segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Amarante: Câmara aprova por unanimidade moção contra barragem de Fridão





Amarante: Câmara aprova por unanimidade moção contra barragem de Fridão

A Câmara de Amarante aprovou hoje por unanimidade uma moção contra a construção da barragem de Fridão, no rio Tâmega e a apenas 12 quilómetros desta cidade, alegando questões "ambientais, de segurança e patrimoniais".

Para a aprovação desta moção, o executivo municipal de Amarante, presidido pelo socialista Armindo Abreu, contou com o apoio dos vereadores do PSD e do Movimento Amar Amarante.

A moção de "oposição" à construção da barragem de Fridão surgiu na sequência de uma notícia divulgada hoje pelo Diário de Notícias (DN), na qual o ministro do Ambiente, Nunes Correia, refere que as três barragens prioritárias do Plano Nacional de Barragens, a apresentar no decorrer da segunda quinzena de Setembro, são precisamente Fridão, Foz Tua e Vidago.

Armindo Abreu disse à agência Lusa que o documento será "em breve" enviado para o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro do Ambiente.

Segundo o DN, este plano será para executar até 2020, sendo que, juntos, os três projectos representam 487 megawatts, quase 10 por cento da actual potência hídrica instalada.

Embora ainda não haja dados oficiais sobre a construção das barragens, em Amarante unem-se já esforços contra este empreendimento que, segundo Armindo Mesquita, ficará localizado a "apenas 12 quilómetros a montante da cidade de Amarante".

Para além disso, existe ainda a possibilidade de se elevar a quota da barragem do Torrão, a jusante de Amarante, fazendo com que esta cidade fique no meio de uma "albufeira de águas paradas".

Na oposição ao empreendimento, o executivo camarário alega questões de segurança, ambientais e patrimoniais.

O presidente alerta para o "perigo" de Amarante ficar com um "enorme depósito de água" a escassos quilómetros, e referiu que a barragem elevará em mais de 100 metros a actual quota do rio em Fridão, que é actualmente de 62 metros.

"Não queremos um lago de águas pestilentas na cidade", argumentou o autarca.

Armindo Abreu referiu ainda a "degradação da água, por ficar estagnada, e acrescentou que a barragem viria "desequilibrar o ambiente na cidade e destruir o património paisagístico de Amarante".

Com o aumento da quota de água no Torrão, dos actuais 62 metros para os pretendidos 65 metros, as águas do Tâmega "submergirão metade dos arcos da ponte velha", que é, segundo o autarca, um dos ex libris da cidade.

"O país precisa de fontes alternativas de energia, nomeadamente a hídrica, mas não à custa das pessoas de Amarante", frisou o autarca.

O vereador da oposição social-democrata, Amadeu Magalhães, também considera que "existem no país alternativas a Fridão, que não causam tantos prejuízos".

Lembrou que a oposição à construção desta barragem não é de agora porque se sabe que vai afectar "toda a zona ribeirinha e histórica" da cidade de Amarante.

in jornal "A Verdade" - 17 de Setembro de 2007

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