Exmo. Senhor Primeiro-Ministro (José Sócrates):
Vimos pedir-lhe os seguintes esclarecimentos:
Vimos pedir-lhe os seguintes esclarecimentos:
- Em que se baseia para afirmar que as novas barragens vão poupar a importação de Petróleo, se as nossas centrais termo-eléctricas utilizam gás e carvão?
- Em que estudo fundamenta o cálculo de que Portugal poupará, com as novas barragens, a importação de 3,3milhões de barris de Petróleo?
- Como comenta o facto de as dez novas barragens terem, em conjunto, um produtibilidade média média de 1672 GWh/ano, conforme informação retirada das propostas de adjudicação constantes do site do INAG, o que representa 3,2 por cento do consumo de energia em 2010 e 72% da variação do consumo 2010/2009?
Ass.
NOTA: O GABINETE DO 1.º MINISTRO NÃO RESPONDEU A NENHUMA DAS PERGUNTAS

Este cálculo foi realizado por gente que sabe, e se peca por alguma coisa, é por defeito. Basta ver onde estão as cotações da EDP, dos bancos portugueses e da República ao dia de hoje; imaginar o impacto duradouro da actual crise financeira; e ainda o que o petróleo a 200 dólares irá fazer daqui a dois anos à maioria dos project finance fantasistas como aqueles que a EDP, a Ibertrola (perdão, Iberdrola) e Endesa gostam de fabricar, para imaginar o destino trágico do Plano Nacional de Barragens desenhado à medida dos interesses especulativos da EDP.
De momento, a Propaganda intensiva do senhor Mexia, e da turma de jornalistas que traz no bolso, tem ofuscado o espectador distraído, os especuladores locais, os deputados e os governantes. Cá estaremos para lembrar este post quando mais esta vigarice monumental cair!
Já agora, mais uma informação importante: as albufeiras do país, graças à falta de manutenção adequada por parte dos concessionários, e à nova agricultura intensiva do olival e da vinha (duas imbecilidades como muitas outras), estão a evoluir para verdadeiros pântanos, de onde em breve não sairá, nem água para beber, nem água limpa para a agricultura, nem turismo —salvo talvez o da pesca de carpas! O aviso sobre a inutilidade turística de albufeiras eutróficas já foi dado pelo New York Times. Leram?
POST SCRIPTUM — como bem observou Marco Gomes, o "acréscimo marginal" da produção energética das novas barragens planeadas será mesmo nulo se a taxa de consumo se mantiver aos níveis actuais. Ou seja, 15 MIL MILHÕES para coisa nenhuma, salvo para salvar a pele do senhor Mexia.
António Cerveira Pinto, in O António Maria - 11 de Julho de 2011
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