quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Grandes males, Grandes projectos

Grandes males, Grandes projectos


Fonte: Richard Jong-A-Pin e Jacob de Haan, “A time-varying impact of public capital on output:” University of Groningen, 2008.

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Pelo gráfico acima vemos mais uma razão porque a Irlanda cresceu: não se meteu em grandes projectos públicos. E vemos porque é que Portugal cresceu pouco, fez exactamente o contrário.

Se os grandes projectos públicos (GPP) previstos eram de mais que duvidosa rentabilidade, com a crise financeira internacional (e portanto também nacional) estes deveriam ser revistos: uns para cancelar definitivamente; outros para adiar; e alguns para realizar. Avançar cegamente pode secar o crédito ao resto da economia, famílias e empresas, propiciando ainda mais dificuldades.

O argumento dos efeitos keynesianos dos GPP é falso por muitas razões mas basta citar duas. Primeiro, o financiamento tem de ser assegurado nos meses que correm mas a despesa só se realiza daqui a vários anos, ou seja, os problemas referidos acima verificam-se hoje, mas os eventuais efeitos dinamizadores da economia só se verificariam de 2010 em diante. Segundo, para os GPP avançarem deixam de se realizar muitas pequenas obras com impactos no emprego mais significativos e com efeitos dinamizadores dentro de meses.

Luís Campos e Cunha, in sedes - 29 de Outubro de 2008

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