sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PNBEPH - Rio Tua: Ministra garante que já não há travões para a barragem de Foz Tua





PNBEPH - Rio Tua
Ministra garante que já não há travões para a barragem de Foz-Tua

“Será muito difícil, se não mesmo impossível, voltar atrás com estes contratos pela simples razão de que o encaixe financeiro já aconteceu todo”, diz Assunção Cristas.

Voltar atrás com as obras na barragem do Tua não é opção. A ministra da Agricultura e do Ambiente é que o diz e explica que “para voltar atrás nesta altura, como noutras barragens, teríamos de ter largas centenas de milhões de euros para desembolsar”.

Assunção Cristas está no Parlamento a debater o Orçamento do Estado para 2012 na especialidade e detalha que este empreendimento conjunto entre o seu Ministério e do da Economia já não tem travões.

“Aquilo que de factor foi visto é que será muito difícil, se não mesmo impossível, voltar atrás com estes contratos pela simples razão de que o encaixe financeiro já aconteceu todo”, diz a ministra.


“Aconteceu no OE 2008, todos os processos administrativos foram concluídos ao nível de declarações de impacto ambiental e de recaps. A verdade é que para voltar atrás teríamos de ter largas centenas de milhões de euros para desembolsar. Não temos esse dinheiro”, afirma.

Em relação à reduzida mas existente possibilidade de impacto ambiental em área protegida, a ministra da Agricultura diz estar “preocupada”. “A inserção pode ter impacto na paisagem protegida do Douro e essa é uma matéria que estamos a acompanhar muito de perto”, garante Assunção Cristas.

“Procuramos saber exactamente qual é a sensibilidade por parte da UNESCO. É uma acção que muito limitadamente interfere na paisagem, no sentido em que a subestação só está muito parcialmente dentro da paisagem protegida. De toda a maneira, ela pode existir”, finaliza.


Susana Martins, in Renascença - 18 de Novembro de 2011

3 comentários:

Anónimo disse...

O argumento que a Ministra invoca dizendo que não há dinheiro é um absurdo

1. Em primeiro lugar só se está a falar da Barragem do Tua e não de todas as barragens. A Ministra mete tudo no mesmo "saco" para empolar o valor da indeminização

2. Em segundo lugar, que nos dizem que não há dinheiro, então, que nos expliquem porque razão há dinheiro para limpar o passivo da RTP, TAP etc cuja a soma atinge milhares de milhões de euros?

Ninguém entende esta argumentação. Era semelhante ao que a direita dizia sobre o TGV. Como não queriam o TGV diziam que não havia dinheiro mas o mesmo argumento já não se aplicava às novas auto-estradas e nova aeroporto. A contradição até era divertida

Outro argumento ainda mais forte:

Paulo Portas, que por acaso é Presidente do Partido a que a Ministra Cristas pertence, quando teve a primeira reunião com a Troika, a 1ª sugestão que Portas apresentou, era avançar desde já com a paragem do troço Poceirão-Caia e respectiva indminização de 150 milhões de euros. A troika recusou porque disseram que esta obra era importante para Portugal porque iria permitir o transporte de mercadorias e passageiros para a UE.

Se para parar todas as Barragens a Ministra diz que era necessário pagar 600 milhões, então, para a do Tua a quantia seria bem menor.

Para o CDS o TGV deveria ser abandonado imediatamente mas para as Barragens já nada se pode fazer.

Rui Rodrigues

Anónimo disse...

Ai que esta senhora Ministra saiu cá uma encomenda... Mas também, depois da bacorada de há uns dias sobre o paredão da barragem do Tua, já tudo se espera deste executivo ministerial.

Mas vamos por partes:

1 - A verba respeitante à concessão da barragem do Tua (53,1 M€), paga pela EDP, é a 2ª verba mais baixa paga no rol das concessões das 8 barragens que obtiveram uma proposta de construção de uma concessionária em todo o PNB. A do Alvito por exemplo foi de 231,7 M€, e as concessões mais caras chegaram a custar 303,7 M€; não se preocupem, o melhor gestor do país conta com as carteiras dos consumidores/contribuintes para estas somas.
Quer isto dizer que meter a barragem do Tua no mesmo saco que as outras barragens do PNB no que diz respeito a um cenário de "travagem" é irreal;

2 - Como vimos acima, o direito de concessão da EDP para construir a barragem do Tua é relativamente "barato", face a valores pagos noutras barragens do mesmo desenvergonhado pacote. Para privatizar um canal da RTP, o Estado (l'état sommes nous, não se esqueçam!) terá de cobrir o seu Passivo, que está na ordem dos 750 M€; o Passivo da TAP então vai nuns expressivos 2,3 mil milhões de euros.
Portanto o que a Ministra quis dizer é que não há 100 (?) M€ para travar a barragem do Tua e aplacar a ira da omnipresente EDP, mas há dinheiro para entregar a sabe-se lá quem um canal de televisão público e uma empresa nacional de bandeira a um custo para o Estado de "largas centenas de milhões de euros", dinheiro o qual segundo a própria "não temos" (ela, o seu Ministério, o Governo, ou os portugueses?).
Esperem; estão a perguntar-me aqui ao lado se Assunção Cristas não era o nome de uma ex-consultora de uma firma de advogados que trabalha para a EDP...

3 - Encaixe financeiro já aconteceu; ah pois aconteceu, e deu cá um jeitão a um certo défice Só-cretino! Mas, isso quer dizer o quê na prática, que só por causa disso já não há volta a dar?! É que a barragem do Côa foi travada quando o paredão já estava a ser construído, se bem me lembro...

4 - "Em relação à reduzida mas existente possibilidade de impacto ambiental em área protegida"; parou tudo! "Possibilidade de impacto ambiental em área protegida", e ainda por cima reduzida?!?!?! Qual foi a parte de que vai nascer em pleno Douro Vinhateiro Património da Humanidade, em ecossistema RELAPE para piorar, um paredão de 100 metros de altura, um edifício de 6 andares, desaguadouros, escombreiras e linhas de alta tensão, num cenário de descargas diurnas e bombagem reversível nocturna, é que lhes parece que só "possivelmente" vai beliscar ambientalmente (e só ambientalmente?) e de forma "reduzida" o Douro Vinhateiro Património da Humanidade????
Só rir isto, mas ainda fica melhor;

5 - "É uma acção que muito limitadamente interfere na paisagem, no sentido em que a subestação só está muito parcialmente dentro da paisagem protegida."
HEEEEENNNNNNNNN: resposta errada - esta Ministra de facto já soa a elo mais fraco. Se fosse só a subestação, e "muito parcialmente", mas não: TODOS, mas absolutamente TODOS os órgãos constituintes da barragem do Tua estão DENTRO e bem DENTRO do Douro Vinhateiro Património da Humanidade, sem contar com a denominada "zona tampão" em redor. Mas de facto, o que é que um paredão de 100 metros de altura e um edifício de 6 andares destoam num ambiental rural, em plena foz de um rio?

Resumo de mais uma tristíssima intervenção desta ex-consultora de uma firma de advogados que trabalha para a EDP... perdão, digo da Exma. Sra. Ministra: mais duas valentes aldrabadas sobre a barragem do Tua.

Ah Granger, por favor profere as palavras "Assunção! Você é o elo mais fraco; ADEUS!".

Da minha autoria, e publicado nas páginas do Facebook do MCLT e "Eu não pedi um Plano Nacional de Barragens".

Daniel Conde (MCLT)

J.Pinto disse...

Este processo tornou-se uma palhaçada.
Não há dinheiro para devolver à EDP o pagamento da concessão, mas há 10 vezes mais para a garantia de potência?
Uma parede de 100m altura não interfere na paisagem protegida?
A EDP estava a contar fazer estas obras com financiamento a 3% e afinal terá que pagar 7%, se calhar estariam receptivos a meter na gaveta o projecto por mais uns anos...