sábado, 14 de agosto de 2010

Barragens assassinas: EDP e Iberdrola assassinas






Barragens assassinas
EDP e Iberdrola assassinas

Museu do Côa. Foto: Camilo Rebelo & Tiago Pimentel

EDP, Jun 2010

Total do passivo = 29.883 milhões de euros
Dívida Líquida = 16.108 milhões de euros

Em breve a EDP e a Iberdrola estarão no papo de empresas maiores.
Entretanto, os investimentos especulativos em barragens assassinas (Sabor, Tua, Fridão, etc.) e redes eólicas subsidiadas sem viabilidade comercial são meras fugas em frente da EDP e da espanhola Iberdrola para aumentarem artificial e ilusoriamente riquezas próprias meramente contabilísticas.

As albufeiras das barragens não criam trabalho, não trazem turismo, interrompem os ciclos vitais de alimentação e retro-alimentação dos sistemas ecológicos (ar, terra, rio e mar) e por absoluta e inevitável negligência da EDP, Iberdrolas e quejandos, a que se somam os produtos químicos azotados (usados nomeadamente na vinha e nos pomares) que escorrem das margem alcantiladas para os rios, estão a promover a estagnação (eutrofização) das águas das albufeiras, ou seja, a sua morte e a morte do que nessas albufeiras ainda sobrevive.

O programa de barragens actualmente em curso é pois um embuste ainda maior e mais criminoso do que o do felizmente derrotado Novo Aeroporto de Lisboa na Ota (do lunático Cravinho.) Maior até do que aquele que os socialistas e as boas consciências urbanas à época do ministro Manuel Maria Carrilho (hoje alto representante português na UNESCO — a entidade que precisamente vigia os patrimónios sensíveis e qualificados da humanidade) derrotou e bem a barragem do Côa. Aguardamos ansiosamente o veredicto da UNESCO e da ministra da cultura (que recentemente inaugurou o nado-morto Museu do Côa) sobre a conspiração da EDP e da Iberdrola.

A energia prometida pelo pirata Sócrates, pelo cabotino Mexia e pelo vendido Pina Moura é negligenciável no cômputo energético nacional (+3% da energia eléctrica produzida)

A energia eléctrica representa uma percentagem diminuta na nossa gravíssima dependência energética totalmente assente no consumo de combustíveis líquidos importados (petróleo e gás natural) e que em breve deixaremos de poder suportar, por absoluta falta de capacidade de endividamento.

A intensidade energética da economia portuguesa é —escandalosamente— a mais elevada da UE27, e deve-se no essencial à aposta do Bloco Central do Betão na impermeabilização do país: obras públicas, sobretudo autoestradas e especulação imobiliária. Cavaco e Alegre são pois parte do desastre e não alternativas confiáveis!

O modelo especulativo da economia portuguesa, que foi também responsável pela pandemia de corrupção que tolhe o país, está esgotado e só não mergulhou ainda Portugal numa guerra civil porque estamos a ser mantidos na Unidade de Cuidados Intensivos do BCE (até quando, alguém adivinha?)

Só há uma solução capaz de mitigar os gravíssimos problemas da nossa economia: eficiência energética, eficiência económica, eficiência financeira, eficiência administrativa, eficiência politica e, acima de tudo, transparência democrática

A clandestina corrida à água actualmente em curso sob o disfarce de putativas necessidades energéticas é uma conspiração potencialmente explosiva. Tem que ser abortada imediatamente!

Se alguém pensa que vai aprisionar as águas do Norte do país, para privatizá-las a favor da EDP e depois vendê-la a preço de ouro a Lisboa e ao Alqueva desiluda-se. Antes mesmo de uma tal conspiração ser descoberta e desmontada haverá quem no Norte de Portugal impeça tamanho crime!

ANEXOS
  1. EDP - resultados
  2. Barragem do Tua: "Verdes" acusam EDP de não cumprir todas as imposições ambientais 12-08-2010 Bragança, 12 agosto (Lusa)
António Cerveira Pinto, in O António Maria - 14 de Agosto de 2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Lendo hoje no Público o suplemento Cidades, deparei com um artigo que
vale a pena recomendar e até divulgar. Trata-se do chamado Porto
Gravítico, projecto de abastecimento de água ao Porto, da autoria do Eng.Poças Martins, responsável por esta via por uma poupança substancial de energia(das bombagens), de mão de obra e não menos importante de água.
A ler e a divulgar,numa altura em que EDP e empresas de águas nos querem convencer a consumir cada vez mais bens (energia e água) por sua vez cada vez mais raros e escassos.

Já agora recomendo também a leitura da pág. 6 do dito suplemento, sobre as propostas da Agência de Energia do Porto,Presidida pelo
prof. Eduardo Oliveira Fernandes, e como pensa que o Porto deve no
futuro variar as fontes de energia,historicamente dependentes da energia eléctrica.
Na minha opinião o caminho é este mesmo, poupar energia eléctrica e água em vez de nos proporem aumentos de consumo para justificar aumentos de preços e consequentemente aumentos dos
lucros das empresas fornecedoras desses bens e serviços e por esta via justificarem maiores lucros aos accionistas e maiores prémios aos administradores. Enfim, uma pescadinha-de-rabo-na-boca de que ninguém consegue sair a não ser rompendo com o "esquema" de que estes projectos são exemplo.
No caso da água do Porto, os resultados já estão à vista. Esperemos que relativamente à energia eléctrica também se
atinjam rapidamente os objectivos propostos, antes que os "Mexias"
deste país nos ponham a todos a pedir.

Luís van Zeller