TÂMEGA - GEOMORFOLOGIA
MAIS UM SISMO ASSOCIADO AO SISTEMA DE FALHAS DO TÂMEGA
Embora ocupemos um relevo profundamente movimentado entre montes e vales, soerguido desde o nível de base do Tâmega, afundado à cota 62, até aos altaneiros dorsos do Marão rasgando as nuvens à altitude de 1415 metros, o território regional deve a sua morfologia a um subsolo granítico e xistoso, estruturalmente muito fracturado donde evoluiu um complexo campo de falhas.
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Até às 17H03 do último 6 de Junho (2017), em que o vale do Tâmega registou sismo de magnitude 3.6, seguido de um episódio sismológico de 11 réplicas, a tectónica era uma matéria impensável e um tema pronto a submergir definitivamente com a alienação do Tâmega para as barragens e para a massificação da produção hidroeléctrica com que começamos a dizer um adeus definitivo ao rio.
Até às 17H03 do último 6 de Junho (2017), em que o vale do Tâmega registou sismo de magnitude 3.6, seguido de um episódio sismológico de 11 réplicas, a tectónica era uma matéria impensável e um tema pronto a submergir definitivamente com a alienação do Tâmega para as barragens e para a massificação da produção hidroeléctrica com que começamos a dizer um adeus definitivo ao rio.
As insistentes advertências quanto à falácia técnica contida no famigerado Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) e pelos perigos daí emergentes para a região e cidade de Amarante, emitidas por cidadãos responsáveis e independentes, caídas em 'saco roto' junto das instâncias da Administração Central – de efeito semelhante junto da hipócrita Administração Local, muito mais seduzida pelo farejo do saco de euros da EDP do que pela defesa da segurança ribeirinha –, naquele dia haviam de ter um sinal inequívoco da instabilidade morfo-tectónica a que todo o vale do Tâmega está sujeito.
Até então, não havia memória de que o chão sob os nossos pés na região produzisse algum tremor, mas, no espaço de meio ano (6.JUN – 7.DEZ), da terra dimanou novo aviso testemunhal de uma dinâmica natural subvalorizada ou ignorada pelos mais responsáveis.
Pouco mais de cinco minutos faltavam para as 13 horas (12:53:46) quando, hoje, com intervalo de dois ou três segundos, foram perceptíveis dois abalos telúricos distintos, correspondentes à passagem das ondas P e S de um sismo referenciado a Mesão Frio pelo IPMA e assim divulgado nos noticiários..
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Mesão Frio é uma referência locativa possível para assinalar o evento associado à linha de falha sismo-tectónica secundária que, na região, cruza em Amarante a falha do Tâmega, de SE para MW, (Montemuro - Caldas do Moledo - Amarante - Jugueiros...) por onde o rio Fornêlo corre e, mais abaixo, a incisão estrutural é ocupada pela ribeira de Padronelo.
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Embora a vila duriense de Mesão Frio seja a sede de concelho mais próxima do epicentro, o sismo de magnitude 3.6, ou 3.7, de facto, ocorreu na área da serra do Marão, em território do concelho de Baião, no limite com o de Amarante, mas está associado ao sistema de falhas de desenvolvimento regional que estão a dar provas de estarem activas e têm por lugar de encruzilhada a cidade de Amarante.
José Emanuel Queirós - 7 de Dezembro de 2017
Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega
VER: «UM SISMO BRANDO E PEDAGÓGICO PARA O TÂMEGA»
«UM EPISÓDIO SISMOLÓGICO E DUAS GRANDES LIÇÕES NO TÂMEGA»
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