 4,144 % do Capital Social da EDP, versão em português.
Data e hora de comunicação: 14/02/2013 13:34:25.
O documento pode ser consultado na página "Informação Privilegiada e Outras Informações", em http://www.cmvm.pt.
in Parpública (Participações Públicas, SGPS, SA.) - 14 de Fevereiro de 2013
Publicada por
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega (MCDT)
à(s)
14:04
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Bolsa - EDP: Estado vende resto da EDP com buraco de 660 milhões e sem dizer a quem
Bolsa - EDP
Estado vende resto da EDP com buraco de 660 milhões e sem dizer a quemO Estado vendeu o que lhe restava na EDP. Foram vendidos os 4,14% do capital que a Parpublica ainda detinha na eléctrica portuguesa. O negócio rendeu ao Estado Português 356 milhões de euros. A operação marca a saida definitiva do Estado do capital da EDP. Nem a gestora de participações do Estado nem as Finanças quiseram revelar quem comprou. Sabe-se apenas que foram mais de 90 investidores a ficarem com as acções. Em comunicado a Parpublica diz que as mesmas foram vendidas a 2,35 euros cada. Mas o negócio não chegou para tapar o reembolso do empréstimo obrigacionista de 1000 milhões de euros realizado há 5 anos pela Parpublica e que teve como garantia estas mesmas acções da EDP.
O reembolso aconteceu no final do ano passado tendo a Parpublica pago três vezes mais do que agora recebeu pela venda dos títulos. Para trás fica um buraco na ordem dos 660 milhões de euros. Não há nomes dos compradores mas sabe-se quem esteve para ser: a China Three Gorges chegou a manifestar interesse em comprar esta fatia de capital público. Mas na deslocação a Lisboa, no final do ano passado, houve desacordo no preço com a oferta dos chineses a ser considerada demasiado baixa pelo vendedor.
Leonor Elias, in RTP | RTP notícias - 14 de Fevereiro de 2013
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