A Barragem da Foz do Tua, a Barragem do Fridão, em Amarante, e a Barragem de Almourol, em Abrantes, estão no centro da discórdia entre Ministério do Ambiente, autarcas locais e ambientalistas.
Aquela que é a maior das dez barragens que o Governo incluiu no programa aprovado em Dezembro, a Barragem da Foz do Tua, é contestada a uma só voz pela Quercus, o movimento que defende a manutenção da Linha do Tua e a autarquia de Mirandela.
Enquanto a associação ambientalista não acredita no desenvolvimento rural que a referida construção poderá trazer para a região, os defensores da Linha do Tua ressaltam o interesse turístico que a linha férrea que circunda o afluente do Douro tem e que desaparecerá com a submersão da linha pela construção da barragem.
De lados opostos estão as autarquias. Em declarações à TSF, o presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, também está contra a construção da barragem, muito embora entenda que esta é um «bem nacional em produção de energia», mas que pode ser construída noutro local.
Opinião contrária tem o autarca de Murça, João Teixeira, que entende a envolvência municipal que surgirá da construção desta infra-estrutura como algo de muito positivo para a região.
A futura barragem do Fridão, a ser construída doze quilómetros a montante da cidade de Amarante, encontra a maior contestação no autarca local. Armindo Abreu não quer ver a cidade que lidera no meio de duas barragens, de Torrão e do Fridão, e um lago de águas paradas, para além de acreditar que esta construção poderá resultar numa possível degradação da qualidade da água que abastece o concelho.
“Inviável” foi como o presidente da autarquia de Abrantes, Nelson de Carvalho, classificou à TSF a futura construção da Barragem de Almourol. De acordo com esta voz contestária, a barragem colocará em causa as populações de Rio de Moinhos e Rossio ao Sul do Tejo, cerca de mil hectares de terras agrícolas, várias estradas, uma linha de caminho-de-ferro, bem como o Parque Ribeirinho de Abrantes, onde foram investidos 20 milhões de euros.
Quem não vê razões para abandonar qualquer uma das dez barragens que o Governo pretende construir, é o ministro do Ambiente, Nunes Correia, que lembra que já foram excluídas cerca de 15 construções pelos problemas de difícil solução que acarretavam.
Entretanto, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) também já mostrou a sua oposição à construção de qualquer uma das três barragens, tendo já agendado para o próximo dia 13 de Fevereiro um debate sobre o Plano Nacional de Barragens.
in ABC do Ambiente - 29 de Janeiro de 2008
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