segunda-feira, 18 de julho de 2022

ENERGIA - TÂMEGA: EDP diz que sentença confirma a sua legitimidade sobre barragem de Fridão

 

ENERGIA - TÂMEGA

EDP diz que sentença confirma a sua legitimidade sobre barragem de Fridão


Fonte oficial da EDP afirmou esta sexta-feira que “esteve sempre convicta da justeza da sua posição” no diferendo que a opõe ao Estado na barragem do Fridão e que a sentença do tribunal é a “confirmação dessa legitimidade”.

O tribunal arbitral da ação que opõe EDP e Estado, relativo ao incumprimento do contrato do Aproveitamento Hidroelétrico do Fridão, decidiu que o Governo tem de devolver cerca de 218 milhões de euros à elétrica, anunciou o Governo esta sexta-feira.

Segundo disse à Lusa fonte oficial da empresa, “a EDP esteve sempre convicta da justeza da sua posição. E a sentença do tribunal arbitral agora conhecida é a confirmação dessa legitimidade”.

“A EDP apenas defendeu o direito de restituição do valor de exploração do AHF [Aproveitamento Hidroelétrico do Fridão], que não avançou”, e, “como tal, trata-se apenas de devolver o montante que tinha sido adiantado e que não foi usado”, acrescentou a mesma fonte.

Na nota enviada pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, a tutela informa que "o tribunal arbitral concluiu no sentido de declarar o contrato resolvido por incumprimento definitivo do Estado" e que, por isso, "o Estado é condenado a restituir à EDP" a quantia de quase 218 milhões de euros, "que esta havia pago no momento de celebração do contrato, a título de contrapartida financeira pelo direito exclusivo de explorar o Fridão durante o prazo de concessão".

A tutela realçou, no entanto, que esta decisão declarou os "pedidos indemnizatórios" da EDP como "improcedentes".

"A EDP reclamava uma indemnização pelos danos emergentes ou despesas desaproveitadas por um conjunto de encargos que teve de suportar com vista ao desenvolvimento do projeto (encargos administrativos e financeiros, despesas de aquisição de bens e serviços e custos de mão de obra interna), bem como o pagamento de juros de mora", lê-se na mesma nota.

De acordo com o Governo, "o tribunal considerou os encargos administrativos e os custos de mão-de-obra como não elegíveis para efeito da indemnização", sendo que, "quanto ao restante, as projeções do valor atual líquido do projeto apresentadas, quer pela EDP quer pelo Estado, criaram no tribunal a dúvida consistente sobre se a exploração do Fridão alguma vez geraria ganhos para a EDP, sequer de valor residual".

"Tal significa que, se o projeto tivesse prosseguido, a EDP poderia ter incorrido em perdas", sublinha o ministério, referindo que "é por isso que o tribunal arbitral decidiu não haver lugar ao pagamento dos pedidos de indemnização, nomeadamente dos encargos financeiros e custos com aquisições, bem como de juros de mora".

Em 16 de julho de 2019, o então ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, reiterou, no parlamento, que o Governo não iria devolver dinheiro à EDP, que estava destinado à construção da barragem de Fridão, referindo que foi a empresa a desistir do projeto.

"Se [a EDP] desiste de fazer [a barragem], perde os valores que pagou quando arrematou. Quando é o Estado a tomar a decisão de não fazer, tem de ressarcir a própria EDP", realçou João Pedro Matos Fernandes numa audição parlamentar, a pedido do CDS, a propósito da barragem, que seria construída no concelho de Amarante, no distrito do Porto.

Em causa está um valor de cerca de 218 milhões de euros, pago pela EDP como contrapartida financeira pela exploração por 75 anos da barragem de Fridão, situada no concelho de Amarante, distrito do Porto, que a elétrica considerava que lhe tem de ser restituído, e o Governo entendia que não haver direito a qualquer devolução.


in água e ambiente - Portal Ambiente Online - 18 de Julho de 2022

segunda-feira, 27 de junho de 2022

REN - CMA: Amarante opõe-se a Linha de Muito Alta Tensão

 

REN - CMA

Amarante opõe-se a Linha de Muito Alta Tensão


A instalação de uma linha elétrica de muito alta tensão (200/400 kV) ) que a Rede Elétrica Nacional (REN) pretende estender entre a Barragem do Carrapatelo (Marco de Canaveses/Cinfães) e Vila Pouca de Aguiar, via Amarante, "deixou de fazer sentido", defende o presidente da autarquia amarantina.

O autarca José Luís Gaspar sustenta a sua posição com o cancelamento da Barragem de Fridão, em Amarante.

A tomada de posição aconteceu durante a resposta a uma interpelação, na Assembleia Municipal, do deputado do PS, Pedro Ribeiro que pretendia saber se a Câmara havia feito "uma proposta de traçado alternativa" porque "a original vai prejudicar, sobretudo, as populações de Olo e Rebordelo, no concelho de Amarante", alertou.

José Luís Gaspar revelou que a Autarquia se opõe "determinantemente" à instalação da nova linha "até porque", sublinhou, "a linha que já existe pode duplicar a potência a transportar".

Desde 15 de janeiro de 2019 que o projeto reúne todas as decisões de licenciamento emitidas pelo Governo, nomeadamente a declaração de impacte ambiental promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente inserida no Título Único Ambiental (documento que reúne todas as decisões de licenciamento).

A linha tem como propósito transportar energia produzida pelas centrais de Gouvães, Daivões e Alto Tâmega, inseridas no Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, a cargo da empresa Iberdrola.

A proposta de instalação desta linha de 70 quilómetros, suportada por 177 estruturas metálicas, atingirá as povoações de 22 freguesias, de seis concelhos: Cinfães, Marco de Canaveses, Amarante, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena.

A consulta pública realizou-se entre 18 de outubro a 8 de novembro de 2018, tendo sido vertidas 18 exposições, nomeadamente de quatro das seis autarquias por onde passará a linha.

No Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), da Agência Portuguesa do Ambiente, consultado pelo JN, pode ler-se que a autarquia amarantina denunciou o incumprimento da articulação com as câmaras municipais e que "não foi considerada a proposta, subscrita pela autarquia de deslocação do traçado da linha nascente do empreendimento turístico da Quinta de Pousadela".

António Orlando, in Jornal de Notícias - 27 de Junho de 2022

sábado, 19 de março de 2022

IBERDROLA - RIO TÂMEGA: Barragem de Daivões vai realizar descargas no Tâmega na quarta-feira





IBERDROLA - RIO TÂMEGA

Barragem de Daivões vai realizar descargas no Tâmega na quarta-feira


O município de Celorico de Basto indica que a Iberdrola, empresa responsável pela operação da barragem de Daivões, em Ribeira de Pena, vai realizar, na quarta-feira, descargas no rio Tâmega para testes de funcionamento daquele equipamento.

 A autarquia explica, em comunicado, que o efeito será um aumento repentino e significativo do caudal do rio, naquele concelho.

Os testes estão planeados para ocorrer a partir das 16:30 de quarta-feira, dia 23.

A edilidade alerta para a um reforço do cuidado por parte da população, nomeadamente para evitar estar presente nas margens do rio.

Acrescenta, ainda, que irá ser ativado o sistema de aviso e alerta sonoro relativo à ocorrência.

Efeitos em Amarante serão residuais – Proteção Civil

Segundo a Proteção Civil de Amarante, os efeitos destes testes no caudal do rio, no concelho, serão residuais.

Em declarações ao Expresso de Amarante, fonte da entidade adiantou que o aumento do caudal, que se deverá notar por volta das 21:00 de quarta-feira, será “pouco significativo” no troço de rio que atravessa a zona baixa da cidade, recordando que o Tâmega está abaixo nos níveis considerados normais, para a época.

Acrescenta que um piquete da Proteção Civil de Amarante irá estar na zona da Avenida do Rio, junto ao Arquinho, para monitorizar a situação e esclarecer a comunidade.

O Sistema Eletroprodutor do Tâmega é um dos maiores projetos hidroelétricos realizados na Europa nos últimos 25 anos, contemplando a construção de três barragens (Daivões, Gouvães e Alto Tâmega) e 1.500 milhões de euros de investimento.

Paulo Alexandre Teixeira, in Expresso de Amarante - 19 de Março de 2022

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

TÂMEGA - RIBEIRA DE PENA: Ponte reposta é atração em Ribeira de Pena

 

TÂMEGA - RIBEIRA DE PENA

Ponte reposta é atração em Ribeira de Pena

A ponte de arame de Ribeira de Pena foi reposta junto à nova albufeira do rio Tâmega, em Santo Aleixo, depois de ter sido retirada do local original devido à construção da barragem de Daivões.

Já são muitos os que estão a ir visitar e atravessar a ponte, que foi colocada num braço de água da albufeira, na aldeia de Santo Aleixo. “Esta foi uma das diferentes contrapartidas. Esta ponte para nós era muito importante porque estava inserida e, neste momento continua, no chamado Caminho do Abade. Era algo que era importante preservarmos”, afirmou o presidente da Câmara de Ribeira de Pena, João Noronha. Para o autarca, o “espírito está aqui, a obra está bem concebida e está já a ser um fator de atração”.

A construção da barragem de Daivões, inserida no sistema eletroprodutor do Tâmega, atingiu, devido à subida das águas do Tâmega.

“O restauro e relocalização da ponte de arame de Ribeira de Pena como elemento patrimonial é uma das medidas da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do Sistema Eletroprodutor do Tâmega. A Iberdrola trabalhou de forma estreita com a Direção Regional da Cultura do Norte e com a Câmara de Ribeira de Pena para concretizar esta medida”, salientou a empresa espanhola.

A receção de obras, por parte da autarquia deverá ser feita, em princípio, em março.

João Noronha salientou que “já vários investidores” manifestaram intenção de apostar na “imensa mancha de água”. “Só depois disso é que podemos ter outro tipo de compromisso com os investidores privados e nós queremos que eles venham porque temos que rentabilizar todo este potencial que a barragem trouxe a Ribeira de Pena”, afirmou

O presidente da Câmara de Ribeira de Pena acredita agora que a nova albufeira pode “vir a potenciar a criação de novos postos de trabalho”, ajudando a fixar e atrair mais pessoas ao território. Vai ajudar também, apontou, no combate aos incêndios, ganhando relevância num ano de seca como está a ser 2022.

O Sistema Eletroprodutor do Tâmega contempla a construção de três barragens – Daivões, Gouvães e Alto Tâmega – e é um dos maiores projetos hidroelétricos realizados na Europa com um investimento de 1.500 milhões de euros.

O complexo do Tâmega é composto por três albufeiras e três centrais hidroelétricas.

Lusa, in A Voz de Trás-os-Montes - 22 de Fevereiro de 2022

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

TÂMEGA - BARRAGENS: Iberdrola liga à rede primeiro grupo do Sistema Eletroprodutor do Tâmega em Gouvães

 

TÂMEGA - BARRAGENS

Iberdrola liga à rede primeiro grupo do Sistema Eletroprodutor do Tâmega em Gouvães

A Iberdrola anunciou esta sexta-feira que ligou à rede o primeiro grupo da gigabateria do Tâmega, uma turbina com 220 megawatts de capacidade situada na barragem de Gouvães, no rio Torno, em Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real).


"A Iberdrola pôs em prática o primeiro grupo da central hidroelétrica de Gouvães -- uma turbina com 220 MW de capacidade -- e começou a fornecer eletricidade limpa à rede a partir da gigabateria do Tâmega", pode ler-se num comunicado hoje divulgado pela elétrica espanhola.


De acordo com a empresa com sede em Bilbau, no País Basco, "o complexo do Tâmega é composto por três albufeiras (Gouvães, Daivões e Alto Tâmega) e três centrais hidroelétricas com uma potência de 1.158 megawatts (MW)".

A elétrica menciona que "após oito anos ininterruptos de obras, está concluída a construção das centrais de Gouvães e Daivões, onde estão a decorrer os testes de arranque dos diferentes grupos energéticos".

"O complexo do Tâmega terá capacidade para produzir 1.766 GWh (gigawatts-hora) por ano, o suficiente para satisfazer as necessidades energéticas dos municípios vizinhos e das cidades de Braga e Guimarães (440.000 lares)", refere ainda a Iberdrola.

A empresa também aponta que o conjunto das três centrais barragens "terá capacidade de armazenamento suficiente para servir dois milhões de lares portugueses durante um dia inteiro".

A Iberdrola afirma adicionalmente que a central hidroelétrica do Alto Tâmega entrará em funcionamento em 2024, e aí "estará concluída a construção da instalação".

"A gigabateria do Tâmega vai fornecer 880 MW de capacidade de bombagem ao sistema elétrico português, o que implicará um aumento de mais de 30% face aos megawatts de bombagem atualmente disponíveis no país vizinho", pode ler-se no comunicado.

Em causa está a tecnologia de bombagem, cujas centrais "constituem uma salvaguarda para o sistema elétrico, pois permitem o armazenamento de energia elevando a água de uma albufeira inferior para outra situada mais acima".

"Isso significa que uma grande quantidade de eletricidade pode ser gerada rapidamente, turbinando a água que desce para a albufeira inferior", algo útil para "ajudar a suprir as necessidades do mercado nos horários de maior procura", já que "a energia excedente em períodos de baixo consumo é utilizada para bombear água" entre as albufeiras quando é mais necessário.

A Iberdrola calcula que o conjunto de infraestruturas "acabará com a emissão de 1,2 milhões de toneladas de CO2 [dióxido de carbono] por ano e diversificará as fontes de produção, evitando a importação de mais de 160 mil toneladas de petróleo por ano".

"Durante toda a fase de construção estima-se que foram criados até 3.500 empregos diretos e 10.000 indiretos - 20% dos quais provenientes de municípios vizinhos -, através de mais de 100 fornecedores, 75 deles portugueses", refere a empresa.

O Sistema Eletroprodutor do Tâmega é um dos maiores projetos hidroelétricos realizados na Europa nos últimos 25 anos, contemplando a construção de três barragens (Daivões, Gouvães e Alto Tâmega) e 1.500 milhões de euros de investimento.

Lusa, in Jornal de Negócios28 de Janeiro de 2022