Mondim de Basto
Provocação ou distracção?
Mais uma vez a Volta a Portugal passou na nossa região e, como habitualmente, com a já tradicional etapa que tem como meta o cume do altivo Monte Farinha, mais conhecido pelo alto da Senhora da Graça, no concelho de Mondim de Basto.
Convém não esquecer que também temos em Amarante uma capelinha com a mesma invocação, em Vila Caiz, num monte menos imponente mas também com belas vistas.
Puxando um pouco a brasa à minha sardinha, atrevo-me a propor aos amarantinos que ainda não conhecem esse nosso santuário de aí fazerem uma rápida visita, embora e infelizmente se tenham deixado construir na zona autênticas agressões urbanísticas… mas isso é outra história.
Mas o que quereria abordar hoje é o facto de a tal chegada da etapa ter dado azo a uma bem conseguida reportagem da televisão, até porque o S. Pedro ajudou, e que se estendeu por umas horas e que, claro, devidamente patrocinada, serviu para potenciar as ofertas turísticas da região de Mondim.
Entre actuações de vários artistas do agrado dos presentes e, evidentemente, do público-alvo dessa transmissão em directo, foi dada a palavra a várias pessoas representativas das actividades locais, que são variadas, valha a verdade, e que pessoalmente muito admiro.
Sem ser um fiel espectador das reportagens em directo da Volta, devo confessar que costumo assistir a esta, pois é a ocasião de ter imagens fantásticas da região, tomadas a partir dum helicóptero que acompanha esta manifestação desportiva.
Entre os entrevistados, e com toda a naturalidade e justiça, figurou o Sr. Presidente da Câmara de Mondim de Basto, que aproveitou e bem o ensejo para por em valor tudo o que de positivo o concelho a que preside tem, e que, repito, é muito.
Não esqueceu, nem podia fazê-lo, o Parque Natural do Alvão, mesmo se parte importante dele não se situa no seu concelho. Tudo bem, e tudo louvável.
Onde a meu ver não foi feliz, foi quando abordou o problema das vantagens que trará para o concelho, lá para 2015, a nova albufeira com que Mondim será contemplada.
Em primeiro lugar, pecou por ser extemporâneo, já que a data avançada, se se confirmar e nada é menos certo, é tão longínqua que falar disso agora não me parece muito acertado.
Mas o mais grave é que o Sr. Presidente sabe melhor que ninguém como esse assunto foi e é fracturante na sociedade local e remexer no assunto nesta altura se não é provocação até parece…
Ainda se tivesse suavizado a situação dizendo, por exemplo, que esperava que os aspectos negativos da barragem de Fridão, que os há, não vale a pena escamoteá-los, seriam, pelo menos em parte, compensados por outros e que compreendia que houvesse quem se poderia sentir prejudicado com essa obra, mas que o bem público deve sobrepor-se ao privado, etc…
Aos mondinenses mais atentos, a despropositada evocação não deve ter passado despercebida… Mesmo se involuntária foi, no mínimo, infeliz.
Luís Magalhães, in ERA-FM TV - Agosto de 2011
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