Quarto Poder
As escolhas de Passos
Não se diz que as PPP são uma das desgraças do país e se deixa avançar com as barragens (16 mil milhões para 3% de energia).
Passos Coelho escolheu fazer de 2012 "o ano do princípio do fim da emergência nacional". Manuel Pinho decretou o fim da crise em 2006, Teixeira dos Santos e Sócrates o princípio do fim, não deles, mas da crise, em 2009. Une-os esta vontade de fazer da macroeconomia uma espécie de Natal. É quando um homem quiser! Mas tal como o Natal está cada vez menos acessível, e isso, de facto, deve-se a todos eles, o fim das crises ou das emergências está cada vez menos previsível e não se escolhe. O futuro de Portugal depende da Grécia, da Europa, da Alemanha, dos EUA e do que por aqui é feito. E até nesta parte, o que tem sido feito não augura nada de bom.
(...)
Agora, silêncio. Nada disto tem a ver com o que Passos propunha na era Sócrates. O seu estado de graça acabou. E por culpa dele. Não se defende o corte de organismos públicos para, um ano depois, não se saber quais. Não se pugna por uma reforma da justiça para, ao fim de 3 meses de governo, haver apenas uma (ridícula) campanha contra a corrupção internacional. Não se diz que as PPP são uma das desgraças do país e se deixa avançar com as barragens (16 mil milhões para 3% de energia). Isto sim, são escolhas de Passos. Más! Mais uma razão para que o fim do pesadelo não possa ser anunciado. Fazê-lo é um engano e perigoso.
Manuela Moura Guedes, in Correio da Manhã - 9 de Setembro de 2011
As escolhas de Passos
Não se diz que as PPP são uma das desgraças do país e se deixa avançar com as barragens (16 mil milhões para 3% de energia).
Passos Coelho escolheu fazer de 2012 "o ano do princípio do fim da emergência nacional". Manuel Pinho decretou o fim da crise em 2006, Teixeira dos Santos e Sócrates o princípio do fim, não deles, mas da crise, em 2009. Une-os esta vontade de fazer da macroeconomia uma espécie de Natal. É quando um homem quiser! Mas tal como o Natal está cada vez menos acessível, e isso, de facto, deve-se a todos eles, o fim das crises ou das emergências está cada vez menos previsível e não se escolhe. O futuro de Portugal depende da Grécia, da Europa, da Alemanha, dos EUA e do que por aqui é feito. E até nesta parte, o que tem sido feito não augura nada de bom.
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Agora, silêncio. Nada disto tem a ver com o que Passos propunha na era Sócrates. O seu estado de graça acabou. E por culpa dele. Não se defende o corte de organismos públicos para, um ano depois, não se saber quais. Não se pugna por uma reforma da justiça para, ao fim de 3 meses de governo, haver apenas uma (ridícula) campanha contra a corrupção internacional. Não se diz que as PPP são uma das desgraças do país e se deixa avançar com as barragens (16 mil milhões para 3% de energia). Isto sim, são escolhas de Passos. Más! Mais uma razão para que o fim do pesadelo não possa ser anunciado. Fazê-lo é um engano e perigoso.
Manuela Moura Guedes, in Correio da Manhã - 9 de Setembro de 2011
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